Questõesde FGV sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia também este texto, para responder à questão.

Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em redor animavam os contendores. A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. (...)

Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna de termos técnicos.

Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002.


Referem-se apenas aos inimigos, e não aos heróis, as seguintes caracterizações presentes no texto:

Texto para a questão.



A
"de fera catadura" e "solerte".
B
"belicoso" e "suspeitoso".
C
"solerte" e "com torva face".
D
"suspeitoso" e "de fera catadura".
E
"com torva face" e "belicoso".
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FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere os seguintes elementos de composição textual:


I interação com o leitor;

II incorporação de uma fala em discurso indireto;

III procedimento intertextual;

IV mistura de gêneros discursivos.


É correto afirmar que, no texto, ocorre apenas o que foi indicado em

Texto para a questão.



A
I e IV.
B
II e IV.
C
I, III e IV.
D
II e III.
E
I, II, e III.
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FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A expressão "Nero de fita de cinema" (L. 05) tem a finalidade de, principalmente,

Texto para a questão.



A
expressar um paradoxo, semelhante ao da expressão "anjo de boca suja".
B
opor-se, quanto ao sentido, a "proporções feéricas de um Drácula".
C
mostrar a popularidade do menino que falava palavrões.
D
traduzir a admiração que o autor nutria pelo seu vizinho.
E
reforçar a ideia contida em "anticristo da rua".
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FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando as qualificações ambivalentes que o texto lhe atribui, pode-se corretamente concluir que, para o autor, o palavrão, em dadas situações, assume caráter propriamente

Texto para a questão.



A
escatológico, na medida em que esse termo tanto pode se referir ao que é mais sujo, como remeter à esfera do sagrado.
B
pornográfico, uma vez que nele se conjugam as esferas da ignorância (ou da incultura) e da arte de escrever (ou literatura).
C
dialético, na proporção em que constitui a síntese da contradição entre a urbanidade (tese) e a grosseria (antítese).
D
compensatório, na medida em que serve para o populacho assumir sua condição subalterna e, ao mesmo tempo, agredir as elites sociais.
E
sublimatório, tendo em vista que traduz para uma esfera elevada e verbal os impulsos sexuais desviantes, reprimidos pela moral e pela religião.
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FGV 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No contexto da narração de A hora da estrela, é complementar ao “pudor” que confessa o narrador, no excerto, uma outra espécie de pudor, motivado, este, pela

Texto para a questão

Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e logo se coagular em cubos de geleia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela – e é claro que a história é verdadeira embora inventada –, que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial.

Clarice Lispector, A hora da estrela.
A
percepção da distância social que o afasta da protagonista.
B
sua pressa em iniciar a parte narrativa ou factual da obra.
C
irrelevância do assunto, que não lhe desperta o desejo de narrar.
D
revolta que a exposição da miséria pode provocar nos leitores.
E
sua identidade de origem com a migrante nordestina Macabéa.
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FGV 2012, FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Uma palavra, própria da língua escrita, foi empregada figuradamente, no texto, para caracterizar uma ação não verbal. Ela aparece no seguinte trecho:

Texto para as questão.



CAPÍTULO 73 - O Luncheon*


        O despropósito fez-me perder outro capítulo. Que melhor não era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a ideia vos parece indecorosa, direi que ele é o que eram as minhas refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, onde às vezes fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas, compotas. Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces, de olhares ternos, de criancices, uma infinidade desses apartes do coração, aliás o verdadeiro, o ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo temperar o nímio adocicado da situação. Ela deixava-me, refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir as denguices de Dona Plácida. Cinco ou dez minutos depois, reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para desatá-la outra vez. Note-se que, longe de termos horror ao método, era nosso costume convidá-lo, na pessoa de Dona Plácida, a sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava nunca.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.


(*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda.

A
"Já comparei o meu estilo".
B
"era um comer virgulado".
C
"desses apartes do coração"
D
"o ininterrupto discurso do amor".
E
"reatávamos a palestra".
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FGV 2012, FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao narrar o jogo entre brasileiros e mexicanos "à maneira de Homero", o autor adota o estilo

Leia também este texto, para responder às questão.


        Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em redor animavam os contendores. A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. (...)

        Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna de termos técnicos.

Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002. 

A
épico.
B
lírico.
C
satírico.
D
técnico
E
teatral.
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FGV 2012, FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando as qualificações ambivalentes que o texto lhe atribui, pode-se corretamente concluir que, para o autor, o palavrão, em dadas situações, assume caráter propriamente

Texto para as questão.


