Questõesde ENEM sobre República Oligárquica - 1889 a 1930

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ENEM 2015 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

TEXTO I

  Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados. CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.

TEXTO II

  Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.

SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.

Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da

A
manipulação e incompetência.
B
ignorância e solidariedade.
C
hesitação e obstinação.
D
esperança e valentia.
E
bravura e loucura.
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ENEM 2015 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

   Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte com representações de bandeirantes no acervo do Museu Paulista, mediante a aquisição de uma tela que homenageava o sertanista que comandara a destruição do Quilombo de Palmares. Essa aquisição, viabilizada por verba estadual, foi simultânea à emergência de uma interpretação histórica que apontava o fenômeno do sertanismo paulista como o elo decisivo entre a trajetória territorial do Brasil e de São Paulo, concepção essa que se consolidaria entre os historiadores ligados ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo ao longo das três primeiras décadas do século XX.

MARINS, P. C. G. Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a tradição da retratística monárquica europeia. Revista do LEB, n. 44, fev. 2007.

A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas das obras, tinha como propósito a construção de uma memória que

A
afirmava a centralidade de um estado na política do país.
B
resgatava a importância da resistência escrava na história brasileira.
C
evidenciava a importância da produção artística no contexto regional.
D
valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma memória social.
E
destacava a presença do indígena no desbravamento do território colonial.
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ENEM 2014 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que começa a ser construída apenas em 1905, foi criada, ao contrário das outras grandes ferrovias paulistas, para ser uma ferrovia de penetração, buscando novas áreas para a agricultura e povoamento. Até 1890, o café era quem ditava o traçado das ferrovias, que eram vistas apenas como auxiliadoras da produção cafeeira.

CARVALHO, D. F. Café, ferrovias e crescimento populacional: oflorescimento da região noroeste paulista. Disponível em: www.historica.arquivoestado.sp.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2012.

Essa nova orientação dada à expansão ferroviária, durante a Primeira República, tinha como objetivo a

A
articulação de polos produtores para exportação.
B
criação de infraestrutura para atividade industrial.
C
integração de pequenas propriedades policultoras.
D
valorização de regiões de baixa densidade demográfica.
E
promoção de fluxos migratórios do campo para a cidade.
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ENEM 2014 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

O problema central a ser resolvido pelo Novo Regime era a organização de outro pacto de poder que pudesse substituir o arranjo imperial com grau suficiente de estabilidade. O próprio presidente Campos Sales esumiu claramente seu objetivo: “É de lá, dos estados, que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam agitadas nas ruas da capital da União. A política dos estados é a política nacional”.

CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 (adaptado).


Nessa citação, o presidente do Brasil no período expressa uma estratégia política no sentido de

A
governar com a adesão popular.
B
atrair o apoio das oligarquias regionais.
C
conferir maior autonomia às prefeituras.
D
democratizar o poder do governo central.
E
ampliar a influência da capital no cenário nacional.
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ENEM 2013 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

      Nos estados, entretanto, se instalavam as oligarquias, de cujo perigo já nos advertia Saint-Hilaire, e sob o disfarce do que se chamou ‘‘a política dos governadores". Em círculos concêntricos esse sistema vem cumular no próprio poder central que é o sol do nosso sistema.

PRADO, P. Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio. 1972.

A crítica presente no texto remete ao acordo que fundamentou o regime republicano brasileiro durante as três primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a)

A
poder militar, enquanto fiador da ordem econômica.
B
presidencialismo, com o objetivo de limitar o poder dos coronéis.
C
domínio de grupos regionais sobre a ordem federativa.
D
intervenção nos estados, autorizada pelas normas constitucionais.
E
isonomia do governo federal no tratamento das disputas locais.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

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Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos apresentados, o Acre tornou-se parte do território nacional brasileiro

A
pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação.
B
por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região.
C
devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais.
D
em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região.
E
pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bolívia.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

O  artigo  402  do  Código  penal  Brasileiro  de  1890  dizia: Fazer nas  ruas e praças públicas exercícios de agilidade e  destreza  corporal,  conhecidos  pela  denominação de  capoeiragem:  andar  em  correrias,  com  armas  ou instrumentos  capazes  de  produzir  uma  lesão  corporal, provocando tumulto ou desordens. Pena: Prisão de dois a seis meses.
SOARES, C.  E.  L. A Negregada  instituição:  os  capoeiras  no Rio de Janeiro:  1850-1890.
Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura,  1994  (adaptado).


