Questõesde PUC-GO sobre História

1
1
Foram encontradas 22 questões
6ec4be2a-34
PUC-GO 2015 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

      No trecho do Texto 5 “Não faria como os garimpeiros: quando não havia mais nada, eles se mudavam, atrás de outros garimpos." é feita menção de uma prática corriqueira na história da ocupação e do povoamento do estado de Goiás: o esgotamento de jazidas de minérios e a procura por alternativas que pudessem garantir a sobrevivência da comunidade local. Com base nesse contexto histórico, avalie os itens a seguir:


I-Por conta da elevada disponibilidade de ouro em ambientes tais como topos de chapadas e vertentes, bem como faixas aluviais, houve a vinda de pessoas em busca de fácil enriquecimento, que acabaram por ocupar áreas inóspitas.


II-Pelo isolamento geográfico com relação aos centros de abastecimento no período colonial, as práticas agrícola e pecuária foram desenvolvidas paralelamente à mineração, com o intuito de abastecer as minas.


III-Com o esgotamento das jazidas auríferas, houve um período de estagnação e regresso socioeconômico, devido à substituição da atividade mineradora por uma economia de subsistência.


IV-A atividade agropecuária substituiu a mineração como principal atividade econômica e fator de povoamento do território goiano após o esgotamento das jazidas.


Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

TEXTO 5

    TODO PIONEIRO É UM FORTE, pensava Bambico. Acredita nos sonhos. Se não fosse por ele, o mundo ainda estaria no tempo das cavernas... Quanto mais pensava nisso, mais se fortalecia. 

     Bambico chegara à Amazônia com as mãos vazias, vindo do Sul. Mas tinha na cabeça projetos grandiosos. Queria extrair da natureza toda a riqueza intacta, como o garimpeiro faz. Não desejava, entretanto, cavar rio e terra para achar pepitas de ouro. Não tinha vocação para tatu. Não faria como os garimpeiros: quando não havia mais nada, eles se mudavam, atrás de outros garimpos.

    — Garimpeiro vive de ilusões. Eu gosto de projetos! 

    Que projetos grandiosos eram? Cortar árvores, exportar madeiras preciosas para a casa e a mobília dos ricos. Em seguida, semear capim, povoando os campos com as boiadas de nelore brilhando de tanta saúde. A riqueza estava acima do chão. A imensidão verde desaparecia no horizonte. Só de olhar para uma árvore, sabia quantos dólares cairia em seus bolsos. Quando ouvia os roncos das motosserras, costumava dizer, orgulhoso: 

    — Eis o barulho da fortuna! 

    Montes de serragem eram avistados de longe quando o visitante chegava às pequenas comunidades. Os caminhões de toras gemiam nas estradas esburacadas. Índios e caboclos eram afugentados à bala. A floresta se transformava num pó fino, que logo apodrecia. Quando os montes de serragem não apodreciam, eram queimados, sempre apressadamente. Por dias, os canudos negros de fumaça subindo pesadamente ao céu. Havia o medo dos fiscais. Quando apareciam, quase nunca eram vistos, era conveniente que houvesse pouca serragem...

    Que história, a de Bambico! Teria muita coisa a contar para os netos que haveriam de chegar. 

    Em seu escritório, fumando um Havana, que um importador americano lhe presenteara, estufou o peito, vaidoso. 

    — Sim, muitas coisas! Quem te viu, quem te vê!

    [...]

    Sentia prazer com seus projetos grandiosos. Toda manhã se levantava para conquistar o mundo. Vereança era merreca. Não se rastejava em pequenos projetos. Muito menos desejava ser deputado... Ambicionava altos voos. Todo deputado era pau-mandado dos ricos. O Senado, sim, era o grande alvo. Lá, ele poderia afrontar esses “falsos profetas protetores da natureza". Essas ONGs de fachada... Lá, o seu cajado cairia sem dó, como um verdugo, sobre o costado dessa gente tola. Enquanto isso, ele poderia continuar seus projetos grandiosos. Cortar árvores, exportar madeiras preciosas para a casa e a mobília dos ricos, e semear capim. 

    Sonhara em ter uma dúzia de filhos, mas o destino lhe dera apenas dois. Sua mulher, após o segundo parto, ficara impossibilitada de procriar. Não queria fêmea entre os seus descendentes, mas logo no primeiro parto veio a decepção. Uma menina. Decepcionado, nada comentou com a esposa. No segundo, depois de uma gravidez tumultuada, veio o varão. Encheu-se de alegria. Com certeza, mais varões estavam para vir... [...]

                               (GONÇALVES, David. Sangue verde. São Paulo: Sucesso Pocket, 2014. p. 114-115.)


A
I, II e III.
B
I, II e IV.
C
I, III e IV.
D
II, III e IV.
6e826ced-34
PUC-GO 2015 - História - História Geral, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos

O Texto 3 se refere a olhar “como se estivesse descobrindo o mundo”. Essa forma de ver as coisas, realmente, ocorreu nas primeiras navegações às terras encontradas por Cristóvão Colombo que, inclusive, receberam a denominação de Novo Mundo. Assinale a alternativa correta acerca das transformações históricas que possibilitaram tais expedições:

TEXTO 3  

                                       O outro

     Ele me olhou como se estivesse descobrindo o mundo. Me olhou e reolhou em fração de segundo. Só vi isso porque estava olhando-o na mesma sintonia. A singularização do olhar. Tentei disfarçar virando o pescoço para a direita e para a esquerda, como se estivesse fazendo um exercício, e numa dessas viradas olhei rapidamente para ele no volante. Ele me olhava e volveu rapidamente os olhos, fingindo estar tirando um cisco da camisa. Era um ser de meia idade, os cabelos com alguns fios grisalhos, postura de gente séria, camisa branca, um cidadão comum que jamais flertaria com outra pessoa no trânsito. E assim, enquanto o semáforo estava no vermelho para nós, ficou esse jogo de olhares que não queriam se fixar, mas observar o outro espécime que nada tinha de diferente e ao mesmo tempo tinha tudo de diferente. Ele era o outro e isso era tudo. É como se, na igualdade de milhares de humanos, de repente, o ser se redescobrisse num outro espécime. Quando o semáforo ficou verde, nós nos olhamos e acionamos os motores. 

                                              (GONÇALVES, Aguinaldo. Das estampas. São Paulo: Nankin, 2013. p. 130.)

A
O fim da guerra contra os muçulmanos que habitavam seu território gerou as condições financeiras e políticas para que a Espanha adentrasse na aventura marítima, em busca de atingir o comércio das especiarias orientais.
B
A aliança com os muçulmanos do norte da África gerou as condições mercantis, tecnológicas e culturais que possibilitaram a organização da expedição comandada por Cristóvão Colombo para as Índias; essa expedição acabou encontrando a América.
C
A aliança do rei espanhol com o rei da Itália possibilitou as condições financeiras, políticas e tecnológicas necessárias à aventura marítima pelo Atlântico, pois os italianos eram hábeis comerciantes e bastante experientes na navegação do mediterrâneo.
D
O papel do Tribunal da Inquisição foi fundamental na expansão marítima, pois, ao prender árabes, chamados de “mouriscos”, forçava que revelassem os segredos e as rotas para atingir o comércio com o Oriente.