Questõesde PUC - RS sobre Escolas Literárias

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084f63fb-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto abaixo, retirado da obra Macário, de Álvares de Azevedo.

(O DESCONHECIDO) Eu sou o diabo. Boa-noite, Macário.

(MACÁRIO) Boa-noite, Satã. (Deita-se. O desconhecido sai). O diabo! uma boa fortuna! Há dez anos que eu ando para encontrar esse patife! Desta vez agarrei-o pela cauda! A maior desgraça deste mundo é ser Fausto sem Mefistófeles. Olá, Satã!

(SATÃ) Macário.

(MACÁRIO) Quando partimos?

(SATÃ) Tens sono?

(MACÁRIO) Não.

(SATÃ) Então já.

(MACÁRIOE o meu burro?

(SATÃ) Irás na minha garupa.

Sobre o movimento literário em que se inscreve Álvares de Azevedo, é INCORRETO afirmar:

A
A representação de figuras do mundo sobrenatural também constitui uma das características desse movimento, conforme se lê no excerto acima.
B
José de Alencar é o autor de romances mais representativos desse movimento, com obras como O Guarani, O sertanejo, As minas de prata.
C
A representação da nação, um dos temas do movimento em que se inscreve a obra de Álvares de Azevedo, exaltou as belezas naturais da terra brasileira.
D
Os estados de alma em que o sujeito poético expressa seus sentimentos de tristeza, dor e angústia é tema recorrente no movimento em que se inscreve a obra de Álvares de Azevedo.
E
A poesia de Álvares de Azevedo, como a dos outros românticos brasileiros, define-se em torno de dois polos poéticos: a marcante presença da natureza, explorada com destaque em Noites da taverna, e a constante viagem ao interior do sujeito para exprimir sua dor e seus sentimentos.
08416566-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho do diário de viagem de Mário de Andrade, retirado de O turista aprendiz.

“Durante esta viagem pela Amazônia, muito resolvido a... escrever um livro modernista, provavelmente mais resolvido a escrever que a viajar, tomei muitas notas como vai se ver. Notas rápidas, telegráficas muitas vezes. Algumas porém se alongaram mais pacientemente, sugeridas pelos descansos forçados do vaticano de fundo chato, vencendo difícil a torrente do rio. Mas quase tudo anotado sem nenhuma intenção da obra-de-arte, reservada pra elaborações futuras, nem com a menor intenção de dar a conhecer aos outros a terra viajada. E a elaboração definitiva nunca realizei. Fiz algumas tentativas, fiz. Mas parava logo no princípio, nem sabia bem porque, desagradado. Decerto já devia me desgostar naquele tempo o personalismo do que anotava. Se gostei e gozei muito pelo Amazonas, a verdade é que vivi metido comigo por todo esse caminho largo de água.”

Com base no excerto e em seu contexto, preencha os parênteses com V para verdadeiro ou F para falso.

( ) O diário de viagem é uma modalidade de narrativa que relata não só os acontecimentos transcorridos durante o percurso, mas também os sentimentos do sujeito viajante.

( ) As anotações do diário acompanhavam a rotina do barco: às vezes eram breves, outras mais longas em função das paradas e do movimento da embarcação nas águas do rio.

( ) O narrador se assume como um tipo especial de viajante porque não se integra à paisagem e ao ambiente da Amazônia, uma vez que a viagem que empreende é de ordem subjetiva.

( ) Mário de Andrade se identifica como um turista aprendiz porque fez muitas anotações, escreveu um livro sobre a viagem, corrigiu os originais e experimentou um personalismo exacerbado.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

A
V – V – V – F
B
V – F – V – F
C
V – F – F – F
D
F – V – F – V
E
F – F – V – V
08392fed-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho extraído de “Maria-Fumaça”, de autoria de Mario Quintana, e analise as afirmativas que seguem.

