Questõesde IF-GO 2010 sobre Português

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Foram encontradas 16 questões
7b902c1a-b6
IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere as afirmativas a seguir.

I. No poema Auto-retrato, como em boa parte de sua obra, Manuel Bandeira apresenta uma visão bem humorada dos sofrimentos e descontentamentos do ser humano diante de suas limitações.
II. Clarice Lispector escreveu contos e romances que discutem a relevância do contexto social para os personagens de suas narrativas, com uma perspectiva politicamente engajada.
III. Escritores brasileiros do século XX, Clarice Lispector e Manuel Bandeira se aproximam pela tendência negativista, apresentando sempre o homem por seus hábitos e características mais condenáveis.
IV. Manuel Bandeira é considerado um autor da primeira geração modernista, enquanto Clarice Lispector filia-se à terceira geração de autores do modernismo brasileiro.

Estão corretas:

TEXTO 4

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província; 
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.”
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983) 

 TEXTO 5

Felicidade clandestina (excerto)

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
    Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. 
    Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”

(Clarice Lispector. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998)  
A
Apenas I e II.
B
Apenas II, III e IV.
C
Apenas I e IV.
D
Apenas I, III e IV.
E
Apenas II e III.
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nos textos 4 e 5, os autores utilizam a descrição para:

TEXTO 4

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província; 
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.”
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983) 

 TEXTO 5

Felicidade clandestina (excerto)

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
    Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. 
    Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”

(Clarice Lispector. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998)  
A
Explorar os aspectos físicos e comportamentais, traços que permitem justificar a atitude irônica do eu-lírico no texto 3 e sádica da personagem descrita no texto 4.
B
De forma realista, retratar exatamente os aspectos físicos dos sujeitos a fim de associar suas atitudes às características físicas que lhe são típicas.
C
Apresentar o estado de espírito dos sujeitos descritos: no poema, a tristeza do eu-lírico; no conto, a alegria da narradora.
D
Enumerar um grande número de detalhes e assinalar os traços mais singulares dos sujeitos, sem se importar com a exatidão e a relevância de tais detalhes para a compreensão dos textos.
E
Apresentar um julgamento moral de sujeitos que, limitados por suas características físicas e psicológicas, ficam imobilizados diante das dificuldades enfrentadas.
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A expressão “É o chapéu”, na propaganda, tem o mesmo efeito de sentido que a expressão sublinhada em

TEXTO 3


Hitler vs. Chaplin
“Hut Weber. É o chapéu”.

(disponível em:
designrn.files.wordpress.com/2008/12/hutweber_hitler_chaplin)
A
“O presidente dos Estados Unidos brindou o colega Luiz Inácio Lula da Silva com a frase “Esse é o cara”.
B
“Preste atenção, o mundo é um moinho.”
C
“O Brasil é o país mais desigual da América Latina, onde os 10% mais ricos concentram 50,6% da renda.”
D
“A voz do povo é a voz de Deus.” 
E
“Cada pássaro é um milagre.”
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

TEXTO 3


Hitler vs. Chaplin
“Hut Weber. É o chapéu”.
(disponível em: designrn.files.wordpress.com/2008/12/hutweber_hitler_chaplin)

O texto 3 é criação de uma agência publicitária alemã para a chapelaria Hut Weber. Para divulgar o produto, a propaganda vale-se de:

A
Negação do papel histórico vivenciado por Hitler e Chaplin, especialmente ao utilizar a abreviação da palavra “versus” em latim.
B
Uma comparação entre duas personalidades do século XX, indicando que pequenos detalhes podem representar grandes diferenças de caráter.
C
Uma visão irônica e cética sobre os eventos que circundaram os dois sujeitos representados no desenho.
D
Elementos gráficos que representam Hitler e Chaplin, evidenciando as semelhanças de suas atitudes.
E
Linguagem não-verbal que nega os papéis desempenhados por Hitler e Chaplin durante a Segunda Guerra Mundial.
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Preposições, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Com relação ao sentido e às estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa correta.

Leia o texto 2 a seguir para responder a questão.

