Questõesde PUC-GO sobre Aritmética e Problemas

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Foram encontradas 4 questões
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PUC-GO 2016 - Matemática - Raciocínio Lógico, Aritmética e Problemas, Frações e Números Decimais

O Texto 5 trata da dura vida no garimpo, “que até o diabo rejeita”. Um desses garimpeiros, cansado da vida atribulada no garimpo, resolveu ir embora. No caminho de volta, deparou-se com uma casa, onde pediu abrigo e comida por sete dias, tempo que julgava necessário para descansar, a fim de seguir viagem. Temendo que o viajante fugisse sem pagar, o morador concordou; porém, exigiu pagamento adiantado. Inseguro de pagar tudo e ser lesado, o garimpeiro, que dispunha apenas de barras de ouro, concordou em pagar, adiantado, mas uma diária a cada manhã. Apresentou ao morador uma pequena barra cujo valor equivalia ao custo das sete diárias e pediu troco. O morador, porém, disse que não tinha dinheiro para troco. E sugeriu que o garimpeiro cortasse a barra para efetuar o pagamento conforme o combinado. Qual seria a menor quantidade de cortes na barra e em que tamanhos para que o acerto diário pudesse ser feito (assinale a resposta correta)?

TEXTO 5

É com certa sabedoria que se diz: pelos olhos se conhece uma pessoa. Bem, há olhares de todos os tipos — dos dissimulados aos da cobiça, seja pelo vil metal ou pelo sexo.

Garimpeiro se conhece pelos olhos. Olhos de febre, que flamejam e reluzem. Há, em suas pupilas, o ouro. O brilho dourado tatua a íris. Trata-se apenas de um reflexo de sua alma e daquilo que corre em suas veias. É um vírus. A princípio, um sonho distante, mas, ao correr dos dias, torna-se uma angustiante busca. Na primeira vez que o ouro fagulha na sua frente, na bateia, toda a alma se contamina e o vírus se transforma em doença incurável.

Todos, no garimpo, têm histórias semelhantes. Têm família, filhos, empregos em suas cidades, nos distantes estados, mas, de repente, espalha-se a notícia do ouro. Então, largam tudo, vendem a roupa do corpo e lá se vão. Caçar o rastro do ouro é a sina. Nos olhos, a febre — um brilho dourado doentio. Sim, é fácil conhecer um garimpeiro.

Todos sabem que, no garimpo, não é lugar para se viver. Mas ninguém abandona o seu posto. Suor, lama, pedregulhos, pepitas douradas, cansaço — é a vida que até o diabo rejeita.

Por onde passam, o rastro da destruição. A  Amazônia é nossa. Tratores e retroescavadeiras derrubam e limpam a floresta; as dragas chegam, os rios se contaminam rapidamente de mercúrio. Quem pode mais chora menos. Na trilha do brilho dourado, nada se preserva. Ai daqueles que levantarem alguma voz... No dia seguinte, o corpo é encontrado no meio da selva, um bom prato aos bichos.

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 5-6. Adaptado.)

A
O garimpeiro deve cortar a barra em quatro pedaços: um de 1/7 e três de 2/7.
B
O garimpeiro deve cortar a barra em quatro pedaços: dois de 1/7, um de 2/7 e um de 3/7.
C
O garimpeiro deve cortar a barra em três pedaços: um de 1/7 e dois de 3/7.
D
O garimpeiro deve cortar a barra em três pedaços: um de 1/7, um de 2/7 e um de 4/7.
d1206de7-e4
PUC-GO 2016 - Matemática - Análise de Tabelas e Gráficos, Aritmética e Problemas, Regra de Três

O Texto 1 faz referência a dois tipos de alimentos muito apreciados pelos brasileiros, a tapioca e a pipoca, cujos fatores nutricionais estão detalhados, respectivamente, nas tabelas a seguir. Sabendo-se que 100 gramas de tapioca correspondem a 347 kcal e 100 g de pipoca a 387 kcal, então um lanche em que foram consumidos 151,5 kcal e 36,63 g de carboidrato, corresponde aproximadamente a quantos gramas de alimentos?

TEXTO 1

Democracia

Punhos de redes embalaram o meu canto

para adoçar o meu país, ó Whitman.

Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-                                                                                

                                                     [olhados,

catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,

carumã me alimentou quando eu era criança,

Mãe-negra me contou histórias de bicho,

moleque me ensinou safadezas,

massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,

bebi cachaça com caju para limpar-me,

tive maleita, catapora e ínguas,

bicho-de-pé, saudade, poesia;

fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá,

dizendo coisas, brincando com as crioulas,

vendo espíritos, abusões, mães-d’água,

conversando com os malucos, conversando sozinho,

emprenhando tudo que encontrava,

abraçando as cobras pelos matos,

me misturando, me sumindo, me acabando,

para salvar a minha alma benzida

e meu corpo pintado de urucu,

tatuado de cruzes de corações, de mãos-ligadas,

de nomes de amor em todas as línguas de branco, de                                                          

                                                 [mouro ou de pagão.

(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 74.)

