Questõesde ESPM 2019 sobre Português

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Foram encontradas 17 questões
85878ef2-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere o que segue:


8ce2767bdd707be17b73.png (556×417)


Diante de coisa tão doída

conservemo-nos serenos.


Cada minuto de vida

nunca é mais, é sempre menos.


(...)

Desde o instante em que se nasce

já se começa a morrer.


(“Relógio”, de Cassiano Ricardo)


Que havemos de esperar, Marília bela?

Que vão passando os florescentes dias?

As glórias que vêm tarde já vêm frias,

E pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.

Ah! não, minha Marília,

Aproveite-se o tempo, antes que faça

O estrago de roubar ao corpo as forças

E ao semblante a graça!


(Marília de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga, Primeira Parte, Lira XIV)


A partir dos excertos e da imagem, verifique as afirmações:

I. Os dois fragmentos de poemas tratam da passagem do tempo e em ambos existe o convite do eu lírico, reportando-se ao tema clássico do “carpe diem”.
II. O tom pessimista do poema de Cassiano Ricardo também aparece no de Tomás Antônio Gonzaga, já que este afirma que a estrela (“sorte”) pode mudar, e as glórias tardias chegam sem graça (“vêm frias”).
III. A marcação cronológica das horas se esvaindo, observável no quadro de Salvador Dali, encontra ideia análoga no poema de Cassiano Ricardo quanto à inexorabilidade do tempo na existência humana.

É correto o que se afirma em:

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
85807975-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


Abaporu, Tarsila do Amaral

O herói deu um espirro e botou corpo. Foi desempenando crescendo fortificando e ficou do tamanho dum home taludo. Porém a cabeça não molhada ficou pra sempre rombuda e com carinha enjoativa de piá.

(Mário de Andrade, Macunaíma, capítulo II)

As lágrimas escorregando pelas faces infantis, do herói iam lhe batizar a peitaria cabeluda. Então ele suspirava sacudindo a cabecinha:

— Qual, manos! Amor primeiro não tem companheiro, não!...

(Mário de Andrade, Macunaíma, capítulo IV)


A partir da imagem e dos excertos, verifique as afirmações abaixo:


I. O quadro de Tarsila do Amaral usa uma figura nua que pode ser interpretada como mal desenvolvida intelectualmente (cabeça pequena), com destaque para o trabalho braçal (mãos grandes) e para ligação à terra (pés enormes).

II. Os textos de Macunaíma estabelecem um paralelo com a tela de Tarsila do Amaral, uma vez que o herói é apresentado com corpo adulto e com cabeça de criança.

III. Tanto o quadro de Tarsila do Amaral quanto os fragmentos de Mário de Andrade confirmam a proposta da 1.ª geração modernista brasileira de resgatar certos fundamentos do Movimento Antropofágico, como a idealização do índio.


É correto o que se afirma em:

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
857c5819-04
ESPM 2019 - Português - Pronomes Indefinidos, Vocativo e Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Diferença entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal, Adjunto Adverbial e Aposto, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Pontuação, Uso da Vírgula, Morfologia - Pronomes

Considere o trecho: “No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim” e assinale a afirmação incorreta:

Texto para a questão:

2189cbd9d441d2fdd0d1.png (207×276)

Leia:

    (...) Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.

    Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)  

    Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)
A
O pronome indefinido “nada” funciona sintaticamente, na oração, como aposto resumidor
B
O segmento “a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro” exerce a função sintática de sujeito composto.
C
A flexão do verbo no singular (“sabia”) se deve ao fato de haver uma concordância ideológica, ou seja, uma silepse de número.
D
Trata-se de um caso especial de concordância, a qual não segue a regra geral que estabelece: “todo verbo deve concordar em número e pessoa com o núcleo do sujeito”.
E
Após o adjunto adverbial de lugar “No quintal”, poderia haver uma vírgula.
85790119-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe

No trecho: Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela..., o termo em destaque pode ser substituído sem prejuízo semântico por:

Texto para a questão:

2189cbd9d441d2fdd0d1.png (207×276)

Leia:

    (...) Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.

    Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)  

    Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)
A
porquanto (relação de causa).
B
entretanto (relação de oposição de ideias que se anulam).
C
embora (relação de oposição de ideias que coexistem).
D
uma vez que (relação de causa).
E
à medida que (relação de proporcionalidade)
85748cf1-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere os fragmentos seguintes e assinale aquele que revela certa dificuldade de identificação do narrador consigo mesmo.

Texto para a questão:

2189cbd9d441d2fdd0d1.png (207×276)

Leia:

    (...) Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.

    Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)  

    Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)
A
(...) Saí do seminário no fim ao ano. Tinha então pouco mais de dezessete... Aqui devia ser o meio do livro, mas a inexperiência fez-me ir atrás da pena, e chego quase ao fim do papel, com o melhor da narração por dizer. (Capítulo XCVII)
B
(...) A razão é que eu andava carregado de promessas não cumpridas. A última foi de duzentos padre-nossos e duzentas ave-marias, se não chovesse em certa tarde de passeio a Santa Teresa. Não choveu, mas eu não rezei as orações. (Capítulo XX)
C
Agora é que o lance é o mesmo; mas se conto aqui, tais quais, ou dous lances de há quarenta anos, é para mostrar que Capitu não se dominava só em presença da mãe, o pai não lhe meteu mais medo. (Capítulo XXXVIII)
D
Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. (Capítulo II)
E
Os projetos vinham do tempo em que fui concebido. Tendo-lhe nascido morto o primeiro filho, minha mãe pegou-se com Deus para que o segundo vingasse, prometendo, se fosse varão, metê-lo na Igreja. (Capítulo XI)
8570e23a-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nesse trecho, o narrador, em idade madura, resolve construir uma casa semelhante à da adolescência:

Texto para a questão:

2189cbd9d441d2fdd0d1.png (207×276)

Leia:

    (...) Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.

    Hão de perguntar-me por que razão, tendo a própria casa velha, na mesma rua antiga, não impedi que a demolissem e vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro uma longa visita de inspeção por alguns dias, e toda a casa me desconheceu. No quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a caçamba velha e o lavadouro, nada sabia de mim. A casuarina era a mesma que eu deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de reto, como outrora, tinha agora um ar de ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)  

    Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde, quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)
A
por possuir motivos sentimentais, mais que motivos racionais , para não querer a casa de Matacavalos.
B
por alegar, após a morte da mãe, não se reconhecer na antiga casa e nem a casa reconhecer a ele.
C
por haver na casa de Matacavalos uma casuarina com o formato de um ponto de interrogação.
D
por tentar resgatar o passado da casa do Engenho Novo na casa nova de Matacavalos.
E
por ocorrer uma estranha personificação opressora dos elementos da casa de Matacavalos sobre Bento Santiago.
856d06ab-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Segundo Massaud Moisés, em seu Dicionário de Termos Literários, a figura de linguagem denominada hipálage “designa um expediente retórico mediante o qual uma palavra troca o lugar que logicamente ocuparia na sequência frásica por outro, junto de um termo ao qual se vincula gramaticalmente.” Esse procedimento acima descrito só não ocorre na passagem:

A
“ao som do mar e à luz do céu profundo” (Joaquim Osório Duque Estrada)
B
“Uma alvura de saia moveu-se no escuro” (Eça de Queirós)
C
“Ai, como essa moça é distraída, sabe-se lá se está vestida ou se dorme transparente.” (Chico Buarque)
D
“Mandados da Rainha, que abundantes / Mesas de altos manjares excelentes” (Camões)
E
“Já da morte o palor me cobre o rosto / Nos lábios meus o alento desfalece” (Álvares de Azevedo)
85691af5-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Ortografia, Regência, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

f8b6711576d2610d6e47.png (303×317)


