Questõesde IFAL 2016 sobre Português

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Foram encontradas 18 questões
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IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes demonstrativos, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Concordância verbal, Concordância nominal, Pontuação, Morfologia, Uso da Vírgula, Morfologia - Pronomes

Quanto às flexões das palavras no uso da língua, assinale a única alternativa correta.

A
O substantivo feminino “Cara”, no primeiro balão, funciona como vocativo, uma vez que expressa, na conversa, a interpelação de um menino ao outro, razão por que vem separado por vírgula.
B
O verbo “passa”, ainda no primeiro balão, deveria estar no plural concordando com a expressão numérica de porcentagem (93%), que funciona como sujeito.
C
Considerando a relação com as pessoas do discurso, o pronome “essa”, no segundo balão, está empregado corretamente pelo personagem, porque a notícia a que este se refere encontra-se no jornal em suas mãos.
D
A fala do segundo garoto, iniciada pela conjunção “mas”, configura uma circunstância adversativa ao ato de ler, se se tomar por base o conceito de que “ler” é, segundo o Dicionário Aurélio, “4. Decifrar ou interpretar o sentido de”.
E
A expressão “quase nada”, no terceiro balão, pode ser substituída por “coisa alguma”, sem comprometer o discurso do personagem.
a3880acb-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A palavra “escolarização” significa, de acordo com o Dicionário Aurélio, “s.f. Ação ou efeito de escolarizar”, e esta, por sua vez, significa “v.t.d. Submeter ao ensino escolar”. Baseado nesses conceitos, assinale a única alternativa que não corresponde a uma leitura possível da charge.

A
A animação do primeiro garoto diante da manchete do periódico deve-se ao fato de que quase todos os brasileiros, entre 5 e 17 anos, são alfabetizados, porque se submeteram ao ensino escolar.
B
Porque compra e lê jornal, entendendo claramente o conteúdo das notícias nele contidas, o primeiro garoto é, necessariamente, um intelectual e tem padrão de vida melhor que o do amigo.
C
A informação do jornal na charge considera a escolarização apenas como um dado estatístico e não como um processo de produção de conhecimento aliado ao de transformação social dos indivíduos.
D
Pela fala do segundo garoto, que demonstra falta de capacidade efetiva de leitura, para além da decodificação, expõe-se a ideia de que a escolarização, considerada simplesmente como o acesso à escola formal, não diminui os antagonismos sociais.
E
O fato de ambos os garotos saberem ler sugere que eles têm ou tiveram acesso ao ensino escolar, mas que a aprendizagem se deu diferenciadamente entre os dois.
a383aeee-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Redação - Reescritura de texto, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Dentre estas afirmações, há uma errada. Assinale-a.

TEXTO 4

Família

Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do Mundo.
Rio de Janeiro: Record, 1999.
A
Ainda que referente às crianças, a ordem numérica decrescente no primeiro verso do poema sugere uma relação familiar em que o homem é o único que exerce o poder.
B
O verso “a goiabada de domingo na sobremesa” tem o mesmo sentido do verso “a goiabada na sobremesa de domingo”.
C
O verso “o gramofone rouco toda noite” mantém o sentido se for reescrito da seguinte maneira: “o gramofone rouco todas as noites”.
D
O vocábulo “tudo”, em todos as estrofes, expressa uma contradição em relação ao plano secundário a que a mulher está relegada na família patriarcal; apesar da aparente sujeição, é ela quem está à frente de todas as coisas, inclusive da felicidade da qual o marido desfruta.
E
Na última estrofe, os dois primeiros versos insinuam causas para a ação sugerida no terceiro verso, a de comprar um bilhete lotérico semanalmente.
a37f27bb-f2
IFAL 2016 - Português - Ortografia

As dúvidas sempre surgem ao se escreverem palavras como “agiota”, “leiteiro” e “bilhete”: é com “g” ou “j”? é com “i” ou sem “i” antes do “r”? é só com “l” ou com “lh”? Observe a grafia das palavras seguintes e assinale a alternativa em que todas estão corretas.