TEXTO 2

Polivalência: do mito... para a realidade

   A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.  
     Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo? 
    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI. 
      Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.
      Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.
(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado)  
A
No texto, o uso dos verbos no futuro do pretérito do subjuntivo, como “estaria cumprindo”, “estaria deixando de ser”, “estaria gerando”, é indicação de certeza em relação ao processo em curso.
B
O pronome “isso”, no 2º parágrafo, é usado para resumir a ideia de que “graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas”.
C
No 3º parágrafo, a substituição da preposição “de”, em “dos” sistemas informatizados” por “com que”, preservaria a correção e a coerência textuais.
D
O pronome “suas”, no 5º parágrafo, relaciona-se com a manutenção de condições das formas de organização do trabalho.
E
As expressões “informatizados“ e “automatizados”, grifadas no texto, identificam características referentes aos sistemas e aos equipamentos dos processos produtivos.
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto, o autor afirma que a imagem do novo trabalhador:

Leia o texto 2 a seguir para responder a questão.

TEXTO 2

Polivalência: do mito... para a realidade

   A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.  
     Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo? 
    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI. 
      Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.
      Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.
(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado)  
A
Acaba elegendo critérios de sólida competência profissional.
B
Revela o sentido formativo que a educação para o trabalho deve assegurar.
C
Acentua o interesse pessoal de qualificação para todas as faixas etárias.
D
Garante a plena realização das iniciativas políticas de quem deseja construir uma nova ordem social.
E
Expõe o baixo grau de qualificação exigido pelos sistemas produtivos.
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O tema básico do texto, em torno do qual o autor organiza seus argumentos, pode ser expresso pelas seguintes proposições, exceto uma. Assinale-a.

Leia o texto 2 a seguir para responder a questão.

TEXTO 2

Polivalência: do mito... para a realidade

   A modernidade, ao flexibilizar a divisão de tarefas no interior dos processos produtivos, estaria cumprindo com o papel de substituir o desqualificado e descomprometido “apertador de parafusos” por um funcionário que pensa e molda seu próprio emprego, à medida em que é chamado a experimentar novos métodos de trabalho capazes de garantir ao mesmo tempo a sua realização pessoal e o crescimento da empresa. Desta forma, graças à polivalência, o ser humano estaria deixando de ser um mero apêndice das máquinas para reencontrar no trabalho o caminho de sua própria humanização.  
     Mas será que é isso mesmo? Com a polivalência, o capital estaria mesmo abrindo mão da crescente submissão do homem à máquina que, aliás, é um dos elementos que lhe garantem a progressiva exploração da força de trabalho? A polivalência que tem sua origem na flexibilização e na automação dos processos produtivos estaria gerando uma maior qualificação do trabalhador coletivo? 
    O novo trabalhador, a ser moldado de acordo com as necessidades dos sistemas informatizados, teria que ser jovem, polivalente, sem tradição de luta, com estudos que lhe fornecessem conhecimentos gerais mais amplos (o segundo grau, por exemplo) ou, no limite, as noções técnicas básicas que podem ser assimiladas através dos cursos de SENAI. 
      Ou seja, o perfil da grande maioria dos trabalhadores, que do final da década de 80 até os nossos dias começam a compor o quadro de funcionários das grandes empresas, tem como traços fundamentais a ausência de uma militância política e de uma qualificação efetiva, ao lado de uma bagagem de conhecimentos que serve apenas para proporcionar-lhes uma leitura rápida e segura das informações que aparecem nos sistemas de controle dos equipamentos automatizados e para garantir uma rápida operacionalização das ordens recebidas.
      Se tivermos que descrever em poucas palavras o perfil de um trabalhador polivalente, diríamos que ele não passa de um “pau pra toda obra” que, diante do aumento do desemprego e da ameaça constante que isso traz à manutenção de suas condições de vida, percebe uma sensação de alívio ao aderir, ora ativa ora passivamente, aos objetivos e aos limites impostos pela lógica das mudanças no interior do sistema capitalista. Lógica que tem na polivalência e na flexibilização dos processos de trabalho dois importantes instrumentos para ocultar a continuidade histórica da necessidade da classe dominante ir adequando a organização do trabalho às exigências da acumulação do capital e para apagar nas classes trabalhadoras a memória coletiva de sua tradição de lutas e, com ela, a necessidade de construir uma nova ordem social.
(GENNARI, Emílio. Automação, Terceirização e Programas de Qualidade Total: os fatos e a lógica das mudanças nos processos de trabalho. São Paulo: CPV, 1997. Adaptado)  
A
O discurso da modernização propõe a qualificação para a polivalência, mas o que de fato é exigido é o exercício de várias funções repetitivas.
B
Um dos mais tentadores mitos do século XXI é o de que a evolução tecnológica vai garantir nossa realização pessoal e crescimento profissional.
C
Pode-se depreender que, para a maioria da população, os avanços tecnológicos têm servido majoritariamente para subordinar as pessoas ao processo de produção.
D
As características atuais do setor produtivo levam à ampliação de atividades que abrangem a valorização da cultura do trabalho e a mobilização política dos trabalhadores.
E
Os discursos em torno de um novo perfil do trabalhador colocam a polivalência e a flexibilidade como elementos para uma qualificação profissional adequada.
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

