Questõesde ESPM 2018 sobre Português

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Foram encontradas 18 questões
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

(...)Pergunto-me se eu deveria caminhar à frente do tempo e esboçar logo um final. Acontece porém que eu mesmo ainda não sei bem como esse isto terminará. E também porque entendo que devo caminhar passo a passo de acordo com um prazo determinado por horas: até um bicho lida com o tempo. E esta também é minha mais primeira condição: a de caminhar paulatinamente apesar da impaciência que tenho em relação a essa moça.

(Clarice Lispector, A Hora da Estrela)

O comentário acima, sobre a história de Macabéa, pertence ao narrador Rodrigo S.M. Assinale a afirmação correta. O narrador:

A
relata seu problema em lidar com a temporalidade da narrativa, daí a intensidade com que anseia iniciar a história da moça.
B
identifica-se com um bicho e sugere acompanhar voluntariamente a personagem.
C
afirma acompanhar temporariamente a personagem Macabéa, embora não demonstre nenhuma empatia com ela.
D
usa as expressões “caminhar passo a passo” e “caminhar paulatinamente” com valores de antonímia.
E
não vê obrigação em contar a história da personagem, sobretudo por haver estranheza entre ambos.
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ESPM 2018 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)

Os dois últimos versos trazem a forma verbal no Imperativo Afirmativo, na segunda pessoa do singular (tu). Se estivessem na segunda pessoa do plural (vós), teríamos:

A um passarinho

Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.
Deixa-te de histórias
Some-te daqui!

(Vinicius de Moraes)


A
Deixai-vos de histórias/Sumi-vos daqui!
B
Deixe-vos de histórias/Suma-vos daqui!
C
Deixeis-vos de histórias/Sumais-vos daqui!
D
Deixemo-nos de histórias/Sumamo-nos daqui!
E
Deixais-vos de histórias/Sumis-vos daqui!
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A partir da leitura do poema e da observação da imagem, assinale a afirmação correta.

A um passarinho

Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.
Deixa-te de histórias
Some-te daqui!

(Vinicius de Moraes)


A
Tanto no texto poético quanto na imagem fica evidente que a fonte de inspiração para a prática literária são os elementos da natureza.
B
Enquanto a imagem mostra a alienação de vários leitores, o poema de Vinicius de Moraes sugere o engajamento do escritor com personagens históricas.
C
O texto poético diz que a produção literária é consequência da tristeza; a imagem deixa claro que só se faz poesia com a distração.
D
O poema de Vinicius e a imagem apresentam a ideia de que a poesia é algo fugidio, volúvel, consequência também de um estado de espírito.
E
A noção de que poesia e prosa são gêneros distintos fica evidente no texto poético; já a imagem não discrimina qualquer tipo de leitura literária.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A zoomorfização na Literatura, a despeito de qualquer outra característica estilística, sempre esteve presente, no entanto, aparece principalmente nas obras com características realistas que, em contraponto àquelas com aspectos mais românticos, têm o intento de retratar as mazelas da sociedade como espelho. (...)
Fez-se necessário uma Literatura condizente com o real e, para tanto, a zoomorfização de personagens foi utilizada com maior ênfase. Paralelo ao Realismo, o Naturalismo é o momento em que mais se verifica este fenômeno. (Uesla Lima Soares , O Animal Humano: Os paradigmas da zoomorfização social e sua representação literária, Anais do Festival Literário de Paulo Afonso, 2017)
[O zoomorfismo] ocorre quando “o que é próprio do homem se estende ao animal e permite, por simetria, que o que é próprio do animal se estenda ao homem.”

(Antonio Cândido, De Cortiço a Cortiço, Novos Estudos CEBRAP, 1991).

Considere as seguintes afirmações:

I. A zoomorfização se opôs frontalmente às idealizações românticas, sendo uma característica exclusiva do Naturalismo.
II. Segundo Antonio Candido, não é possível haver distinção entre ser humano e animal, no sentido de que um cede característica ao outro e vice-versa.
III. A definição de Antonio Candido sobre zoomorfismo é construída por meio de um processo chamado quiasmo.