TEXTO 4

Família

Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do Mundo.
Rio de Janeiro: Record, 1999.
A
tigela - cabeleireiro - empecilho
B
tijela - cabeleireiro - empecilho
C
tijela - cabelereiro - empecílio
D
tijela - cabeleireiro - empecílio
E
tigela - cabelereiro - empecilho
a37a5f71-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa falsa quanto às relações de coerência textual estabelecidas no poema.

TEXTO 4

Família

Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do Mundo.
Rio de Janeiro: Record, 1999.
A
Os numerais “três” e “duas”, no primeiro verso, concordam, respectivamente, com os substantivos que acompanham, funcionando como quantificadores destes; entretanto, no que toca à flexão de gênero, apenas o segundo é variável.
B
No poema, a articulação entre as palavras, com predominância de substantivos, estabelece uma coerência que o torna inteligível e constrói um significado para o título “Família”, definindo- a em moldes patriarcais.
C
Considerando-se, não apenas a questão sintática, mas principalmente o contexto, a conjunção “e”, no último verso de cada estrofe, pode sugerir outras relações semânticas que não a de mera adição.
D
O adjetivo “contentes”, que modifica o substantivo “dentes”, na segunda estrofe, traduz a felicidade do homem, satisfeito em suas necessidades pessoais, como o descanso, o erotismo, o prazer do fumo, o trabalho, a religiosidade e o alimento.
E
A conjunção “mas”, na terceira estrofe, é um conectivo que estabelece uma oposição entre “o bilhete todas as semanas branco” e “a esperança sempre verde”, ligando os substantivos “bilhete” e “esperança”, que se opõem entre si.
a375d901-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Do texto, só não se pode depreender que

TEXTO 4

Família

Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do Mundo.
Rio de Janeiro: Record, 1999.
A
a função de cuidar dos filhos, das empregadas e dos animais da casa, representada, em todas as estrofes, pela expressão “que trata de tudo”, sugere um servilismo da mulher ao homem, a qual limita sua esfera de atuação na sociedade ao campo doméstico e familiar.
B
os adjetivos “preta” e “mulata”, que caracterizam, respectivamente, a cozinheira e a copeira, inferem que a mulher negra continua escravizada, em subempregos nas casas de família, para garantirem o próprio sustento.
C
os substantivos que aparecem na segunda estrofe apontam para os privilégios de que só o homem pode gozar, considerando-se o seu papel de pai de família, mediante o qual tem poder absoluto sobre as mulheres da casa.
D
é geral, entre os membros da família, o sentimento de felicidade expresso no último verso, uma vez que os valores patriarcais são naturalmente aceitos por todos.
E
a mulher coisifica-se, na terceira estrofe, como mais um item na relação das despesas sob o gerenciamento do homem, único responsável pela administração financeira da casa.
a370e498-f2
IFAL 2016 - Português - Por que- porque/ porquê/ por quê, Interpretação de Textos, Ortografia, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Problemas da língua culta, Crase, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a única alternativa correta.


TEXTO 3


NADA COMO UMA BOA BRIGA

(Duda Teixeira)


COM TODO MUNDO lendo nas redes sociais somente as notícias que corroboram seus preconceitos, os debates entre políticos ganharam uma utilidade pública ainda maior. Ao confrontarem ideias opostas, eles revelam fragilidades e silenciam os radicalismos ancorados na internet. Na segunda-feira, 26, a refrega verbal entre Hillary Clinton e Donald Trump, candidatos à Presidência dos Estados Unidos, estendeu-se por noventa minutos. O republicano Trump escorregou ao dizer que não pode divulgar sua declaração de imposto de renda e ao negar ter sido a favor da Guerra do Iraque. A democrata Hillary não explicou por que passou a criticar os tratados de livre- comércio, os quais sempre defendeu. À vista de todos, nenhuma mentira ficou impune. As afirmações foram conferidas simultaneamente por equipes de jornalistas. Abastecido por eles, o moderador, Lester Holt, da NBC, interpelou várias vezes os dois rivais sobre as falsidades que tinham acabado de dizer. A transparência e a rapidez deixaram tudo mais empolgante e atraíram 84 milhões de espectadores nos Estados Unidos. Apesar do risco de corrigir algo que esteja certo, a checagem dos fatos em tempo real entusiasmou canais de televisão brasileiros, que pensam em reproduzir a iniciativa. Ficou a impressão de que, na era da polarização virtual, a democracia não perdeu vigor, como se especula aqui e ali. Está apenas sendo reinventada.

