Questõesde UEM 2010 sobre Literatura

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Foram encontradas 55 questões
5fb23d65-dd
UEM 2010 - Literatura - Versificação - Metrificação, Estilística

Trata-se de um soneto, tipo de composição poética com quatro estrofes, sendo as primeiras com quatro versos e as duas últimas com três versos. É composto por versos decassílabos com rimas ABBA, nas duas primeiras estrofes, e CDC e DCD, nas duas últimas. Na poesia, a metrificação, o ritmo, as rimas, entre outros recursos, buscam realçar a musicalidade poética.

Leia o poema e assinale o que for correto.

Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:

Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.

Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
(COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos)
C
Certo
E
Errado
5fb5e5b6-dd
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Arcadismo

A “pastora” que “faz guerra”, ou seja, que causa o tormento emocional ao eu lírico, representa o ideal de mulher na estética árcade. Trata-se de uma mulher individualizada, emocionalmente forte, independente e autossuficiente em suas atitudes. Nos poemas do autor, é comum a aproximação entre a pastora e as “guerreiras amazonas”, mulheres que, segundo as lendas, povoavam as matas brasileiras. A recuperação de figuras lendárias colabora para a exaltação do passado nacional, o que promove a consolidação de uma literatura tematicamente brasileira, intenção da estética árcade.

Leia o poema e assinale o que for correto.

Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:

Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.

Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
(COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos)
C
Certo
E
Errado
5fa86b74-dd
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Arcadismo

O eu lírico se utiliza do diálogo cerrado com os pastores para revelar seu estado interior, que é de mágoa e martírio. Ele conclama os pastores para que, contemplando a paisagem (“monte”, “gado”, “serra”, “terra”), chorem, com ele, a perda de sua amada.

Leia o poema e assinale o que for correto.

Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:

Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.

Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
(COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos)
C
Certo
E
Errado
5fac17de-dd
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Arcadismo

A “terra” é o lugar onde o eu lírico se encontra no momento em que expressa o temor de que seu estado emocional se estenda à natureza (“Que para dar contágio a toda a terra,/ Basta ver o meu rosto magoado”). A forte religiosidade dos escritores árcades explica, no poema transcrito, a exaltação da natureza, pois, segundo a visão bíblica, a “terra” é sagrada porque deu origem ao homem.

Leia o poema e assinale o que for correto.

Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:

Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.

Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
(COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos)
C
Certo
E
Errado
5fa459be-dd
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Arcadismo

O poema apresenta uma estruturação labiríntica, como demonstra a presença sistemática do enjambement ou encavalgamento. O enjambement mostra uma sequência de sintaxe e de sentido que se encerra em cada verso, tornando-o semanticamente autônomo. Essa forma de organização dos versos se deve ao desespero emocional do eu lírico, provocado pela perda da amada.

Leia o poema e assinale o que for correto.

Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:

Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.

Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
(COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos)
C
Certo
E
Errado
dfa88581-dc
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Na prosa romântica brasileira, José de Alencar, que figura entre os mais importantes romancistas, escreveu os seguintes romances: Senhora, A moreninha, O filho do pescador, O guarani e O tronco do ipê. 

Assinale a alternativa correta.
C
Certo
E
Errado
dfb18098-dc
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

José de Alencar, no romance Senhora, apresenta, em “O Preço” (primeira parte do romance), a personagem Aurélia. Moça pobre que vive com a mãe e o irmão no subúrbio e que, ao receber uma herança, compra o noivo Seixas por cem contos de réis, num casamento arranjado: “Vendido! exclamou Seixas ferido dentro d’ alma (...) Vendido, sim, (...) sou rica, (...) precisava de um marido (...)”, configurando, assim, a crítica aos costumes da sociedade de seu tempo. 

Assinale a alternativa correta.
C
Certo
E
Errado
dfac8a9c-dc
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

José de Alencar escreveu várias obras consideradas “urbanas”, porque ele apresenta fortes traços da sociedade burguesa brasileira da época, especificamente da sociedade fluminense. Nessas obras, critica duramente os seus costumes, sua moral, como no romance Senhora, publicado em 1875.