TEXTO 1

(QUINO.Toda Mafalda. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.p.82.)

Tendo em vista os significados implícitos na tira, assinale a afirmação incorreta.

A
Ao referir-se ao mesmo tempo à infância e à guerra, o cartunista chama atenção para o fato de que as crianças não são imunes à influência de complexas conjunturas sociais e políticas.
B
Ao representar uma brincadeira infantil com a guerra nuclear, o texto sugere que as crianças devem conviver com armas durante a infância.
C
O mundo moderno avança rápido, condicionando as pessoas a usar táticas e estratégias cada vez mais abruptas.
D
No universo infantil, o imaginário distingue-se pouco da realidade, o que permite à tirinha explorar, pela comicidade, a tragédia da guerra nuclear em uma brincadeira.
E
A narrativa traz à tona a irracionalidade de uma guerra nuclear, que destrói a continuidade de qualquer forma de existência.
f995320b-b6
IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Problemas da língua culta, Coesão e coerência, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre as relações morfossintáticas, analise as seguintes proposições:


I. Em “Na realidade, não existe filosofia em geral: existem diversas filosofias ou concepções...”, as formas verbais destacadas podem ser substituídas pela forma verbal “” preservando-se a correção gramatical.

II. O pronome “esta” em “É esta escolha um fato puramente intelectual, ou é um fato mais complexo?” exerce a função de termo que retoma uma ideia já enunciada.

III. Em “logicamente afirmada como fato intelectual” – os termos grifados participam da mesma classe gramatical.

IV. No período “A má-fé pode ser uma explicação satisfatória para alguns indivíduos considerados isoladamente, ou até mesmo para grupos mais ou menos numerosos...”, estalece-se uma relação de oposição entre as duas orações.


Estão corretas:

Texto 4
Subsídio para debate sobre cultura

     Na realidade, não existe filosofia em geral: existem diversas filosofias ou concepções do mundo e sempre se faz uma escolha entre elas. Como ocorre essa escolha? É esta escolha um fato puramente intelectual, ou é um fato mais complexo? E não ocorre frequentemente que entre o fato intelectual e a norma de conduta exista uma contradição? Qual será, então, a verdadeira concepção do mundo: a que é logicamente afirmada como fato intelectual, ou que resulta da atividade real de cada um, que está implícita na sua ação? E, já que a ação é sempre uma ação política, não se pode dizer que a verdadeira filosofia de cada um se acha inteiramente contida na sua política? Este contraste entre o pensar e o agir, isto é, a coexistência de duas concepções do mundo, uma afirmada por palavras e a outra manifestando-se na ação efetiva, nem sempre se deve à má-fé. A má-fé pode ser uma explicação satisfatória para alguns indivíduos considerados isoladamente, ou até mesmo para grupos mais ou menos numerosos, mas não é satisfatória quando o contraste se verifica nas manifestações vitais de grandes massas: neste caso, ele não pode deixar de ser a expressão de contrastes mais profundos de natureza histórico-social.  
Gramsci, Antônio. Concepção Dialética da História. São Paulo:
Civilização Brasileira, s/d. 
A
III e IV
B
I e II
C
I e IV

D
II e III
E
I, III e IV
f990d446-b6
IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com o texto, assinale a alternativa incorreta.