Veja. Ed. 2498, de 5 de outubro de 2016. p. 39.

A
O “a” em “candidatos à Presidência dos Estados Unidos” (l. 9) continuaria acentuado, se escrevêssemos “Presidente” em vez de “Presidência”.
B
Por estar explicando, a expressão “por que” (l. 13) deve ser grafada assim: “porque”.
C
Se substituíssemos a expressão “nenhuma mentira” (l. 15-16) por “mentira alguma”, a frase ficaria com o mesmo sentido.
D
Tanto faz escrever “espectadores” (l. 23) ou “expectadores”: as duas palavras são sinônimas.
E
Paralização” escreve-se com “z”, tal qual “polarização” (l. 28).
a36b30ab-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nas alternativas a seguir, a identificação dos referentes das palavras destacadas está correta, exceto em:


TEXTO 3


NADA COMO UMA BOA BRIGA

(Duda Teixeira)


COM TODO MUNDO lendo nas redes sociais somente as notícias que corroboram seus preconceitos, os debates entre políticos ganharam uma utilidade pública ainda maior. Ao confrontarem ideias opostas, eles revelam fragilidades e silenciam os radicalismos ancorados na internet. Na segunda-feira, 26, a refrega verbal entre Hillary Clinton e Donald Trump, candidatos à Presidência dos Estados Unidos, estendeu-se por noventa minutos. O republicano Trump escorregou ao dizer que não pode divulgar sua declaração de imposto de renda e ao negar ter sido a favor da Guerra do Iraque. A democrata Hillary não explicou por que passou a criticar os tratados de livre- comércio, os quais sempre defendeu. À vista de todos, nenhuma mentira ficou impune. As afirmações foram conferidas simultaneamente por equipes de jornalistas. Abastecido por eles, o moderador, Lester Holt, da NBC, interpelou várias vezes os dois rivais sobre as falsidades que tinham acabado de dizer. A transparência e a rapidez deixaram tudo mais empolgante e atraíram 84 milhões de espectadores nos Estados Unidos. Apesar do risco de corrigir algo que esteja certo, a checagem dos fatos em tempo real entusiasmou canais de televisão brasileiros, que pensam em reproduzir a iniciativa. Ficou a impressão de que, na era da polarização virtual, a democracia não perdeu vigor, como se especula aqui e ali. Está apenas sendo reinventada.

Veja. Ed. 2498, de 5 de outubro de 2016. p. 39.

A
eles revelam fragilidades” (l. 5) - os debates entre políticos
B
os quais sempre defendeu” (l. 15.) - os tratados de livre-comércio
C
“Abastecido por eles” (l. 18) - jornalistas
D
“que pensam em reproduzir a iniciativa” (l. 26- 27) - os brasileiros
E
“Está apenas sendo reinventada.” (l. 29-30) - a democracia
a3662e80-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto, é incorreto afirmar que


TEXTO 3


NADA COMO UMA BOA BRIGA

(Duda Teixeira)


COM TODO MUNDO lendo nas redes sociais somente as notícias que corroboram seus preconceitos, os debates entre políticos ganharam uma utilidade pública ainda maior. Ao confrontarem ideias opostas, eles revelam fragilidades e silenciam os radicalismos ancorados na internet. Na segunda-feira, 26, a refrega verbal entre Hillary Clinton e Donald Trump, candidatos à Presidência dos Estados Unidos, estendeu-se por noventa minutos. O republicano Trump escorregou ao dizer que não pode divulgar sua declaração de imposto de renda e ao negar ter sido a favor da Guerra do Iraque. A democrata Hillary não explicou por que passou a criticar os tratados de livre- comércio, os quais sempre defendeu. À vista de todos, nenhuma mentira ficou impune. As afirmações foram conferidas simultaneamente por equipes de jornalistas. Abastecido por eles, o moderador, Lester Holt, da NBC, interpelou várias vezes os dois rivais sobre as falsidades que tinham acabado de dizer. A transparência e a rapidez deixaram tudo mais empolgante e atraíram 84 milhões de espectadores nos Estados Unidos. Apesar do risco de corrigir algo que esteja certo, a checagem dos fatos em tempo real entusiasmou canais de televisão brasileiros, que pensam em reproduzir a iniciativa. Ficou a impressão de que, na era da polarização virtual, a democracia não perdeu vigor, como se especula aqui e ali. Está apenas sendo reinventada.