A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que:

A
somente I está correta.
B
somente II está correta.
C
somente III está correta.
D
somente I e II estão corretas.
E
somente I e III estão corretas.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em Lima Barreto, a sequência grande de perguntas ao longo do texto configura o:

O trecho que segue é da personagem Olga, de Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto.

    O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. (...) Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? (...) Não podia ser preguiça só ou indolência. Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar relativamente. (...) Seria a terra? Que seria? E todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...

(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)
A
discurso direto, em que há reprodução da fala da personagem ou do diálogo entre personagens.
B
discurso indireto, em que o narrador conta aos leitores o que a personagem disse. Não há travessão.
C
discurso indireto livre, em que há o pensamento da personagem, expresso pelo narrador, em meio à narrativa.
D
solilóquio, em que a personagem extravasa os seus pensamentos e emoções em monólogos, sem dirigir-se especificamente a qualquer ouvinte.
E
fluxo da consciência, em que há transcrição do complexo processo de pensamento não-linear de uma personagem, com o raciocínio lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos de associação de ideias.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

É possível estabelecer um paralelo entre a passagem acima e outros textos da Literatura brasileira por apresentarem reflexões críticas em relação à miséria, similares ao pensamento de Olga. Essa abordagem ocorre nas referências abaixo, exceto em uma.

Assinale o item cuja obra não é passível de ser relacionada com o exposto acima.

O trecho que segue é da personagem Olga, de Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto.

    O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. (...) Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? (...) Não podia ser preguiça só ou indolência. Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar relativamente. (...) Seria a terra? Que seria? E todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...

(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)
A
Em Urupês, de Monteiro Lobato, a personagem Jeca Tatu, da zona rural do vale do Paraíba paulista, com sua “casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que moram em toca e gargalhar o João-de-Barro”.
B
Em O Cortiço, de Aluísio Azevedo, João Romão, na sua ganância, “não comia um ovo, do que no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos trabalhadores”.
C
Em Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, a carpideira afirma ao retirante Severino que naquela região do agreste “pouco existe o que lavrar”.
D
Em Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o narrador apresenta a personagem Fabiano muitas vezes em condição de penúria, “encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra”.
E
Em Duelo, de Guimarães Rosa, a personagem Timpim Vinte-e-Um vive na miséria, carrega umas mandioquinhas para a “mulher, que teve criança” e “não tem nada lá em casa p’ra ela comer”.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

(...) O mal du siècle, a indefinível doença que alanceia os românticos, que lhes enlanguesce a vontade, entedia a vida e faz desejar a morte, só poderá ser correctamente entendido no contexto da odisseia do eu romântico, pois que exprime o cansaço e a frustração resultantes da impossibilidade de realizar o absoluto. (...)

(Vítor Manuel de Aguiar e Silva, Teoria da Literatura, 8.ª edição, Livraria Almedina, Coimbra, 1988)

A partir das considerações sobre o “mal-do-século”, assinale o item cujo texto não apresente as características apontadas.

A
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!

(Álvares de Azevedo)
B
Ah!, findou para mim tão leda sorte;
Agora é só feliz minha existência
No mudo estado, que arremeda a morte.

(Bocage)
C
A filha de Araquém sentiu afinal que suas veias se estancavam; e contudo o lábio amargo de tristeza recusava o alimento que devia restaurar-lhe as forças. O gemido e o suspiro tinham crestado com o sorriso o sabor em sua boca formosa.

(José de Alencar, Iracema)
D

E que farias tu da vida sem a tua companheira de martírio? Onde irás tu aviventar o coração que a desgraça te esmagou, sem o esquecimento da imagem desta dócil mulher, que seguiu cegamente a estrela da tua malfadada sorte?!


(Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição)

E
Eu morro qual nas mãos da cozinheira
O marreco piando na agonia...
Como o cisne de outrora... que gemendo
Entre os hinos de amor se enternecia.

