
O TEXTO 1 é um trecho de uma cartilha divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e o TEXTO 2 é
uma tirinha de Alexandre Beck. Ainda que sejam produzidos como gêneros textuais diferentes, ambos
os textos têm os seguintes elementos em comum:

TEXTO 1
LER NOS TORNA MAIS FELIZES
(1) “A leitura nos torna mais felizes e nos ajuda a enfrentar melhor a nossa existência. Os leitores vivem mais contentes e satisfeitos do que os não leitores, e são, em geral, menos agressivos e mais otimistas”. A afirmação é dos responsáveis por uma análise efetuada recentemente pela Universidade de Roma III a partir de entrevistas com 1.100 pessoas. Aplicando índices como o da medição da felicidade de Vennhoven e escalas como a Diener para medir o grau de satisfação com a vida, os pesquisadores chegaram a essas conclusões, que demonstram, como afirma Nuccio Ordine, autor do manifesto “A Utilidade do Inútil”, que “alimentar o espírito pode ser tão importante quanto alimentar o corpo”. E que precisamos, bem mais do que se imagina, dessas experiências e conhecimentos que não se traduzem em benefícios econômicos.
(2) Como nos sentimos e quais mudanças experimentamos ao mergulhar em uma história? Há um efeito transformador? Os protagonistas das ficções nos levam a que enxerguemos as nossas contradições e os nossos desejos? Fazem com que nos recordemos de coisas essenciais, talvez esquecidas?
(3) A ciência possui cada vez mais recursos para responder a essas perguntas. Artigos publicados em revistas especializadas expõem resultados de ressonâncias magnéticas que revelam a alta conectividade que se estabelece no sulco central do cérebro, região do motor sensorial primário, e no córtex temporal esquerdo, área associada à linguagem, enquanto lemos um livro e depois de acabá-lo.
(4) O estresse se reduz e a inteligência emocional sai ganhando, assim como o desenvolvimento psicossocial, o autoconhecimento e o cultivo da empatia, segundo uma equipe de neurocientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, que monitoraram as reações de 21 estudantes durante 19 dias seguidos. A leitura pode até mesmo alterar comportamentos por meio da identificação com os protagonistas das histórias lidas, defende Keith Oatley, romancista e professor de Psicologia Cognitiva da Universidade de Toronto.
(5) “É muito custoso, para nós, colocarmo-nos no lugar do outro no dia a dia, mas quantas vezes já não nos colocamos na pele de um personagem de romance? Criamos uma empatia com ele e isso nos ajuda a compreender melhor os sinais emitidos pelos outros”, argumenta Antonella Fayer, psicóloga e coach especializada no desenvolvimento da liderança, para quem “as lições sobre dilemas morais e emocionais que encontramos na literatura são necessárias para todas as pessoas, e, muito especialmente, para aquelas que estão convencidas de que não têm tempo. Seria conveniente para elas se conseguissem parar um pouco e fazer leituras para melhorar a sua compreensão dos outros”, assinala Fayer, fazendo uma alusão às palavras de Alan Brew, ex-editor do Financial Times: “Ler os grandes autores faz de você uma pessoa mais bem preparada para tomar decisões criativas, interessantes e educadas”.
(6) O convencimento quanto aos benefícios gerados pela leitura é o que move a School of Life, um centro londrino de biblioterapia que prescreve livros para ajudar na superação de conflitos (rupturas, disputas etc). Como diz o filósofo Santiago Alba Rico - autor de “Leer con niños” (Ler com crianças), um ensaio que estimula nos pais o prazer de compartilhar histórias com seus filhos -, a leitura, como a paixão, é um “vício virtuoso”. Quando conhecemos o bem que ela nos proporciona, não conseguimos deixar de praticá-la. Voltemo-nos, portanto, para a literatura, como convidava Cortázar, “como se vai aos encontros mais essenciais da existência, como se vai ao encontro do amor e, às vezes, da morte, sabendo que fazem parte de um todo indissolúvel, e que um livro começa e termina muito antes e muito depois de sua primeira e de sua última página”.
