Questõesde UERJ 2019 sobre Geografia

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UERJ 2019 - Geografia - Geografia Econômica

Considere o perfil histórico e socioeconômico do Brasil retratado no texto a seguir.


Em 1974, final do governo Médici, o Brasil crescia como poucos países, e o salário mínimo valia muito pouco. O ministro da fazenda da época, Delfim Netto, pedia para o povo ficar calmo: “Temos que esperar o bolo crescer para depois distribuir os pedaços.” O bolo ficou enorme, e o povo não deu nem uma mordida! Chico Buarque, usando o pseudônimo de Julinho de Adelaide, compôs a música “Milagre brasileiro”:

Cadê o meu?

Cadê o meu, ó meu?

Dizem que você se defendeu.

É o milagre brasileiro.

Adaptado de DINIZ, A.; CUNHA, D. A República cantada: do choro ao funk, a história do Brasil através da música. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.


O gráfico que expressa, para o ano de 1989, a distribuição social da riqueza resultante da política econômica implementada ao longo do período histórico abordado no texto é:

A


B


C


D


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UERJ 2019 - Geografia - Geografia Política, População

UM MUNDO DE MUROS: AS BARREIRAS QUE NOS DIVIDEM


Um mundo cada vez mais interconectado tem erguido muros e cercas para bloquear aqueles que considera indesejáveis. Das 17 barreiras físicas existentes em 2001 passamos para 70 hoje. Alguns separam fronteiras. Outros dividem a mesma população. Alguns freiam refugiados. Outros escondem a pobreza. Ou o medo. Ou a guerra. Ou a desigualdade. Ou a mudança climática.

Adaptado de arte.folha.uol.com.br, 27/02/2017.



Os objetivos prioritários para a construção das barreiras físicas apresentadas nos mapas 1 e 2 são, respectivamente:

A
estratégia militar e política demográfica
B
rivalidade étnica e polarização ideológica
C
antagonismo comercial e restrição religiosa
D
isolamento econômico e segurança ambiental
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UERJ 2019 - Geografia - Geografia Política

O gueto do Norte tinha se transformado numa espécie de área colonial. A colônia era impotente porque todas as decisões importantes que afetavam a comunidade vinham de fora. Muitos de seus habitantes chegavam a ter sua vida diária dominada pelo agente da previdência e pelo policial. Os lucros obtidos por senhorios e comerciantes eram retirados e raramente reinvestidos. A única coisa positiva que a sociedade mais ampla via na favela era o fato de ela ser uma fonte de mão de obra excedente barata em tempos de prosperidade.

Adaptado de CARSON, C. A autobiografia de Martin Luther King. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.


No fragmento, Martin Luther King, líder do movimento pelos direitos civis, estabelece uma comparação entre o colonialismo territorial e os eventos ocorridos no gueto negro de Lawndale, na cidade de Chicago, onde ele morou com sua família.


Essa comparação está fundamentada no seguinte processo social:

A
imposição cultural
B
totalitarismo político
C
drenagem econômica
D
manipulação ideológica
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UERJ 2019 - Geografia - Urbanização, Noções Gerais de Urbanização

Na administração do engenheiro e prefeito Carlos Sampaio (1920-1922), o Morro do Castelo foi totalmente demolido. A decisão causou muita polêmica, tendo sido criticada por vários intelectuais, como, por exemplo, Monteiro Lobato.



[O Morro do Castelo] ouve sempre cochichos suspeitos nos quais um estribilho soa insistente: precisamos arrasar o Morro do Castelo! Percebe que virou negócio, que o verdadeiro tesouro oculto em suas entranhas não é a imagem de ouro maciço de Santo Inácio, e sim o panamá do arrasamento. Os homens de hoje são negocistas sem alma. Querem dinheiro. Para obtê-lo venderão tudo, venderiam até a alma se a tivessem. Como pode ele, pois, resistir à maré, se suas credenciais − velhice, beleza, pitoresco, historicidade − não são valores de cotação na bolsa?