“As lentas, poeirentas, deliciosas viagens nos trens antigos. As famílias (viajavam famílias inteiras) levavam galinhas com farofa em cestas de vime, que ofereciam, pois não, aos viajantes solitários.

E os viajantes solitários (e os meninos) ainda desciam nas estaçõezinhas pobres... Para os pastéis, os sonhos, as laranjas...

(...)

O mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora para comprar laranjas.

Nesses aviões, vamos todos imóveis e empacotados como encomendas. Às vezes encomendas para a Eternidade...

Cruzes, poeta! Deixa-te de ideias funéreas e pensa nas aeromoças, arejadas e amáveis como anjos.

E “anjos”, aplicado a elas, não é exagero nenhum.

(...)

Entre a monotonia irreparável das nuvens, nada vemos da viagem. Isto é, não viajamos: chegamos.

Pobres turistas de aeroportos, damos a volta ao mundo sem nada ver do mundo.

I. Nesse texto, Mario Quintana retira a matéria para sua criação literária do tema da viagem, comparando diferentes modalidades de transporte e hábitos dos viajantes.

II. Valendo-se de uma linguagem simples, com frases irônicas e com humor, Mario Quintana reflete sobre a função da viagem e o seu significado para o viajante.

III. Para o poeta, viajar de avião não concretiza o verdadeiro prazer da viagem, que estaria mais no ato de ver, experimentar, conhecer, do que no percurso partida-chegada.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
083516a2-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão 32, leia o trecho a seguir, retirado de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

“Ultimamente, restituído à forma humana, vi chegar um hipopótamo, que me arrebatou. Deixei-me ir, calado, não sei se por medo ou confiança; mas, dentro em pouco, a carreira de tal modo se tornou vertiginosa, que me atrevi a interrogá-lo, e com alguma arte lhe disse que a viagem me parecia sem destino.

– Engana-se, replicou o animal, nós vamos à origem dos séculos.

Insinuei que deveria ser muitíssimo longe; mas o hipopótamo não me entendeu ou não me ouviu, se é que não fingiu uma dessas coisas, e, perguntando-lhe, visto que ele falava, se era descendente do cavalo de Aquiles ou da asna de Balaão, retorquiu-me com um gesto peculiar a estes dois quadrúpedes: abanou as orelhas. Pela minha parte fechei os olhos e deixei-me ir à ventura. Já agora não se me dá de confessar que sentia umas tais ou quais cócegas de curiosidade, por saber onde ficava a origem do Nilo, e sobretudo se valia alguma coisa mais ou menos que a consumação dos mesmos séculos: reflexões de cérebro enfermo. Como ia de olhos fechados, não via o caminho; lembra-me só que a sensação de frio aumentava com a jornada, e que chegou uma ocasião em que me pareceu entrar na região dos gelos eternos.”

Todas as afirmativas estão corretamente associadas ao texto, EXCETO:

A
O texto configura uma tomada de consciência da personalidade dividida entre o eu e a realidade objetiva, tema frequente no final do século XIX, por influência dos avanços da ciência e da psicanálise.
B
Machado de Assis foi um escritor que fez uso reiterado da ironia que, nesse texto, se expressa na personificação do animal e na sua capacidade de retornar aos tempos primordiais.
C
A aventura de Brás Cubas, cavalgando um hipopótamo, em direção à origem dos séculos, configura um tipo de viagem diferente, pois se dá através do delírio da personagem machadiana.
D
O narrador vale-se do recurso da humanização dos animais para expressar o sentimento de medo ao enfrentar uma viagem sem destino.
E
As referências à mitologia clássica, comuns em Machado de Assis, costumam configurar uma perspectiva humorística, que, no caso de Memórias Póstumas de Brás Cubas, aparece no parentesco entre o cavalo de Aquiles e o hipopótamo.
082e490f-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Segundo informações do Amadeus CarsForum, evento realizado em Miami em 2015, a indústria do turismo cresceu 12,6% no Brasil, o dobro da média mundial. Nunca, em todos os tempos, os brasileiros viajaram tanto, atingindo a média de três viagens ao ano por habitante. Cecília Meireles, a poetisa que, significativamente, intitulou seu primeiro livro de Viagem, dizia que “há as viagens que se sonham e as viagens que se fazem – o que é muito diferente”.