(Álvares de Azevedo)
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere os textos que seguem.

Eu tenho um coração maior que o mundo,
tu, formosa Marília, bem o sabes;
um coração, e basta,
onde tu mesma cabes.

(Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu)

Não, meu coração não é maior que o mundo. É muito menor. Nele não cabem sequer as minhas dores.

(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do Mundo)

Assinale a afirmação correta sobre os dois textos:

A
Por pertencer à fase heroica ou iconoclasta do Modernismo, Carlos Drummond de Andrade parodia o lirismo sentimental do árcade Tomás Antônio Gonzaga.
B
Enquanto o poeta do Arcadismo, Gonzaga, expressa seu sentimento pela musa Marília, o modernista Drummond reporta-se, nesse trecho, às divergências ideológicas.
C
Gonzaga, como muitos árcades, é alheio ao que está a seu redor, já Drummond expressa um sentimento de revolta ante um mundo que não compreende as dores do poeta.
D
Em Gonzaga, o coração do poeta alcança a plenitude com a presença da amada. Em Drummond, o coração é insuficiente para abarcar as próprias dúvidas existenciais.
E
Tomás A. Gonzaga usa a imagem do “mundo” para instigar a musa Marília a aceitá-lo; Drummond retoma o procedimento do poeta árcade, ressaltando o sofrimento por causa da amada.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando,
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém porque assi ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.

(Luís Vaz de Camões)

Assinale a afirmação incorreta sobre o texto.

A
Trata-se de um soneto de versos decassílabos, típico poema da medida nova praticada no Classicismo renascentista.
B
Estados paradoxais do eu lírico, como “choro e rio” ao mesmo tempo, ou “em vivo ardor tremendo estou de frio”, classificam o poema no Maneirismo, pois prenunciam elementos típicos do Barroco.
C
A exaltação ao amor e à mulher idealizada faz com que o eu poético passe por experiências extremadas ou hiperbólicas, como na terceira estrofe.
D
A solenidade do texto ao tematizar uma mulher inspiradora de encantamento transparece, por exemplo, no uso da expressão “Senhora” com inicial maiúscula.
E
O conjunto de sensações corporais opostas e a provocação de um estado mental e espiritual contraditórios não valeram a pena para o poeta, pois este só conseguiu ver a amada.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O autor defende a ideia de que:

    Quando se conversa, deve-se evitar as frases feitas que são verdadeiras chapas. Exemplos: em um enterro, dizer “que não se morre senão uma vez”, que “basta estar vivo para morrer”, que “o morto é feliz porque deixou de sofrer”, que “Deus sabe o que faz e escreve certo por linhas tortas” ou que “as grandes dores são mudas”. Quando se visita um doente, não há necessidade de levar no bolso sentenças desse jaez: “a saúde é a maior das fortunas”, “somos nós que pagamos pelos excessos de nossos pais” ou “a ciência, que tudo pode, ainda não encontrou remédio para os pequenos males”. Em todos os setores das atividades sociais, há frases no mesmo estilo e que convém deixar ao cuidado do Conselheiro Acácio que nelas se esmerou.

(Marcelino de Carvalho, Guia de Boas Maneiras)
A
deve-se evitar frases clichês, mas pode-se confiar em quem se esmera em frases delicadas.
B
em visita a um doente, embora não haja necessidade, uma frase amável já conhecida conforta mais.
C
para sair do universo de frases feitas, é recomendável sentenciar adotando o estilo do Conselheiro Acácio.
D
infelizmente o Conselheiro Acácio não previu frases para todos os setores das atividades sociais.
E
deve-se poupar o próximo de exemplos do repertório de lugares comuns.
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ESPM 2018 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva)

Assinale a afirmação correta sobre o trecho: “... testemunhas contra e a favor do juiz devem ser ouvidas na sexta...” A frase está:

    Aborto, porte de armas e o presidente Donald Trump foram alguns dos assuntos que dominaram a primeira audiência de confirmação do juiz conservador Brett Kavanaugh  para a Suprema Corte dos Estados Unidos, realizada em meio a protestos de ativistas e tentativas de adiamento do processo por parte de democratas.
    Kavanaugh passará por mais dois dias de sabatina, na quarta e na quinta, e testemunhas contra e a favor do juiz devem ser ouvidas na sexta.