Assinale a alternativa correta.
C
Certo
E
Errado
dfa47d20-dc
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Nos estudos sobre o Romantismo no Brasil, a prosa romântica não pode ser dividida em gerações, como na poesia. A prosa romântica pode ser estudada em quatro “vertentes”: a prosa social-urbana, a prosa indianista, a prosa regionalista e a prosa histórica. 

Assinale a alternativa correta.
C
Certo
E
Errado
dfa0291b-dc
UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Nos estudos sobre o Romantismo no Brasil, o romance é considerado uma narrativa marcada por grandes conflitos humanos. O primeiro romancista popular brasileiro foi Joaquim Manuel de Macedo. 

Assinale a alternativa correta.
C
Certo
E
Errado
b2149bb8-d7
UEM 2010, UEM 2010, UEM 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

O “abismo” referido pelo narrador, no capítulo destacado, faz referência a certo interesse seu por Sancha, mulher de Escobar e melhor amiga de Capitu. Trata-se de uma das brechas do romance que permite ao leitor relativizar o discurso de Bento Santiago a serviço de provar para seu leitor que fora traído por Capitu e Escobar. Se ele é capaz de revelar suas próprias falhas, também é verdadeiro ao acusar a esposa e o amigo de seminário.

Leia o capítulo 119 do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, abaixo transcrito, intitulado “Não faça isso, querida!”, e assinale o que for correto sobre ele e sobre o romance.

“A leitora, que é minha amiga e abriu este livro com o fim de descansar da cavatina de ontem para a valsa de hoje, quer fechá-lo às pressas, ao ver que beiramos um abismo. Não faça isso, querida; eu mudo de rumo.”

Vocabulário
Cavatina: certo tipo de ária ou canção de ópera.
C
Certo
E
Errado
b2199d58-d7
UEM 2010, UEM 2010, UEM 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

No romance, o narrador deixa explícitos sua paixão por Sancha e seu envolvimento com ela. No entanto, prefere acusar Capitu de traição para acobertar sua própria infidelidade, mais de uma vez confessada à “leitora”, por meio da estratégia da intrusão metalinguística.

Leia o capítulo 119 do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, abaixo transcrito, intitulado “Não faça isso, querida!”, e assinale o que for correto sobre ele e sobre o romance.

“A leitora, que é minha amiga e abriu este livro com o fim de descansar da cavatina de ontem para a valsa de hoje, quer fechá-lo às pressas, ao ver que beiramos um abismo. Não faça isso, querida; eu mudo de rumo.”

Vocabulário
Cavatina: certo tipo de ária ou canção de ópera.
C
Certo
E
Errado
b1ea5bd1-d7
UEM 2010, UEM 2010, UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

As palavras que descrevem o menino se referem à brevidade da existência: “nuvem”, “aurora”, “fresca rosa”, “ondas”. O uso de tais palavras é uma forma de mostrar como foi curta a vida daquele que está enterrado ali.

Leia o poema de Gonçalves Dias e responda o que for correto.

Sobre o túmulo de um menino

O invólucro de um anjo aqui descansa,
Alma do céu nascida entre amargores,
Como flor entre espinhos! – tu, que passas,
Não perguntes quem foi. – Nuvem risonha
Que um instante correu no mar da vida;
Romper da aurora que não teve ocaso,
Realidade no céu, na terra um sonho!
Fresca rosa nas ondas da existência,
Levada à plaga eterna do infinito,
Como of´renda de amor ao Deus que o rege;
Não perguntes quem foi, não chores: passa. 
C
Certo
E
Errado
b1f3161a-d7
UEM 2010, UEM 2010, UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

A estética romântica foi baseada na função utilitária e prática da Literatura, princípio herdado do Classicismo. Embora tivessem fascinação pela morte, os românticos também valorizavam a vida. Por isso, o eu lírico, diante do túmulo, lamenta a morte, mas pede ao interlocutor que não se demore em sua tristeza, como indica o verso “Não perguntes quem foi, não chores: passa.” O conselho ao interlocutor revela a necessidade de dominar a emoção e a subjetividade para aproveitar a vida, pois esta passa rápido. O Racionalismo clássico e a ideia de viver os prazeres da vida (carpe diem) são partes do ideário romântico.