Nesta prova de literatura em língua portuguesa, você deverá resolver questões que tratam do viajante, dos lugares percorridos ou imaginados e da experiência da viagem.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho abaixo, de Lygia Fagundes Telles, retirado da obra Passaporte para a China.

“Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1960.

Diz o horóscopo que os do signo de Áries não devem de modo algum se arriscar no dia de hoje.

Sou do signo de Áries e daqui a pouco, em plena noite, devo embarcar num avião a jato para a China. Escalas? Dacar, Paris, Praga, Omsk, Irkutsck e finalmente Pequim. Quer dizer, atravessarei quatro continentes: América, África, Europa e Ásia. É continente demais, hein! Melhor tomar antes um chope duplo ali no bar do Lucas, defronte ao mar de Copacabana, ficar ouvindo a voz espumejante das ondas e esquecer que passarei horas e horas “naquela coisa” que às vezes a gente ouve cortar o céu tão rapidamente e com um silvo tão desesperado que quando se olha para as nuvens não se vê mais nada. Nada.”

Com base no texto selecionado e na obra de Lygia Fagundes Teles, analise as seguintes afirmativas:

I. A narradora enfrenta a ideia de voar com expectativa, pois, além do país asiático, conhecerá outras cinco cidades.

II. O texto expressa os sentimentos de uma viajante momentos antes da partida, enfrentando o pânico de cruzar o planeta para conhecer um país distante.

III. O emprego reiterado de aliterações no último parágrafo sugere a ideia da velocidade que provoca temor na viajante supersticiosa.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
cf3d2334-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , analise as afirmativas sobre algumas obras da Literatura Brasileira Contemporânea, confrontando-as com as estatísticas retiradas do Projeto de Pesquisa “Mapeamento do Personagem na Literatura Contemporânea”, coordenado pela Profa. Regina Dalcastgnè (UnB).


I. O protagonismo das personagens indígenas na literatura brasileira contemporânea vai ao encontro da sua representatividade em obras românticas, como O guarani, de José de Alencar.


II. Diferentemente do narrador negro de Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, a personagem, na posição de narrador, na sua absoluta maioria, é de cor branca.


III. É possível perceber nos romances As meninas, de Lygia Fagundes Telles, e As parceiras, de Lya Luft, uma representação literária que evidencia uma hegemonia branca quanto às personagens na posição de protagonista, coadjuvante e narrador.



Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
cf333d75-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do romance Jubiabá, de Jorge Amado.


Foi quando o alemão voou para cima dele querendo acertar no outro olho de Balduíno. O negro livrou o corpo com um gesto rápido e como a mola de uma máquina que se houvesse partido distendeu o braço bem por baixo do queixo de Ergin, o alemão. O campeão da Europa central descreveu uma curva com o corpo e caiu com todo o peso.

A multidão rouca aplaudia em coro:

– BAL-DO... BAL-DO... BAL-DO...

O juiz contava: – Seis... sete... oito...

Antônio Balduíno olhava satisfeito o branco estendido aos seus pés.


Com base no diálogo e na obra de Jorge Amado, considere as afirmativas.


I. A luta entre Antônio Balduíno e Ergin pode ser interpretada como uma metáfora dos conflitos entre o branco europeu e o negro brasileiro.


II. Ao longo dos seus diferentes romances, Jorge Amado constrói um projeto estético baseado principalmente na representação do intimismo e do lirismo.


III. Nos romances Tereza Batista, cansada de guerra e Memorial de Maria Moura, o escritor baiano explora basicamente o universo erótico feminino em diferentes perspectivas sociais.