A
41,20g.
B
43,20g
C
52,20g.
D
54,20g.
6c3d9668-24
PUC-GO 2015 - Matemática - Aritmética e Problemas, Áreas e Perímetros, Sistemas de Numeração e Operações Fundamentais, Geometria Plana

Suponha que na construção da igreja do arraial mencionado no Texto 7 foram utilizados tijolos com dimensões de 30 cm x 20 cm x 15 cm. Sabendo-se que a igreja será construída em forma de paralelepípedo retangular de 20 metros de comprimento, 10 de largura e 4 de altura, desprezando-se a espessura da massa de assentamento dos tijolos e de modo a consumir a menor quantidade de tijolos, quantos tijolos foram necessários? Assinale a resposta correta):

TEXTO 7

      A gota que fez transbordar a caixa da paciência de vovó foi um casalzinho folgado. Cansada da algazarra, do som da sanfona, que por três dias e três noites vinha balançando os alicerces da Casa, vovó foi procurar refúgio na paz de seu quarto. Que paz que nada, ali também a festa rolava solta. Abismada, ela viu um casalzinho iniciando sua lua de mel, imaginem onde? Na cama de vovó! Pena que o urinol estivesse vazio. Furiosa, Ana Vitória pensou em apelar para o chicote. Depois seu pensamento voltou para os primeiros dias de seu casamento, lembrou-se da urgência que a fazia deixar tudo por fazer e ir atrás do marido no roçado. Viu a si mesma, viu os dois, ela e o marido, um casal corado e feliz se deitando debaixo de qualquer árvore. Dez meses após o casamento nasceu o primeiro filho, seguido de outros, um por ano. A leveza daquele início parecia tão distante, tão irreal. Uma lagrimazinha de saudade marejou seus olhos abatidos, rolou pela face cansada e foi morrer no peito murcho. Desanimada, ela pensou que nunca mais ia parar de ter filhos, de lavar bundinhas melecadas de cocô. Acabou deixando os pombinhos em paz, eles que aproveitassem a vida enquanto era possível. Mas avisou aos interessados que preferia perder um bom quinhão de suas terras a continuar convivendo com tamanha barafunda. Assim, a ideia remota da criação de um arraial foi posta em prática. Doações foram feitas e o terreno demarcado.

      As construções começaram a nascer com a rapidez dos cogumelos. Primeiro a igreja com a torre central, beiral duplo em madeira recortada em bicos. Paredes azuis, janelas brancas. Feinha a pobre igreja, mas nem por isso desprezada. Talvez sua maior virtude estivesse na singeleza, no aconchego. A igrejinha era o orgulho do povoado. Sobre o altar feito por um carpinteiro caprichoso, a imagem de um Cristo cansado, a cabeça pensa, o olhar vazio. Descascado, ensanguentado, provocava nos fieis uma piedade quase dolorosa. Foi nessa igreja que meus pais me apresentaram ao Nosso Criador.

(BARROS, Adelice da Silveira. Mesa dos inocentes. Goiânia: Kelps, 2010. p. 74-75.)

A
3400 tijolos.
B
3600 tijolos.
C
3800 tijolos.
D
4000 tijolos.
6c353f03-24
PUC-GO 2015 - Matemática - Sistema de Unidade de Medidas, Aritmética e Problemas, Regra de Três

No Texto 6, o narrador faz alusão de forma exagerada a uma doença que o envelhece rapidamente, denominada progéria. De acordo com texto, o personagem nasceu às 8h 15min e às 10h 20min conhece sua primeira paixão. Levando-se em conta todas as informações do texto, esse intervalo de tempo corresponde a uma idade biológica de (assinale a alternativa correta):

TEXTO 6

                                 Rápido, rápido

      Sofro – sofri – de progéria, uma doença na qual o organismo corre doidamente para a velhice e a morte. Doidamente talvez não seja a palavra, mas não me ocorre outra e não tenho tempo de procurar no dicionário – nós, os da progéria, somos pessoas de um desmesurado senso de urgência. Estabelecer prioridades é, para nós, um processo tão vital como respirar. Para nós, dez minutos equivalem a um ano. Façam a conta, vocês que têm tempo, vocês que pensam que têm tempo. Enquanto isso, eu vou escrevendo aqui – e só espero poder terminar. Cada letra minha equivale a páginas inteiras de vocês. Façam a conta, vocês. Enquanto isso, e resumindo:

      8h15min – Estou nascendo. Sou o primeiro filho – que azar! – e o parto é longo, difícil. Respiro, e já vou dizendo as primeiras palavras (coisas muito simples, naturalmente: mamã, papá) para grande surpresa de todos! Maior surpresa eles têm quando me colocam no berço – desço meia hora depois, rindo e pedindo comida! Rindo! Àquela hora,

      8h45min – eu ainda podia rir.

      9h20min – Já fui amamentado, já passei da fase oral – meus pais (ele, dono de um pequeno armazém; ela, de prendas domésticas) já aceitaram, ao menos em parte, a realidade, depois que o pediatra (está aí uma especialidade que não me serve) lhes explicou o diagnóstico e o prognóstico. E já estou com dentes! Em poucos minutos (de acordo com o relógio de meu pai, bem entendido) tenho sarampo, varicela, essas coisas todas.

      Meus pais me matriculam na escola, não se dando conta que às 10h40min, quando a sineta bater para o recreio, já terei idade para concluir o primeiro grau. Vou para a escola de patinete; já na esquina, porém, abandono o brinquedo que parece-me então muito infantil. Volto-me, e lá estão os meus pais chorando, pobre gente.

      10h20min – Não posso esperar o recreio; peço licença à professora e saio. Vou ao banheiro; a seiva da vida circula impaciente em minhas veias. Manipulo-me. Meu desejo tem nome: Mara, da oitava série. Por enquanto é mais velha do que eu. Lá pelas onze horas poderia namorá-la – mas então, já não estarei no colégio. Ali, me foge o doce pássaro da juventude.

      [...]

(SCLIAR, Moacyr. Melhores contos. 6. ed. São Paulo: Global, 2003. p. 54-55.)

A
13 anos e meio.
B
12 anos e meio.
C
11 anos e meio.
D
10 anos e meio.