O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal regulamento expressava

A
a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade urbana.
B
a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros governos do período republicano.
C
o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização.
D
a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos ao passado de escravidão.
E
o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e segregada.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

I  -  Para  consolidar-se  como  governo,  a  República precisava  eliminar  as  arestas,  conciliar-se  com  o passado  monarquista,  incorporar distintas  vertentes  do republicanismo.  Tiradentes  não  deveria  ser visto  como herói  republicano  radical,  mas  sim  como  herói  cívico-religioso,  como  mártir,  integrador,  portador  da  imagem do povo  inteiro.
CARVALHO,  J. M. C. A  formação das almas: O  imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das  Letras,  1990.

I -  Ei-lo, o gigante da praça,/ O Cristo da multidão!
É Tiradentes quem  passa / Deixem  passar o Titão.
ALVES, C. Gonzaga ou a  revolução de Minas.  In: CARVALHO. J.  M.C. A  formação das almas: O  imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das  Letras,  1990.

A 1a República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heróica capaz de congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime.
Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado

A
ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes.
B
à identificação da Conjuração Mineira como o movimento precursor do positivismo brasileiro.
C
ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas raízes populares, que precisava de legitimação.
D
à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação.
E
ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país.
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ENEM 2010 - História - Fundamentos da História : Tempo, Memória e Cultura, República Oligárquica - 1889 a 1930, História Geral, História do Brasil

As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.

Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de

A
objetos arqueológicos e paisagísticos.
B
acervos museológicos e bibliográficos.
C
núcleos urbanos e etnográficos.
D
práticas e representações de uma sociedade.
E
expressões e técnicas de uma sociedade extinta.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

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No início do século XX, uma série de empreendimentos capitalistas chegou à região do meio-oeste de Santa Catarina — ferrovias, serrarias e projetos de colonização. Os impactos sociais gerados por esse processo estão na origem da chamada Guerra do Contestado. Entre tais impactos, encontrava-se

A
a absorção dos trabalhadores rurais como trabalhadores da serraria, resultando em um processo de êxodo rural.
B
o desemprego gerado pela introdução das novas máquinas, que diminuíam a necessidade de mão de obra.
C
a desorganização da economia tradicional, que sustentava os posseiros e os trabalhadores rurais da região.
D
a diminuição do poder dos grandes coronéis da região, que passavam disputar o poder político com os novos agentes.
E
o crescimento dos conflitos entre os operários empregados nesses empreendimentos e os seus proprietários, ligados ao capital internacional .
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ENEM 2011 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).

A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavam-nos em confronto por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior.
TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).

Para a caracterização do processo político durante a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização:

A
A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, sem necessidade de alianças.
B
As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período.
C
As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas.
D
A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias.
E
A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias.
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ENEM 2011 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

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A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela

A
a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.
B
a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias.
C
a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população.
D
o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral.
E
o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite.
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ENEM 2011 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado” . Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930.
MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado).

O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a Proclamação da República no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era uma maneira de

A
valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas.
B
resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia.
C
criticar a política educacional adotada durante a República Velha.
D
legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder.
E
destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação.
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ENEM 2011 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel” . Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).

O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social

A
igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
B
estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
C
tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
D
ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
E
agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.
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ENEM 2007 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

São Paulo, 18 de agosto de 1929.