IV. O romance Capitães de areia apresenta um detalhado quadro da marginalidade infantil urbana, ao retratar crianças de rua, como Pedro Bala, Sem Pernas e Pirulito.


Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)

A
I, apenas.
B
I e IV, apenas.
C
II e III, apenas.
D
I, II e IV, apenas.
E
I, II, III, IV.
cf2e757b-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do romance Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro.


– O senhor sabe quem foi Dadinha, meu avô?

– Então não sei? Não foi nada, não foi coisa nenhuma, foi uma velha gorda, corró, mentirosa, safadosa...

– Não foi minha bisavó? Mãe de Turíbio Cafubá?

– Mãe de... Quem é que está te contando essas coisas? Isso é negócio daquele velho broco Zé Pinto, eu vou pegar um cacete e tacar umas porretadas na cabeça dele, para ele deixar de ser abelhudo e enxerido, quem é que tá te contando essas coisas?

– Por que o senhor não me conta também? O nome de minha mãe, o nome verdadeiro, era Naê? Quem foi o caboco Capiroba?

– Caboco capiroba? E nunca teve nenhuns cabocos Capirobas, menina, nunca teve nada disso, isso é tudo lenda! Mas será possível que eu te mando para a escola com pensionato, te boto com a melhor professora, [...] e tu agora resolve crescer com rabo de cavalo, desaprender, se prepara pra ser uma nega preta veia, em vez de gente?


Com base no texto e na obra de João Ubaldo Ribeiro, analise as afirmativas.


I. A neta tem alguma consciência de suas raízes e procura conhecer sua genealogia.


II. O avô recusa-se a falar dos antepassados da neta, pois considera o assunto vergonhoso.


III. No seu romance Sargento Getúlio, João Ubaldo Ribeiro propõe um longo monólogo de um Sargento da Polícia Militar, aproximando-se esteticamente de uma variante caboclo-sertaneja, também presente em Guimarães Rosa.


Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II, III.
cf29c226-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do texto dramático O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.


MANUEL – Sim, é Manuel, o Leão de Judá, o Filho de Davi. Levantem-se todos pois vão ser julgados.

JOÃO GRILO – Apesar de ser um sertanejo pobre e amarelo, sinto que estou diante de uma grande figura. Não quero faltar com o respeito a uma pessoa tão importante, mas, se não me engano, aquele sujeito acaba de chamar o senhor de Manuel.

MANUEL – Foi isso mesmo, João. Esse é um dos meus nomes, mas você pode me chamar também de Jesus, de Senhor, de Deus... Ele gosta de me chamar de Manuel ou Emanuel, porque assim quer se persuadir de que sou somente homem. Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus.

JOÃO GRILO – Jesus?

MANUEL – Sim.

JOÃO GRILO – Mas espere, o senhor é que é Jesus?

MANUEL – Sou.

JOÃO GRILO – Aquele a quem chamavam Cristo?

JESUS – A quem chamavam, não, que era Cristo. Sou, por quê?

JOÃO GRILO – Porque... não é lhe faltando com o respeito não, mas eu pensava que o senhor era muito menos queimado. [...] A cor pode não ser das melhores, mas o senhor fala bem que faz gosto. [...]

MANUEL – Muito obrigado, João, mas agora é sua vez. Você é cheio de preconceito de raça. Vim hoje assim de propósito, porque sabia que ia despertar comentários. Que vergonha! Eu, Jesus, nasci branco e quis nascer judeu, como podia ter nascido preto. Para mim tanto faz um branco ou um preto. Você pensa que sou americano para ter preconceito de raça?


Com base no diálogo e na obra literária de Ariano Suassuna, analise as afirmativas.


I. João Grilo mostra-se desrespeitoso diante de um Jesus negro, que não corresponde às suas expectativas.


II. Na sua fala, Manuel demostra que o valor das pessoas independe da cor da pele.


III. O companheiro inseparável de João Grilo, Chicó, é um contador de estórias que se caracteriza como uma espécie de mentiroso ingênuo.