RODRÍGUEZ, Emma. Ler nos torna mais felizes. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/22/eps/1453483676_726569.html>. Acesso em: 19 out. 2019 (adaptado).
Leia o TEXTO 1 para responder à questão.
TEXTO 1
TEXTO 1
AS CRÔNICAS DE NÁRNIA
(1) Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal – o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí. Seis outros livros vieram depois e, juntos, ficaram conhecidos como “As Crônicas de Nárnia”.
(2) Em um universo completamente mágico e original, C.S. Lewis conduz a terra de Nárnia desde a sua criação até o seu fim em sete livros incríveis. “As Crônicas de Nárnia” é um conjunto de histórias que abrangem diversas épocas dentro de um cenário repleto de castelos, membros da realeza, guerreiros, criaturas fantásticas, feiticeiras e uma mitologia bem extensa.
(3) O autor buscou uma forma de elaborar a história da Bíblia em um contexto original e inspirado no livro sagrado, de modo que até mesmo quem não concorda com os seus preceitos e ensinamentos sinta interesse em iniciar a sua leitura. Além disso, há também referências claras às mitologias grega e nórdica e aos contos de fada, além da inserção de seres icônicos como o Papai Noel. Desde o Gênese ao Apocalipse, Nárnia vivencia muitos períodos, nos quais questões muito diferentes são abordadas. Entretanto, há um elemento comum em todos os livros: os papéis principais são dados a crianças. São esses pequenos heróis que se descobrem grandes salvadores e se sentem no dever de lutar para proteger a terra que tanto amam e que depende deles.
(4) A oposição entre Aslam e Tash começa a ganhar força no decorrer da cronologia dos livros, sempre camuflada em um contexto de conflitos por terras e guerras entre reinos. Em “A Última Batalha”, é citado que Aslam remete ao bem e Tash, ao mal. Qualquer um que estiver seguindo a um dos dois e praticar o bem estará, na verdade, seguindo a Aslam. Se for o oposto, estará seguindo a Tash. Ambos são os contrastes de atitudes boas e ruins que podem ser cometidas de acordo com o caráter, o comportamento e as escolhas de cada um.
(5) No geral, os personagens de mais destaque em toda a obra são: Aslam, Digory Kirke, Polly Plummer, A Feiticeira Branca, Pedro Pevensie, Susana Pevensie, Edmundo Pevensie, Lucy Pevensie, Sr. Tumnus, Os Castores, Caspian X, Ripchip, Trumpkin, Shasta, Aravis, Eustáquio Mísero, Jill Pole, Brejeiro, Rilian, Confuso, Manhoso, Tirian e Tash. Cada um possui uma personalidade bastante distinta do outro e todos apresentam características que os tornam originais e clássicos em uma obra que é considerada essencial na vida de uma criança, mas que também pode ser apreciada por pessoas de qualquer faixa etária.
[...]
LIMA, Victor. Disponível em:
TEXTO 1
ESTUDO REVELA QUE PRATICAR ATOS DE GENEROSIDADE TRAZ FELICIDADE
Cientistas realizaram experimento em um laboratório em Zurique com 50 pessoas que relataram seus próprios níveis de felicidade após atos de generosidade
(1) O que inspira os humanos a praticarem atos de generosidade? Economistas, psicólogos e filósofos refletem sobre esta questão há milênios.
(2) Se pressupusermos que o comportamento humano é motivado, principalmente, pelo interesse pessoal, parece ilógico sacrificar voluntariamente os recursos pelos outros.
(3) Na tentativa de resolver esse paradoxo, alguns especialistas formularam a teoria de que doar ou presentear satisfaz o desejo de elevar a posição do indivíduo em um grupo.
(4) Outros sugeriram que o ato promove a cooperação tribal e a coesão - um elemento-chave na sobrevivência dos mamíferos. Outra explicação é que doamos apenas porque esperamos receber algo em troca.