Veja. Ed. 2498, de 5 de outubro de 2016. p. 39.

A
as pessoas costumam ler apenas as notícias que ratificam as suas concepções.
B
a internet é um canal que pode contribuir para disseminar as intransigências humanas.
C
os debates políticos robustecem os preconceitos dos internautas.
D
a reprodução televisiva em tempo real dos debates entre os candidatos dá transparência aos seus posicionamentos políticos.
E
os candidatos expõem as suas fragilidades políticas diante uns dos outros, ao vivo na televisão, na contenda pelos votos dos eleitores.
a361ee08-f2
IFAL 2016 - Português - Ortografia, Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paraxítonas, Oxítonas e Hiatos

Quanto à acentuação gráfica das palavras em português padrão, marque a alternativa que traz uma informação errada.

A
Se assumir a forma substantiva, o adjetivo “compatível” deixa de ser uma paroxítona e perde o acento gráfico.
B
Os vocábulos “” e “é” acentuam-se por serem monossílabos tônicos em a e e, respectivamente.
C
As palavras “crespo”, “zero” e “cabelos” não são acentuadas graficamente pela mesma razão.
D
Caso a palavra “poderosa” estivesse no grau superlativo absoluto do adjetivo, perderia o acento tônico de paroxítona e ganharia o acento gráfico que a identificaria como proparoxítona.
E
O til, em “atenção” e “volumão”, não é, a rigor, um acento gráfico, mas um sinal indicador de que a letra sobre a qual se põe tem som nasal.
a35d7cc2-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Ortografia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para efeito de marketing, a empresa que vende o produto que se apresenta nesse rótulo infringe, propositadamente, a ortografia do português padrão. Em que palavra isso ocorre?

A
oleoso
B
poderosa
C
mixturinha
D
cachos
E
arrasar
a35a5dad-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No processo de interação linguística, estabelece-se um diálogo entre o autor e seu(s) interlocutor(es). No texto acima, a autoria, que pode ser compreendida como a empresa que vende o produto, fala a um público-alvo específico, cujas características se apreendem da seleção operada nas linguagens verbal e não verbal dispostas no enunciado. Quanto à visão que se cria dos possíveis destinatários desse texto, o que não é correto afirmar?

A
Assume-se uma visão de que, ao não alisar seu cabelo, mantendo-o com o aspecto natural – ondulado, cacheado ou crespo –, o interlocutor deseja impactar as pessoas ao seu redor.
B
Identifica-se o interlocutor como alguém próximo, familiar, que não se prende a maneiras formais de interação e que adota, em sua linguagem, gírias que circulam na sociedade nos tempos atuais.
C
Mulheres afrodescendentes são o público-alvo privilegiado desse texto, para quem seu interlocutor cultiva valores como beleza exterior, orgulho e poder.
D
O interlocutor é alguém que deseja um tratamento individualizado para seus cabelos, para os quais o cuidado dispensado supõe procedimentos específicos que se assemelham, metaforicamente, a um ritual.
E
Vê-se o interlocutor exclusivamente como alguém que se identifica com ritmos como funk e axé, e que tem, como valores fundamentais, a força coletiva, a ideia de raça e de respeito às diferenças.
a355b578-f2
IFAL 2016 - Português - Ortografia, Parônimos e Homônimos

Ao dizer que alcançou o “banco de uma universidade reconhecida, a PUC-SP”, o autor vale-se de uma linguagem figurada, em que, por meio de uma metonímia, utiliza a parte como equivalente do todo. De maneira conotativa, ele afirma, nesse trecho, que conquistou “uma vaga na universidade”. No dicionário, a palavra “banco” (móvel em que as pessoas sentam) é homônima do vocábulo “banco” (lugar onde se fazem transações monetárias). Considerando os pares de palavras abaixo, em qual deles também se verifica relação de homonímia?