Carlos [Drummond de Andrade],

Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candidatura Getúlio Vargas – João Pessoa. É. Mas veja como estamos... trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou eu que conservo o ceticismo que deveria ser de você. (...).
Eu... eu contemplo numa torcida apenas simpática a candidatura Getúlio Vargas, que antes desejara tanto. Mas pra mim, presentemente, essa candidatura (única aceitável, está claro) fica manchada por essas pazes fragílimas de governistas mineiros, gaúchos, paraibanos (...), com democráticos paulistas (que pararam de atacar o Bernardes) e oposicionistas cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo reconhecendo a existência de males necessários, porém me afasta do meu país e da candidatura Getúlio Vargas. Repito: única aceitável.

Mário [de Andrade]

Renato Lemos. Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004, p. 305.

Acerca da crise política ocorrida em fins da Primeira República, a carta do paulista Mário de Andrade ao mineiro Carlos Drummond de Andrade revela

A
a simpatia de Drummond pela candidatura Vargas e o desencanto de Mário de Andrade com as composições políticas sustentadas por Vargas.
B
a veneração de Drummond e Mário de Andrade ao gaúcho Getúlio Vargas, que se aliou à oligarquia cafeeira de São Paulo.
C
a concordância entre Mário de Andrade e Drummond quanto ao caráter inovador de Vargas, que fez uma ampla aliança para derrotar a oligarquia mineira.
D
a discordância entre Mário de Andrade e Drummond sobre a importância da aliança entre Vargas e o paulista Júlio Prestes nas eleições presidenciais.
E
o otimismo de Mário de Andrade em relação a Getúlio Vargas, que se recusara a fazer alianças políticas para vencer as eleições.
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ENEM 2007 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

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Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens dos animais onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.

Oswald de Andrade. Marco Zero II – Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991.

Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração européia para o Brasil, é correto afirmar que

A
a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista.
B
a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil.
C
os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.
D
Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.
E
Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex- escravos.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata liderada por João Cândido, e descrita na música, foi

O Mestre-sala dos mares

Há muito tempo nas águas da Guanabara

O dragão do mar reapareceu

Na figura de um bravo marinheiro

A quem a história não esqueceu

Conhecido como o almirante negro

Tinha a dignidade de um mestre-sala

E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas

Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas

Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas jorravam nas costas

Dos negros pelas pontas das chibatas...

BLANC, A.; J. O Mestre-sala dos mares. Disponível em: www.usinadeletras.com.br.

Acesso em: 19 jan. 2009.

A
a rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de Janeiro.
B

a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro. 

C
o protesto ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na Guerra do Paraguai.
D
a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra.
E
o protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas, pela polícia.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil



Esse discurso, típico do contexto histórico da República Velha e usado por chefes políticos, expressa uma realidade caracterizada

A
pela força política dos burocratas do nascente Estado republicano, que utilizavam de suas prerrogativas para controlar e dominar o poder nos municípios.
B
pelo controle político dos proprietários no interior do país, que buscavam, por meio dos seus currais eleitorais, enfraquecer a nascente burguesia brasileira.
C
pelo mandonismo das oligarquias no interior do Brasil, que utilizavam diferentes mecanismos assistencialistas e de favorecimento para garantir o controle dos votos.
D
pelo domínio político de grupos ligados às velhas instituições monárquicas e que não encontraram espaço de ascensão política na nascente república.
E
pela aliança política firmada entre as oligarquias do Norte e Nordeste do Brasil, que garantiria uma alternância no poder federal de presidentes originários dessas regiões.
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ENEM 2009 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que

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A
a Constituição de 1934 avançou ao reduzir a idade mínima para votar.
B
a Constituição de 1891, ao se referir a cidadãos, referia-se também às mulheres.
C
os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidadão fosse eleitor.
D
o texto da carta de 1891 já permitia o voto feminino.
E
a Constituição de 1891 considerava eleitores apenas indivíduos do sexo masculino.