(5) Um estudo publicado recentemente sugere que a resposta pode ser muito mais simples: doar nos deixa felizes. Os cientistas realizaram um experimento em um laboratório em Zurique com 50 pessoas que relataram seus próprios níveis de felicidade após atos de generosidade.
(6) Consistentemente, eles indicaram que doar era uma experiência de bem-estar.
(7) Ao mesmo tempo, os exames de ressonância magnética revelaram que uma área do cérebro ligada à generosidade desencadeou uma resposta em outra parte relacionada à felicidade.
(8) "Nosso estudo fornece evidências comportamentais e neurais que apoiam a ligação entre generosidade e felicidade", escreveu a equipe na revista científica Nature Communications.
(9) Os pesquisadores informaram aos participantes que cada um deles teria à disposição um valor de 25 francos suíços (US$ 26) por semana durante quatro semanas.
(10) Metade dos participantes foram convidados a se comprometer a gastar o dinheiro com outras pessoas, enquanto o resto poderia planejar como gastaria o dinheiro com eles próprios. Nenhum dinheiro foi realmente recebido ou gasto por nenhum dos dois grupos.
(11) Depois de se comprometerem com os gastos, os participantes responderam às perguntas enquanto seus cérebros estavam sendo examinados. As perguntas evocaram cenários que opunham os próprios interesses dos participantes contra os interesses dos beneficiários da sua generosidade experimental.
(12) Os pesquisadores examinaram a atividade em três áreas do cérebro - uma ligada ao altruísmo e ao comportamento social; uma segunda, à felicidade; e uma terceira área envolvida na tomada de decisões.
(13) A equipe descobriu que o grupo que se comprometeu a doar o dinheiro relatou estar mais feliz do que os que iam gastar a quantia com eles próprios.
(14) As descobertas têm implicações para a educação, política, economia e saúde pública, segundo os pesquisadores.
(15) "A generosidade e a felicidade melhoram o bem-estar individual e podem facilitar o sucesso social", escreveram.
Jornal do Commércio. Disponível em: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/internacional/noticia/2017/07/12/estudo-revela-que-praticar-atos-de-generosidade-traz-felicidade-294878.php. Acesso: 08 out. 2017(adaptado).
Por se tratar de uma notícia e ser de cunho informativo, observam-se sequências narrativas e descritivas em sua composição.
Leia o TEXTO 2 para responder a questão.
TEXTO 2
FUTEBOL DE RUA
(3) DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.
(4) DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, de um a 70 para cada lado. Algumas convenções devem ser respeitadas. Ruim vai para o gol. De óculos é meia-armador, para evitar os choques.
(5) DO JUIZ – Não tem juiz.
(6) DAS INTERRUPÇÕES – No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada numa destas eventualidades:
(7) a) Se a bola for para baixo de um carro estacionado e ninguém conseguir tirá-la, mande o seu irmão menor.
(8) b) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar não mais de 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isto não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa ou apartamento e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação. Se o apartamento ou casa for de militar reformado com cachorro, deve-se providenciar outra bola. Se a janela atravessada pela bola estiver com o vidro fechado na ocasião, os dois times devem reunir-se rapidamente para deliberar o que fazer. A alguns quarteirões de distância.
(9) c) Quando passarem veículos pesados pela rua. De ônibus para cima. Bicicletas e Volkswagen, por exemplo, podem ser chutados junto com a bola e se entrar é gol.
(10) DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando!
(11) DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o futebol de verdade (que é como, na rua, com reverência, chamam a pelada), mas com algumas importantes variações. O goleiro só é intocável dentro da sua casa, para onde fugiu gritando por socorro. É permitido entrar na área adversária tabelando com uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é córner.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Futebol de rua. Disponível em: < http://contobrasileiro.com.br/futebol-de-ruacronica-de-luis-fernando-verissimo/>.
Acesso em: 05 maio 2018 (adaptado).