Texto 4
Subsídio para debate sobre cultura

     Na realidade, não existe filosofia em geral: existem diversas filosofias ou concepções do mundo e sempre se faz uma escolha entre elas. Como ocorre essa escolha? É esta escolha um fato puramente intelectual, ou é um fato mais complexo? E não ocorre frequentemente que entre o fato intelectual e a norma de conduta exista uma contradição? Qual será, então, a verdadeira concepção do mundo: a que é logicamente afirmada como fato intelectual, ou que resulta da atividade real de cada um, que está implícita na sua ação? E, já que a ação é sempre uma ação política, não se pode dizer que a verdadeira filosofia de cada um se acha inteiramente contida na sua política? Este contraste entre o pensar e o agir, isto é, a coexistência de duas concepções do mundo, uma afirmada por palavras e a outra manifestando-se na ação efetiva, nem sempre se deve à má-fé. A má-fé pode ser uma explicação satisfatória para alguns indivíduos considerados isoladamente, ou até mesmo para grupos mais ou menos numerosos, mas não é satisfatória quando o contraste se verifica nas manifestações vitais de grandes massas: neste caso, ele não pode deixar de ser a expressão de contrastes mais profundos de natureza histórico-social.  
Gramsci, Antônio. Concepção Dialética da História. São Paulo:
Civilização Brasileira, s/d. 
A
As ações individuais dos sujeitos estão sempre subordinadas a processos de reflexão que se constituem como escolhas positivas.
B
Tanto no contexto da ação quanto da reflexão, há determinações complexas de natureza histórico-social atuando sobre as escolhas dos indivíduos.
C
Assim como há diversas concepções de mundo, diversas filosofias, há diversas políticas intervindo socialmente.
D
Das manifestações das grandes massas resulta a convicção de se considerar que suas escolhas precisam ser compreendidas como práticas sociais.
E
É preciso considerar as implicações das escolhas dos grupos sociais, inclusive para o reconhecimento da má-fé de determinadas ações políticas.
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Formação das Palavras: Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As palavras “rotinização”, “apequenamento” e “embrutecimento”, destacadas no texto:

Texto 3


       Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho de forma que já não há nada que mais nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar.

     Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência, criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, nosso tempo de vida.


Sader, Emir. Trabalhemos menos, trabalhemos todos.

In Correio Braziliense, 18/11/2007(adaptado).

A
Funcionam como determinantes e permitem ampliar o sentido da expressão “produtividade do trabalho”.
B
Estabelecem uma relação de intensidade entre si, causando uma gradação de sentido positivo dentro do texto.
C
Correspondem à mesma classificação gramatical que as palavras “comer, dormir, descansar, acasalar”.
D
São formadas pelo processo de derivação por sufixação, que lhes conforma um sentido pejorativo.
E
São responsáveis por modificar o sentido da expressão “processo de trabalho”, atribuindolhe um juízo de valor negativo.
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IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere as seguintes informações:


I. A comparação entre as diferenças dos seres humanos e dos outros animais é possível porque há dimensões físicas da natureza humana, comuns com o mundo animal.

II. A argumentação do texto foi estruturada com base em duas ideias opostas de trabalho: o trabalho alienado e o trabalho emancipador.

III. O texto reafirma que, na sociedade capitalista, a alienação do trabalhador é completa.

IV. As ideias expressas no texto reduzem a noção de trabalho apenas à rotinização e à produtividade como meio de subsistência.


Estão corretas:

Texto 3


       Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho de forma que já não há nada que mais nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar.

     Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência, criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, nosso tempo de vida.


Sader, Emir. Trabalhemos menos, trabalhemos todos.

In Correio Braziliense, 18/11/2007(adaptado).