Observando o aviso acima, é possível constatar duas ocorrências linguísticas (uma ligada à transgressão gramatical e outra ligada à semântica). Essas ocorrências são respectivamente de:

A
concordância nominal e ambiguidade.
B
concordância verbal e ambiguidade.
C
flexão de gênero e polissemia.
D
ortografia e redundância.
E
regência verbal e léxico.
85652513-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes pessoais oblíquos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

No segundo parágrafo, no segmento: ...nem ainda atribuir-lhes papel decorativo..., o pronome pessoal oblíquo “lhes” tem como referência no texto:

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



A
essas expressões
B
palavras expletivas
C
os fatos
D
antigos preconceitos
E
superfluidades
8561a979-04
ESPM 2019 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Segundo Celso Cunha, a partícula expletiva ou de realce não possui função sintática, serve para dar destaque ou ênfase e pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para o sentido.

Em todas as passagens abaixo, está presente essa partícula, exceto em uma. Assinale-a:

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



A
O que não vão pensar quando souberem que o filho do ministro defendia os traficantes ?
B
Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada.
C
Sinha Terta é que tinha uma ponta de língua terrível.
D
Mas, homem de Deus, que diabo! pense um pouco! Você ali não pode construir nada!
E
Vou-me embora pra Pasárgada / Lá sou amigo do rei.
855debb4-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o autor, não seria um contrassenso:

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



A
Nos tempos atuais, a ciência linguística prender-se a superfluidades.
B
A ciência linguística ainda estar entravada por preconceitos.
C
Os antigos preconceitos já não influírem na investigação linguística dos fatos.
D
A ciência da linguagem deixar-se permear pela gramática.
E
Considerar palavras ou expressões de realce como sendo inútil por excesso.
855a8190-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto:

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



A
A coletividade, interlocutora de nossos discursos, é constituída de pessoas desconhecidas que nos ouvem em silêncio.
B
Há uma tendência frequente de impressionar, com vocabulário rebuscado, um receptor de nossa fala.
C
É necessário escolher adequadamente o público-alvo de nossa fala, para compatibilizar o nível de linguagem entre ambos.
D
Há uma tendência frequente de modular a linguagem voltada ao ouvinte que está diante de nós para impressioná-lo.
E
Um discurso retórico, com emprego de linguagem formal e de palavras cultas, impressiona o ouvinte.
8556c18e-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Conforme o texto, para a ciência da linguagem, as expressões de realce passaram a ser:

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



A
um raro contrassenso linguístico.
B
frequentes na linguagem coloquial cotidiana.
C
supérfluas e decorativas.
D
eloquentes nos discursos retóricos.
E
comuns na linguagem culta ou padrão.
85521e51-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Conforme o autor:

Textos para a questão:


    Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.

    Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.

    Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.

(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)


¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.

²pear: prender.



A
A gramática e a lógica reconheciam outrora a análise das partículas de realce.
B
A gramática e a lógica analisavam apenas os termos sobejantes da oração.
C
A linguagem era iluminada outrora apenas pela análise dos termos de realce.
D
As palavras excedentes encaixadas na oração, classificadas como termos de realce, constituíam, até então, os limites da análise.
E
As palavras expletivas e ilógicas sobravam nas orações de realce, desde que reconhecidas como fenômenos da linguagem.
854ea38f-04
ESPM 2019 - Português - Estrutura das Palavras: Radical, Desinência, Prefixo e Sufixo, Formação das Palavras: Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação, Morfologia

Os vocábulos abaixo, extraídos do texto, possuem um processo de formação de palavras denominado derivação sufixal. O sufixo que traduz ideia de qualidade é:

Texto para a questão:



Lei de Abuso de Autoridade não ameaça qualquer prática jurisdicional


    Em corpos diferenciados do funcionalismo público emerge, naturalmente, um corporativismo construído pelo elitismo do seu “espírito de corpo”. Trata-se, de fato, de um anel protetor do bom e do mau uso que seus membros podem fazer de suas prerrogativas. Um exemplo disso é a que o País assiste agora, perplexo: a reação à lei que combate os possíveis abusos de autoridade nos Três Poderes da República.