IV. A obra dramática de Ariano Suassuna mostra-se alinhada a uma tradição literária ibérica que apresenta obras fundacionais, como o Auto da barca do Inferno, de Gil Vicente.


Estão corretas as afirmativas

A
I e II, apenas.
B
III e IV, apenas.
C
I, II e III, apenas.
D
II, III e IV, apenas.
E
I, II, III, IV.
cf17a259-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Simbolismo, Naturalismo, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho de O cortiço, de Aluísio de Azevedo, e preencha as lacunas.


Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço, sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada absolutamente, participava das novas regalias do amigo: pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira.


A personagem Bertoleza em O cortiço, de Aluísio de Azevedo, representa o fatalismo_________ que se presentifica em muitas obras _________, pautadas pela forte influência de escritores franceses como _________.

A
determinista – naturalistas – Émile Zola
B
determinista – simbolistas – Gustave Flaubert
C
capitalista – modernistas – Charles Baudelaire
D
positivista – realistas – Charles Baudelaire
E
capitalista – maneiristas – Émile Zola
cf0c51a6-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Como uma espécie de patologia social, o racismo está presente nas variadas esferas do cotidiano. A literatura, enquanto manifestação artística culturalizada, muitas vezes acaba ecoando esses estereótipos raciais de forma a rechaçá-los ou confirmá-los. Assim sendo, é preciso que estejamos sempre atentos às representações raciais no interior do discurso literário. Se é verdade que uma palavra pode fazer milagres, como advertia o escritor Manuel Puig, também não é menos verdade que uma metáfora racista pode abalar violentamente a dignidade humana. Esta Prova discutirá a interface entre racismo e literatura.


INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho do romance A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães.


– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escrava infeliz, vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida que faria inveja a muita gente livre. Gozas da estima de teus senhores. Deram-te uma educação como não tiveram muitas ricas e ilustres damas que eu conheço. És formosa, e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano. [...]

– Mas senhora, apesar de tudo isso, que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação que me deram e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... São trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.

– Queixas-te de tua sorte, Isaura?

– Eu não, senhora; não tenho motivo... o que quero dizer com isto é que, apesar de todos esses dotes e vantagens que me atribuem, sei conhecer o meu lugar.


Com base no texto e no contexto do qual o fragmento acima faz parte, afirma-se:


I. De acordo com a primeira fala, a cor de Isaura é apontada como uma possível negação de sua origem africana.


II. Apesar de alguns questionamentos acerca da senzala, a escrava parece resignada ao lugar que ela ocupa na sociedade da época.


III. A obra A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, integra um dos momentos cruciais do realismo literário brasileiro, no qual os autores se mostravam preocupados com a crítica social.


Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II, III.
2a764488-36
PUC - RS 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Narrada por __________, a obra __________, de__________, traz uma das mais cativantes personagens da literatura brasileira: __________.

A alternativa correta para o preenchimento das lacunas é:

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia a passagem a seguir, referente a uma marcante personagem da literatura brasileira, e preencha as lacunas do texto relacionado ao excerto.

Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.
A
Leôncio – A escrava Isaura – Bernardo Guimarães – Isaura.
B
Brás Cubas – Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis – Virgília.
C
Martim – Iracema – José de Alencar – Iracema.
D
Bentinho – Dom Casmurro – Machado de Assis – Capitu.
E
Fernando – Senhora – José de Alencar – Aurélia.
2a6003d3-36
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base no poema, assinale a alternativa INCORRETA:

Quase dez mil quilômetros de litoral. O Brasil é mundialmente famoso por suas praias, mas o mar também é elemento de grande força simbólica no campo literário, e não apenas em nosso país. Escritores de diferentes tempos relacionam o mar com ações contraditórias: é aquele elemento sereno, que traz a vida, mas também é cenário de turbulência, que provoca mortes e desgraças. Muitas vezes, até mesmo a ausência do mar transforma-se em material poético. Em outras, o mar é personificado, e poetas com ele conversam. Metafórico, calmo, tenebroso, ambivalente: o mar, essa imensa massa de água salgada, é a matéria que unifica a questão de literatura que você irá responder.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o
poema “Mar português”.