A
I, II, III

B
II e III
C
I, II, IV
D
II, III, IV
E
I e IV
f9873553-b6
IF-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A metáfora transfigura o sentido das palavras expandindo a possibilidade de associações entre signos diferentes. Nos versos “e sabe-se lá quantos/outros/braços do polvo a nos sugar a vida/e a bolsa”, o poeta estruturou seu pensamento metaforicamente para:

Texto 2
                   Homem Comum
Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.

Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o guarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei
bandejas bandeiras bananeiras
tudo
misturado
essa lenha perfumada
que se acende
e me faz caminhar
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo, 
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.
Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.

Que o tempo é pouco
e aí estão o Chase Bank,
a IT & T, a Bond and Share,
a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton,
e sabe-se lá quantos outros
braços do polvo a nos sugar a vida
e a bolsa
Homem comum, igual
a você,
cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.
A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.

Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.
Gullar, F. Dentro da noite veloz. Civilização Brasileira, 1975; 3ª ed.,
José Olympio, 1998. In: Toda poesia. José Olympio, 12ª ed., 2002.
A
Minimizar o alcance de organizações econômicas nas representações dos anseios da sociedade.
B
Realçar a antítese que há entre as empresas citadas e o domínio econômico imposto pelo imperialismo.
C
Expandir e intensificar as experiências vividas pelo homem comum nas múltiplas realidades sociais.
D
Destacar a importância da união dos homens comuns como braços de um mesmo projeto social.
E
Associar o imperialismo a um polvo aprisionando povos e países pelo domínio econômico.
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Quanto à construção de sentidos, podemos afirmar que, no poema:

Texto 2
                   Homem Comum
Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.

Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o guarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei
bandejas bandeiras bananeiras
tudo
misturado
essa lenha perfumada
que se acende
e me faz caminhar
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo, 
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.
Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.

Que o tempo é pouco
e aí estão o Chase Bank,
a IT & T, a Bond and Share,
a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton,
e sabe-se lá quantos outros
braços do polvo a nos sugar a vida
e a bolsa
Homem comum, igual
a você,
cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.
A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.

Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.
Gullar, F. Dentro da noite veloz. Civilização Brasileira, 1975; 3ª ed.,
José Olympio, 1998. In: Toda poesia. José Olympio, 12ª ed., 2002.
A
Fala-se de um encontro que se realiza entre o poeta e o homem comum, quando eles rompem com as obrigações do cotidiano para viver um dia de inteira liberdade.
B
O uso de imagens da natureza descaracteriza a necessidade do homem mobilizar-se contra a exploração do latifúndio.
C
A voz do eu-lírico, ao dizer de si, pretende identificar-se com o homem comum, a fim de motivá-lo para a união e para a luta por um mundo melhor.
D
Propõe-se o sonho como uma saída face à realidade esmagadora que obriga o homem a preocupar-se apenas com questões relativas à sobrevivência.
E
Sugere-se, pela imagem do homem comum, a ideia de conformidade ao estado de coisas pela precariedade de sua condição social.
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A presença de um tubarão prestes a devorar o personagem, no último quadrinho:

Texto 1

A
Indica a responsabilidade do homem em relação às questões ambientais no planeta.
B
Inverte os papéis de predador e presa ocupados pelo homem e pelo tubarão.
C
Causa espanto pela impossibilidade de tal animal viver entre os humanos.
D
Revela o absurdo do homem se submeter a tantos perigos em sua vida.
E
É metáfora das dificuldades vividas pelo homem e que devem ser encaradas de frente.
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Nos quadrinhos acima, a interação dos elementos verbais e não verbais permite:

Texto 1

A
A economia de linguagem e a limitação de sentidos a serem percebidos no texto.
B
O aproveitamento da sequência narrativa para criar expectativas quanto ao desfecho da história.
C
A ausência de uma voz narradora que indique os acontecimentos e as reflexões dos personagens.
D
Uma leitura literal das imagens, com a associação simples entre o texto escrito e as expressões faciais.
E
O uso de recursos sonoros que explicam o comportamento do personagem.