(Folha de S.Paulo, 04/09/2018)
A
na voz passiva analítica, enfatizando o sujeito paciente “testemunhas”, alvo do processo verbal.
B
na voz ativa, enfatizando o agente indeterminado do processo expresso pelo verbo.
C
na voz passiva sintética e, se transpuséssemos para a voz ativa, teríamos “devem ouvir testemunhas contra e a favor do juiz na sexta”, enfatizando o sujeito indeterminado.
D
na voz passiva analítica e, se transpuséssemos para a voz ativa, teríamos “ouvirão testemunhas contra e a favor do juiz na sexta”, realçando o sujeito indeterminado na ação de ouvir.
E
na voz passiva e, se transpuséssemos para a voz ativa, teríamos “deverão ouvir testemunhas contra e a favor do juiz na sexta”, dando destaque em “testemunhas”.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Segundo o Dicionário Aurélio (versão digital), a palavra sabatina possui as seguintes acepções:

1. Repetição, no sábado, das lições estudadas durante a semana.
2. Oração do sábado.
3. Tese que os estudantes de filosofia defendiam ao término de seu primeiro ano de curso.
4. Fig. Discussão, debate, questão.

Levando-se em conta que o vocábulo sabatina ganhou o valor semântico de "exame, prova ou questionamento (não necessariamente realizados num sábado) para o exercício de um cargo", pode-se afirmar que nesse caso ocorreu um(a):

    Aborto, porte de armas e o presidente Donald Trump foram alguns dos assuntos que dominaram a primeira audiência de confirmação do juiz conservador Brett Kavanaugh  para a Suprema Corte dos Estados Unidos, realizada em meio a protestos de ativistas e tentativas de adiamento do processo por parte de democratas.
    Kavanaugh passará por mais dois dias de sabatina, na quarta e na quinta, e testemunhas contra e a favor do juiz devem ser ouvidas na sexta.

(Folha de S.Paulo, 04/09/2018)
A
metáfora, por ter havido uma comparação implícita.
B
catacrese, por ter havido um empréstimo de palavra.
C
metonímia, por ter ocorrido substituição de um termo por outro em relação de contiguidade.
D
pleonasmo, já que se repete a ideia de discussão ou debate.
E
elipse, uma vez que já está subentendida a ideia de prova.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


A graça da tira decorre:

A
da existência de "ruído" na comunicação, efetuada por Hagar, sobre um relacionamento amoroso anterior ao atual.
B
de uma fala metafórica de Hagar que, ao dirigir-se diretamente à própria esposa, refere-se às qualidades de uma terceira pessoa.
C
da diferença do nível de linguagem usado pelo emissor para se dirigir aos interlocutores, fato que fez sugerir a existência de duas mulheres.
D
do não entendimento de um discurso ambíguo bastante comum, no qual se dirige a um interlocutor, referindo-se a ele como se fosse uma terceira pessoa.
E
da dificuldade de compreensão no discurso de Hagar, por parte do amigo Ed Sortudo, devido aos traços de formalidade da linguagem erudita.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

No texto, é possível substituir os termos caricato / foros / polígrafo, sem prejuízo semântico, respectivamente por:

    Afora espíritos essencialmente satíricos e caricatos como Emílio de Menezes, outros havia, como Lima Barreto, que parece se vingavam das desditas da existência transbordando o fel da maledicência travestido em constantes ataques a tudo e a todos. (...) Raro era o homem de letras e, até mesmo, o homem público que tivesse passado a vida sem experimentar a vivência belicosa da polêmica. Tal era a frequência, que tinha foros de gênero literário que alguém poderia cultivar e no qual fosse, por assim dizer, um especialista. As biografias dos grandes homens da época são, a esse respeito, bastante instrutivas. Não são poucos aqueles cujos biógrafos qualificam de polemista como poderiam qualificar de publicista, romancista ou polígrafo.