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
A
O poema é de autoria de Fernando Pessoa, um dos mais célebres escritores da língua portuguesa, que deu vida a três famosos heterônimos: Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.
B
“Mar português" foi retirado de Mensagem, único livro publicado em vida, em língua portuguesa, por seu autor – obra que já tematiza a decadência lusitana percebida no início do século XX.
C
O poema trabalha com a ambivalência simbólica do mar, uma vez que ele foi o palco para grandes conquistas lusitanas, no período das navegações, mas também representa o cenário tenebroso de naufrágios e outras desgraças.
D
Os versos, de certa forma, questionam a glorificação lusitana do tempo do Império, já que lançam indagações a respeito dessa era de ouro. Por isso, podemos considerar este poema como um contraponto ao épico e nacionalista Os Lusíadas, de Camões.
E
Por ser modernista, observamos que este soneto rompe com a tradição literária, apresentando uma métrica livre, ainda que com rimas emparelhadas (AABBCC).
644672ff-2a
PUC - RS 2014 - Literatura - Simbolismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , considere o poema Inefável em seu contexto, e leia as afirmativas que seguem.

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em for, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas

I. A subjetividade, a sugestão no conteúdo e um cultivo à técnica formal revelam características da obra de um dos poetas mais importantes da escola simbolista.
II. Substantivos comuns grifados com maiúsculas, a obsessão pelo claro, pela cor branca, são marcas do poeta Cruz e Souza.
III. As aliterações são também um traço típico da obra deste poeta, perceptíveis no poema “Inefável”.
IV. Característica típica do simbolismo, o eu lírico neste poema sofre fisicamente por um amor não vivido.

As afirmativas corretas são, apenas,

A
I e II.
B
I e IV.
C
III e IV.
D
I, II e III.
E
II, III e IV.
662cc7a6-2a
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: O ano de 1922 trouxe muito barulho ao cenário das letras brasileiras. Para responder à questão , preencha as lacunas do texto relacionado a dois dos mais representativos articuladores desta época.

Mario de Andrade e __________ são considerados os principais nomes do __________ brasileiro, movimento que, entre outras características, apresentava __________ e __________.

A alternativa que completa o excerto adequadamente é:

A
Oswald de Andrade – Modernismo – uma liberdade formal – um ideário nacionalista
B
Augusto dos Anjos – Pré-Modernismo – um cientificismo grotesco – uma ideologia de vanguarda
C
Olavo Bilac – Modernismo – um vínculo com a razão – um pessimismo ideológico
D
Augusto dos Anjos – Pré-Modernismo – uma valorização do nacional – uma subversão expressionista
E
Oswald de Andrade – Futurismo – um convencionalismo da linguagem – um nacionalismo utópico
635527c6-2a
PUC - RS 2014 - Literatura - Simbolismo, Parnasianismo, Escolas Literárias, Romantismo

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o poema A cavalgada, de Raimundo Correia.

A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...

O texto do crítico Sergius Gonzaga refere-se a características da obra de Raimundo Correia, também perceptíveis no poema da questão.

“Raimundo Correia é um dos poetas mais ligados aos padrões do movimento __________. Alguns críticos valorizam nele o __________, muitas vezes acrescido de uma __________ que __________”.

                                    (GONZAGA, Sergius. Curso de Literatura Brasileira. Adaptado.)