Leia o poema de Gonçalves Dias e responda o que for correto.

Sobre o túmulo de um menino

O invólucro de um anjo aqui descansa,
Alma do céu nascida entre amargores,
Como flor entre espinhos! – tu, que passas,
Não perguntes quem foi. – Nuvem risonha
Que um instante correu no mar da vida;
Romper da aurora que não teve ocaso,
Realidade no céu, na terra um sonho!
Fresca rosa nas ondas da existência,
Levada à plaga eterna do infinito,
Como of´renda de amor ao Deus que o rege;
Não perguntes quem foi, não chores: passa. 
C
Certo
E
Errado
b1fb1dfd-d7
UEM 2010, UEM 2010, UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Na expressão “plaga eterna do infinito”, as palavras “eterna” e “infinito” evocam a ideia da morte. De fato, quando se pensa a morte como evento biológico, inevitável e irreversível, a única certeza inabalável é a de que a condição de estar morto é eterna e infinita.

Leia o poema de Gonçalves Dias e responda o que for correto.

Sobre o túmulo de um menino

O invólucro de um anjo aqui descansa,
Alma do céu nascida entre amargores,
Como flor entre espinhos! – tu, que passas,
Não perguntes quem foi. – Nuvem risonha
Que um instante correu no mar da vida;
Romper da aurora que não teve ocaso,
Realidade no céu, na terra um sonho!
Fresca rosa nas ondas da existência,
Levada à plaga eterna do infinito,
Como of´renda de amor ao Deus que o rege;
Não perguntes quem foi, não chores: passa. 
C
Certo
E
Errado
b1ff52b9-d7
UEM 2010, UEM 2010, UEM 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

O verso “Romper da aurora que não teve ocaso” contextualiza, no tempo, o horário em que o eu lírico se encontra no cemitério atento ao túmulo do menino. Afetado internamente pela dor da morte do menino, o eu lírico transfere para a natureza (“aurora”, “ocaso”) o próprio sentimento de pesar.

Leia o poema de Gonçalves Dias e responda o que for correto.

Sobre o túmulo de um menino

O invólucro de um anjo aqui descansa,
Alma do céu nascida entre amargores,
Como flor entre espinhos! – tu, que passas,
Não perguntes quem foi. – Nuvem risonha
Que um instante correu no mar da vida;
Romper da aurora que não teve ocaso,
Realidade no céu, na terra um sonho!
Fresca rosa nas ondas da existência,
Levada à plaga eterna do infinito,
Como of´renda de amor ao Deus que o rege;
Não perguntes quem foi, não chores: passa. 
C
Certo
E
Errado
b20735e3-d7
UEM 2010, UEM 2010, UEM 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Nesse capítulo, o narrador do romance lança mão do recurso da metanarrativa, uma estratégia que consiste em pôr em discussão, no texto, sua própria construção. Nesse caso, Bento Santiago, o narrador, ao acreditar que pode estar deixando a “leitora” tensa com o teor de suas memórias, afirma que mudará o rumo da narrativa para que ela não desista da leitura.

Leia o capítulo 119 do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, abaixo transcrito, intitulado “Não faça isso, querida!”, e assinale o que for correto sobre ele e sobre o romance.

“A leitora, que é minha amiga e abriu este livro com o fim de descansar da cavatina de ontem para a valsa de hoje, quer fechá-lo às pressas, ao ver que beiramos um abismo. Não faça isso, querida; eu mudo de rumo.”

Vocabulário
Cavatina: certo tipo de ária ou canção de ópera.
C
Certo
E
Errado