(Antonio Luís Machado Neto, Estrutura social da república das Letras: sociologia da vida intelectual brasileira 1870-1930, Edusp) 
A
ridículo / caráter / escritor de vários gêneros.
B
teatral / ares / redator de jornal.
C
incoerente / imunidades / cronista.
D
exagerado / ares / jornalista.
E
grotesco / caráter / editor.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto:

    Afora espíritos essencialmente satíricos e caricatos como Emílio de Menezes, outros havia, como Lima Barreto, que parece se vingavam das desditas da existência transbordando o fel da maledicência travestido em constantes ataques a tudo e a todos. (...) Raro era o homem de letras e, até mesmo, o homem público que tivesse passado a vida sem experimentar a vivência belicosa da polêmica. Tal era a frequência, que tinha foros de gênero literário que alguém poderia cultivar e no qual fosse, por assim dizer, um especialista. As biografias dos grandes homens da época são, a esse respeito, bastante instrutivas. Não são poucos aqueles cujos biógrafos qualificam de polemista como poderiam qualificar de publicista, romancista ou polígrafo.

(Antonio Luís Machado Neto, Estrutura social da república das Letras: sociologia da vida intelectual brasileira 1870-1930, Edusp) 
A
As biografias dos grandes homens públicos ou de letras mostram, em geral, conduta avessa à polêmica.
B
Ataques pessoais entre literatos resultam invariavelmente de indivíduos com personalidades satíricas e caricatas.
C
Muitos biógrafos equivocadamente qualificaram de polemista aqueles que são publicista, romancista ou polígrafo.
D
Emílio Menezes e Lima Barreto são figuras exemplares do mesmo tipo de personalidade polêmica.
E
De tão praticada, a polêmica acabou constituindo-se numa especialidade literária.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Redação - Reescritura de texto

Parafraseando o trecho: “vingavam das desditas da existência transbordando o fel da maledicência travestido em constantes ataques a tudo e a todos.”, tem-se:

    Afora espíritos essencialmente satíricos e caricatos como Emílio de Menezes, outros havia, como Lima Barreto, que parece se vingavam das desditas da existência transbordando o fel da maledicência travestido em constantes ataques a tudo e a todos. (...) Raro era o homem de letras e, até mesmo, o homem público que tivesse passado a vida sem experimentar a vivência belicosa da polêmica. Tal era a frequência, que tinha foros de gênero literário que alguém poderia cultivar e no qual fosse, por assim dizer, um especialista. As biografias dos grandes homens da época são, a esse respeito, bastante instrutivas. Não são poucos aqueles cujos biógrafos qualificam de polemista como poderiam qualificar de publicista, romancista ou polígrafo.

(Antonio Luís Machado Neto, Estrutura social da república das Letras: sociologia da vida intelectual brasileira 1870-1930, Edusp) 
A
indizíveis fatos da vida geram o ódio da blasfêmia embutido em ataques verbais à sociedade.
B
infelicidades da vida produzem o veneno do maldizer disfarçado em crítica generalizada.
C
trajetórias malditas da existência se transformam em aversão atroz ao próximo.
D
conflitos existenciais criam o amargor pessimista disfarçado em ameaça geral à humanidade.
E
injúrias da vida originam inimigos figadais, provocando violentas discussões verbais entre as pessoas.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O autor defende que:

“É Brasileiro, já passou de Português...”