A alternativa que completa as lacunas do excerto adequadamente é:

A
simbolista – grande potencial para a construção de imagens – euforia – dá vida ao culto à forma
B
parnasiano – sentimentalismo nos conflitos humanos – subjetividade – subverte o mero culto à forma
C
romântico – pendor à idealização da natureza – força – espiritualiza o humano
D
simbolista – poder sugestivo da construção simbólica – musicalidade – valoriza a forma e o conteúdo
E
parnasiano – sentido plástico de suas descrições da natureza – melancolia – humaniza a paisagem
1109613b-27
PUC - RS 2011 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão 32, leia o trecho a seguir, no contexto da obra O Ateneu, de Raul Pompéia, e as afirmativas.

Imagem 016.jpg

I. A violência recorrente num ambiente de confinamento mostra ao personagem principal a lógica da dominação dos mais fracos pelos mais fortes.

II. A expressão “fazer valer um bom serviço” explicita o trabalho duplo de Sanches: apresentar um suposto perigo e ao mesmo tempo oferecer proteção ao aluno novato.

III. O incêndio que devastaria o colégio Ateneu, provocado pelo personagem principal do romance, é um último ato de violência, que dá fim à obra de Raul Pompéia.

IV. Com teor memorialista, a obra O Ateneu, uma crônica de saudades, traz um narrador em primeira pessoa do singular, chamado Franco.

As afirmativas corretas são, apenas,



A
I e II.
B
I e III.
C
III e IV.
D
I, II e IV.
E
II, III e IV.
14a099d8-27
PUC - RS 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O personagem Paulo Honório, presente no romance __________, apresenta- se tomado pelo ódio e pensa em matar a sua própria esposa, Madalena. Este magnífico romance de __________, além de tematizar a violência, também discute o contexto econômico e social da Revolução de 30.

A
Vidas Secas – Rubem Braga
B
São Bernardo – Graciliano Ramos
C
Os Sertões – Euclides da Cunha
D
Agosto – Rubem Fonseca
E
As Parceiras – Lya Luft
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PUC - RS 2010, PUC - RS 2010 - Literatura - Simbolismo, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias, Romantismo

Os textos A e B pertencem, respectivamente, a ________ e _________, autores que se alinham aos movimentos literários denominados _________ e _________.

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A
Cruz e Souza – Dyonélio Machado – Simbolismo – Romantismo
B
Manuel Bandeira – Cyro Martins – Modernismo – Realismo
C
Alphonsus de Guimaraens – Dyonélio Machado – Simbolismo – Modernismo
D
Álvares de Azevedo – Moacyr Scliar – Roman- tismo – Modernismo
E
Olavo Bilac – Cyro Martins – Parnasianismo – Realismo
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PUC - RS 2012 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Considerando os textos 1 e 2 e o contexto do Romantismo, afirma-se:

( ) Nos dois textos, é a partir do silêncio noturno que surge o sentimento de solidão. No poema de Casimiro de Abreu, essa solidão do eu lírico se potencializa com elementos da natureza que também trazem uma certa melancolia: a quietude das ondas do mar, a lua que reflete na água.

( ) A noite tem função simbólica distinta nos dois textos: no primeiro ela provoca um leve meditar, sem sofrimento; no segundo traz dor e sensação de abandono.

( ) O subjetivismo, o sentimento nostálgico e a tristeza são alguns dos traços da poesia do romântico Casimiro de Abreu, evidenciados em “Saudades”.

( ) O autor de “Saudades”, assim como o poeta Gonçalves Dias, pertence à segunda geração romântica, conhecida como a do ‘Mal do Século’.

( ) Em seu célebre prefácio à obra Cromwell, o es- critor romântico francês Victor Hugo desdenhava da necessidade de rigidez nas estruturas de composição no Romantismo, postulando uma espontaneidade de criação. Esse pensamento pode ser comprovado com o texto 1, que apresenta um poema com versos livres e brancos.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

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A
F – V – F – V – V
B
V – F – V – F – V
C
V– F – V – F – F
D
V – F – V – V – F
E
F – V – F – V – F