BOCAGE NO FUTEBOL



A
escatológico, na medida em que esse termo tanto pode se referir ao que é mais sujo, como remeter à esfera do sagrado.
B
pornográfico, uma vez que nele se conjugam as esferas da ignorância (ou da incultura) e da arte de escrever (ou literatura).
C
dialético, na proporção em que constitui a síntese da contradição entre a urbanidade (tese) e a grosseria (antítese).
D
compensatório, na medida em que serve para o populacho assumir sua condição subalterna e, ao mesmo tempo, agredir as elites sociais.
E
sublimatório, tendo em vista que traduz para uma esfera elevada e verbal os impulsos sexuais desviantes, reprimidos pela moral e pela religião.
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FGV 2012, FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O gênero literário que Drummond tomou como base para a composição de seu texto revela, no escritor mineiro, uma determinada visão do futebol que também reponta no seguinte trecho do texto de Nélson Rodrigues:

Texto para as questão.


BOCAGE NO FUTEBOL



Leia também este texto, para responder às questão.


         Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em redor animavam os contendores. A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. (...)

Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna de termos técnicos.

Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002

A
"candura pânica".
B
"um Drácula".
C
"os nautas camonianos".
D
"jucunda pornografia".
E
"o Bocage fidedigno".
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FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos, Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva), Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Tendo em vista o contexto, sobre os seguintes trechos, só NÃO é correto afirmar:

Texto para as questão.


BOCAGE NO FUTEBOL



A
"era tido e havido" (L. 01 e 02): trata-se de uma repetição com valor enfático.
B
"meus cinco, meus seis anos" (L. 01): expressa ideia de aproximação.
C
"Bocage fidedigno" / "verdadeiro Bocage" (L. 13 e 14): embora sinônimos, os adjetivos foram usados com sentidos diferentes.
D
"justiça se lhe faça" (L. 02): pode ser considerada uma construção na voz passiva sintética.
E
"correndo (...), matando-se, agonizando, rilhando" (L. 17): apenas o primeiro gerúndio dá ideia de continuidade.
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FGV 2012, FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Referem-se apenas aos inimigos, e não aos heróis, as seguintes caracterizações presentes no texto: 

Texto para as questão.


BOCAGE NO FUTEBOL



Leia também este texto, para responder às questão.


         Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em redor animavam os contendores. A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. (...)

Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna de termos técnicos.

Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002

A
"de fera catadura" e "solerte".
B
"belicoso" e "suspeitoso".
C
"solerte" e "com torva face".
D
"suspeitoso" e "de fera catadura".
E
"com torva face" e "belicoso".
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FGV 2012, FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Intertextualidade, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere os seguintes elementos de composição textual:


I interação com o leitor;

II incorporação de uma fala em discurso indireto;

III procedimento intertextual;

IV mistura de gêneros discursivos.


É correto afirmar que, no texto, ocorre apenas o que foi indicado em

Texto para as questão.


BOCAGE NO FUTEBOL



A
I e IV.
B
II e IV.
C
I, III e IV.
D
II e III.
E
I, II e III.
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FGV 2012, FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A expressão "Nero de fita de cinema" (L. 05) tem a finalidade de, principalmente,

Texto para as questão.


BOCAGE NO FUTEBOL



A
expressar um paradoxo, semelhante ao da expressão "anjo de boca suja".
B
opor-se, quanto ao sentido, a "proporções feéricas de um Drácula".
C
mostrar a popularidade do menino que falava palavrões.
D
traduzir a admiração que o autor nutria pelo seu vizinho.
E
reforçar a ideia contida em "anticristo da rua".
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FGV 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nesse breve poema de Bandeira, manifesta-se um aspecto que alguns de seus principais estudiosos consideram central e decisivo na obra do poeta, a saber,

Texto para a questão


Poema

                       Encontrado por Thiago de Mello

             No Itinerário de Pasárgada


                          Vênus luzia sobre nós tão grande,

                           Tão intensa, tão bela, que chegava

                   A parecer escandalosa, e dava

Vontade de morrer.

                             Manuel Bandeira

A
a aversão tipicamente modernista ao belo natural.
B
a rejeição do que é grande e, também, do que é sublime.
C
o sestro romântico de transfigurar a paisagem.
D
a conjugação da maior expansão vital e do sentimento de morte.
E
o erotismo de caráter amoral, que contamina todo o cosmo.