TEXTO 1


“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)


       Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC- SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

       Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

      Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

      Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política! " 


(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

A
eminência / iminência
B
assento / acento
C
fragrante / flagrante
D
deferir / diferir
E
ratificar / retificar
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IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

“Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei.” A frase manter-se-ia com sentido equivalente se, em vez da palavra grifada, se utilizasse um vocábulo que lhe fosse sinônimo, tal qual

TEXTO 1


“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)


       Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC- SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

       Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

      Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

      Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política! " 


(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

A
desvalorizado
B
mulato
C
excluído
D
mestiço
E
pobre
a34e725d-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sabe-se que, nos textos, assumem-se diferentes estilos linguísticos, de acordo com os contextos enunciativos, que demandam diferentes níveis de linguagem. Quanto a esse aspecto no texto de Belchior, marque a alternativa correta.

TEXTO 1


“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)


       Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC- SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

       Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

      Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

      Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política! " 


(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

A
Porque se trata de texto que aborda um tema de ordem política, adota-se nele uma linguagem formal, requerida pelo distanciamento que há entre o autor e seus possíveis interlocutores.
B
No texto predomina a informalidade, fazendo- se uso, inclusive, de expedientes morfossintáticos e fonético-fonológicos mais próximos da linguagem coloquial.
C
A inserção do autor em seu discurso provê ao texto um tom descontraído, que faz predominar nessa produção a coloquialidade, a desmesurada espontaneidade e, consequentemente, a aproximação com o leitor.
D
A impessoalidade é a marca principal desse texto, que lhe garante fazer-se permanentemente em nível formal.
E
A presença do tom formal no texto dificulta a compreensão do leitor, que é colocado em posição distanciada do autor.
a349c4d0-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na frase “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”, o vocábulo destacado sugere que

TEXTO 1


“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)


       Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC- SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

       Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

      Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

      Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política! " 


(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

A
a citação feita por Douglas Belchior quis, possivelmente, preservar a forma original do enunciado.
B
Douglas Belchior quis evidenciar a incapacidade do autor da frase em utilizar a grafia padrão do português.
C
o sujeito que produziu esse enunciado considera seu interlocutor uma pessoa hierarquicamente superior, a quem se deve respeito no momento da interação.
D
o autor do texto original objetivou, pela contração linguística, amenizar o caráter violento do enunciado.
E
nem mesmo as pessoas que se julgam melhores que as outras conseguem evitar os erros ortográficos.
a346ca7a-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Quanto aos aspectos relativos ao circuito da comunicação no texto de Douglas Belchior, a única alternativa correta é:

TEXTO 1


“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)


       Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC- SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

       Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

      Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

      Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política! " 


(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

A
apesar de o autor inserir-se no texto, fazendo referência a sua história, a função da linguagem predominante não é a emotiva.
B
não existe, no texto em análise, nenhuma sequência enunciativa que tenha caráter apelativo.
C
os destinatários do texto são os professores da rede pública de São Paulo.
D
como o texto faz uso de linguagem figurada, nele predomina a função poética da linguagem.
E
por predominar o emissor da mensagem, o texto não tem um referente.
a3432839-f2
IFAL 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Apenas não se pode afirmar que o autor desse texto

TEXTO 1


“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)


       Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC- SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

       Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

      Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

      Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política! " 


(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

A
expõe uma opinião sobre a participação do negro na atividade política.
B
se vale de sua história de vida para fundamentar sua posição quanto ao assunto discutido.
C
responde de maneira altiva a uma provocação que lhe foi feita.
D
sugere, indiretamente, a criação de cotas raciais para negros na política.
E
rejeita a noção de que a cor da pele das pessoas determina os lugares que elas podem ocupar na sociedade.