      (...)

    Eventuais dúvidas sobre julgamentos são analisadas com recurso a instâncias jurídicas superiores (colegiadas), porque só outros juízes podem avaliar a razoabilidade de outro juiz. O preparo da ação e o julgamento são influenciados por muitos fatores (inclusive a “visão de mundo” de cada um deles). O importante, entretanto, é que, se o paciente não se conformar com o resultado, há a possibilidade de recorrer a instâncias superiores que, eventualmente, terão a oportunidade de corrigi-lo. Esses parcos conhecimentos me levaram nos últimos 70 anos a aceitar tal mecanismo como satisfatório para minimizar os riscos do sistema.

    É por isso que estou surpreso com a reação corporativista contra a Lei de Abuso de Autoridade, que, obviamente, não ameaça qualquer prática jurisdicional que obedeça ao espírito e à letra da Lei. Sobre o poder do Congresso de produzi-la e aprová-la, e o poder do presidente de sancioná-la ou vetá-la parcialmente, não há dúvidas. Entretanto, a palavra final sobre ela (pela rejeição de eventuais vetos) pertence ao Congresso. Mas há um problema lógico muito interessante, apontado pelo competente Elio Gaspari. No caso de eventual denúncia de abuso de autoridade, quem vai julgá-lo? O próprio Judiciário! Logo, se um funcionário da Receita, do Coaf, um promotor ou um juiz se julga ameaçado, porque será “controlado” pelo próprio Judiciário, é porque ele não acredita em nada do que foi dito acima! (...)


(Delfim Netto, revista Carta Capital, adaptado, 28 de agosto de 2019)

A
naturalmente
B
corporativismo
C
julgamento
D
jurisdicional
E
razoabilidade
854a1f8e-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um dos questionamentos levantados pelo autor (que o faz concordar com Elio Gaspari) é:

Texto para a questão:



Lei de Abuso de Autoridade não ameaça qualquer prática jurisdicional


    Em corpos diferenciados do funcionalismo público emerge, naturalmente, um corporativismo construído pelo elitismo do seu “espírito de corpo”. Trata-se, de fato, de um anel protetor do bom e do mau uso que seus membros podem fazer de suas prerrogativas. Um exemplo disso é a que o País assiste agora, perplexo: a reação à lei que combate os possíveis abusos de autoridade nos Três Poderes da República.

      (...)

    Eventuais dúvidas sobre julgamentos são analisadas com recurso a instâncias jurídicas superiores (colegiadas), porque só outros juízes podem avaliar a razoabilidade de outro juiz. O preparo da ação e o julgamento são influenciados por muitos fatores (inclusive a “visão de mundo” de cada um deles). O importante, entretanto, é que, se o paciente não se conformar com o resultado, há a possibilidade de recorrer a instâncias superiores que, eventualmente, terão a oportunidade de corrigi-lo. Esses parcos conhecimentos me levaram nos últimos 70 anos a aceitar tal mecanismo como satisfatório para minimizar os riscos do sistema.

    É por isso que estou surpreso com a reação corporativista contra a Lei de Abuso de Autoridade, que, obviamente, não ameaça qualquer prática jurisdicional que obedeça ao espírito e à letra da Lei. Sobre o poder do Congresso de produzi-la e aprová-la, e o poder do presidente de sancioná-la ou vetá-la parcialmente, não há dúvidas. Entretanto, a palavra final sobre ela (pela rejeição de eventuais vetos) pertence ao Congresso. Mas há um problema lógico muito interessante, apontado pelo competente Elio Gaspari. No caso de eventual denúncia de abuso de autoridade, quem vai julgá-lo? O próprio Judiciário! Logo, se um funcionário da Receita, do Coaf, um promotor ou um juiz se julga ameaçado, porque será “controlado” pelo próprio Judiciário, é porque ele não acredita em nada do que foi dito acima! (...)