 
  A ideia de uma língua única, que não se altera, é um mito, pois a heterogeneidade social e cultural implica a heterogeneidade linguística.
    (...)
   Embora Brasil e Portugal tenham uma língua comum, é nítido a qualquer falante do português que existem diferenças entre o português falado nos dois países – claro que elas também existem com relação aos demais países de língua portuguesa. (...) Essas diferenças são tão grandes que podemos afirmar que no Brasil se fala uma língua diferente da de Portugal, que os linguistas denominaram de português brasileiro. Isso é tão evidente que, se você observar um processador de textos, o Word, por exemplo, na ferramenta idiomas há as opções português e português brasileiro ou português (Brasil). Por quê? Como são línguas diferentes, o corretor automático do processador precisa saber em que “língua” está sendo escrito o documento, pois o português europeu e o brasileiro seguem regras diferentes.
 Quando ouvimos um habitante de Portugal falando, percebemos imediatamente um uso diverso da língua. A diferença mais perceptível é de ordem fonológica, ou seja, na maneira de produzir os sons da língua. Identificamos rapidamente que ele fala português, porém com “sotaque ou acento lusitano”. Se atentarmos com mais cuidado, perceberemos, entretanto, que as diferenças não são apenas de ordem fonológica. Há também diferenças sintáticas (poucas) e lexicais. Um mesmo conceito é designado por significantes diferentes, o que prova o caráter imotivado do signo linguístico. (...)

(Ernani Terra, Revista Língua Portuguesa, adaptado, julho/2018)
A
Há diferenças linguísticas tão grandes, com regras também tão diferentes, que se constatam duas línguas diversas: o português de Portugal e o português europeu.
B
Diferenças de ordem fonológica ocorrem quando um mesmo significado é designado por significantes diferentes.
C
Diferenças linguísticas em outros países, como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste e São Tomé e Príncipe, são tão pequenas que não chegam a caracterizar línguas diferentes.
D
As alterações linguísticas entre Portugal e Brasil ocorrem principalmente, por serem mais verificáveis, no campo da escrita.
E
O signo linguístico não necessita, para sua existência, de um caráter motivado.
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ESPM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um argumento concreto para corroborar a ideia de que “língua única, que não se altera, é um mito”, exposta no primeiro período, é o trecho:

“É Brasileiro, já passou de Português...”


 
  A ideia de uma língua única, que não se altera, é um mito, pois a heterogeneidade social e cultural implica a heterogeneidade linguística.
    (...)
   Embora Brasil e Portugal tenham uma língua comum, é nítido a qualquer falante do português que existem diferenças entre o português falado nos dois países – claro que elas também existem com relação aos demais países de língua portuguesa. (...) Essas diferenças são tão grandes que podemos afirmar que no Brasil se fala uma língua diferente da de Portugal, que os linguistas denominaram de português brasileiro. Isso é tão evidente que, se você observar um processador de textos, o Word, por exemplo, na ferramenta idiomas há as opções português e português brasileiro ou português (Brasil). Por quê? Como são línguas diferentes, o corretor automático do processador precisa saber em que “língua” está sendo escrito o documento, pois o português europeu e o brasileiro seguem regras diferentes.
 Quando ouvimos um habitante de Portugal falando, percebemos imediatamente um uso diverso da língua. A diferença mais perceptível é de ordem fonológica, ou seja, na maneira de produzir os sons da língua. Identificamos rapidamente que ele fala português, porém com “sotaque ou acento lusitano”. Se atentarmos com mais cuidado, perceberemos, entretanto, que as diferenças não são apenas de ordem fonológica. Há também diferenças sintáticas (poucas) e lexicais. Um mesmo conceito é designado por significantes diferentes, o que prova o caráter imotivado do signo linguístico. (...)

(Ernani Terra, Revista Língua Portuguesa, adaptado, julho/2018)
A
“existem diferenças entre o português falado nos dois países”
B
“se fala uma língua diferente da de Portugal”
C
“elas também existem com relação aos demais países de língua portuguesa”
D
“o Word... na ferramenta idiomas há as opções português e português brasileiro ou português (Brasil)
E
“o português europeu e o brasileiro seguem regras diferentes”