(Delfim Netto, revista Carta Capital, adaptado, 28 de agosto de 2019)

A
a possibilidade de recurso ao Supremo afastar qualquer temor de julgamento equivocado em primeira instância.
B
julgamentos estarem sujeitos, dentre vários fatores, às visões particulares de cada magistrado.
C
a prática jurisdicional obediente ao espírito e à regra da Constituição não acarretar prejuízos a funcionários públicos.
D
um funcionário, seja da Receita ou do Coaf, seja um juiz ou promotor, sentir-se coagido pelo Judiciário e não confiar na justeza da lei.
E
o arrazoado de um juiz só poder ser julgado ou avaliado por outro juiz.
8543ac14-04
ESPM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto:

Texto para a questão:



Lei de Abuso de Autoridade não ameaça qualquer prática jurisdicional


    Em corpos diferenciados do funcionalismo público emerge, naturalmente, um corporativismo construído pelo elitismo do seu “espírito de corpo”. Trata-se, de fato, de um anel protetor do bom e do mau uso que seus membros podem fazer de suas prerrogativas. Um exemplo disso é a que o País assiste agora, perplexo: a reação à lei que combate os possíveis abusos de autoridade nos Três Poderes da República.

      (...)

    Eventuais dúvidas sobre julgamentos são analisadas com recurso a instâncias jurídicas superiores (colegiadas), porque só outros juízes podem avaliar a razoabilidade de outro juiz. O preparo da ação e o julgamento são influenciados por muitos fatores (inclusive a “visão de mundo” de cada um deles). O importante, entretanto, é que, se o paciente não se conformar com o resultado, há a possibilidade de recorrer a instâncias superiores que, eventualmente, terão a oportunidade de corrigi-lo. Esses parcos conhecimentos me levaram nos últimos 70 anos a aceitar tal mecanismo como satisfatório para minimizar os riscos do sistema.

    É por isso que estou surpreso com a reação corporativista contra a Lei de Abuso de Autoridade, que, obviamente, não ameaça qualquer prática jurisdicional que obedeça ao espírito e à letra da Lei. Sobre o poder do Congresso de produzi-la e aprová-la, e o poder do presidente de sancioná-la ou vetá-la parcialmente, não há dúvidas. Entretanto, a palavra final sobre ela (pela rejeição de eventuais vetos) pertence ao Congresso. Mas há um problema lógico muito interessante, apontado pelo competente Elio Gaspari. No caso de eventual denúncia de abuso de autoridade, quem vai julgá-lo? O próprio Judiciário! Logo, se um funcionário da Receita, do Coaf, um promotor ou um juiz se julga ameaçado, porque será “controlado” pelo próprio Judiciário, é porque ele não acredita em nada do que foi dito acima! (...)


(Delfim Netto, revista Carta Capital, adaptado, 28 de agosto de 2019)

A
Funcionários públicos executaram um bom “lobby”, para se protegerem de possíveis falsas acusações relativas a exercício ilegal de poder.
B
Membros do funcionalismo público dos três poderes demonstraram divergências ideológicas quanto à Lei do Abuso de Autoridade.
C
O “espírito de corpo”, que é uma postura solidária de um determinado grupo, é conflitante com uma nova lei que trata de extrapolação de poder.
D
Tomados por certo elitismo, funcionários de instituição oficiais se manifestaram favoravelmente à lei que combate possíveis abusos de autoridade.
E
Usando o corporativismo como escudo, setores do funcionalismo público reagiram infensos à Lei de Abuso de Autoridade.