MONTEIRO LOBATO Adaptado de A onda verde. São Paulo: Monteiro Lobato & Cia Editores, 1922.


De acordo com a crítica de Monteiro Lobato, transcrita acima, o arrasamento do Morro do Castelo expressou a seguinte perspectiva de intervenção urbana:

A
remoção de população pobre
B
saneamento de área degradada
C
desqualificação do passado colonial
D
modernização do transporte público
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UERJ 2019 - Geografia - Geografia Econômica

CERCO DE TRUMP DÁ FORMA À ARTE NA BIENAL DE HAVANA



Um peso que pesa outro peso, e este outro, e assim por diante, até chegar a seis balanças romanas encadeadas, que se sustentam entre si de um modo inverossímil – metáfora de como funciona atualmente a economia cubana, sempre em um precário equilíbrio que se mantém enquanto uma força não interferir. Trata-se de uma instalação do artista Marco Castillo, chamada “Gabriel”. Feita de aço e chumbo, mede quase cinco metros de altura e é parte de Intercessões, uma das muitas exposições inauguradas na 13ª Bienal de Havana, sob o título “A construção do possível”, em cujo programa figuram mais de 300 criadores de 50 países.

Adaptado de brasil.elpais.com, 24/04/2019.


Na 13ª Bienal de Havana, muitas obras dialogavam com aspectos atuais das condições de vida em Cuba, indicando transformações econômicas ocorridas recentemente.

Um fator determinante para esse novo cenário econômico é:

A
modernização agrícola
B
dinamização do comércio
C
regulamentação trabalhista
D
ampliação da informalidade
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UERJ 2019 - Geografia - Globalização


A primeira imagem acima ilustra a Teoria dos Lugares Centrais, elaborada com base em estudos sobre a rede de cidades do sul da Alemanha, na década de 1930. Já a segunda imagem foi feita a partir de estudos e mapeamentos das cidades globais do final do século XX.

A comparação entre os dois estudos permite identificar a seguinte mudança vinculada às redes urbanas, ao longo do século XX:

A
escala espacial das interações econômicas
B
valorização social das identidades culturais
C
estrutura funcional das hierarquias políticas
D
organização territorial das entidades governamentais
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UERJ 2019 - Geografia - Geografia Política


Os mapas acima, publicados em momentos distintos pela revista The Economist, representam o alcance calculado para os mísseis balísticos da Coreia do Norte. No mapa 1, de 03/05/2003, os mísseis não atingem plenamente o espaço continental dos Estados Unidos. O mapa 2, publicado alguns dias depois, corrige essa informação, revelando a efetiva vulnerabilidade de todo o território estadunidense àqueles artefatos militares.


A correção das informações do mapa 1 decorre da seguinte característica desse tipo de representação da superfície terrestre:

A
deformações resultantes da projeção utilizada
B
generalizações derivadas da simbologia gráfica
C
imprecisões decorrentes da tecnologia disponível
D
manipulações originadas da orientação ideológica
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UERJ 2019 - Geografia - Desenvolvimento

O BRASIL SOB A LAMA


O Brasil viveu, na última semana, um pesadelo. O país ainda chora os 110 mortos e mais de 200 desaparecidos deixados pela avalanche de lama da sexta-feira passada, dia 25 de janeiro, em Brumadinho (MG), causada pelo rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Vale. A tragédia tem um precedente muito próximo, também no Estado de Minas Gerais, em Mariana. Em 5 de novembro de 2015, o rompimento de duas paredes de contenção na represa da Samarco matou 19 pessoas e deixou um irreparável rastro de destruição ambiental.

É assombroso constatar que, mais de três anos depois, o Brasil continua debatendo sobre os mesmos problemas que ocasionaram a primeira tragédia. Mais ainda, que durante todo este tempo nada tenha sido feito para melhorar a segurança de tais instalações. É terrível também ver como uma parte da sociedade continua demonizando a fiscalização ambiental e militando em uma dicotomia cega e antiquada entre preservação e desenvolvimento econômico.

Adaptado de brasil.elpais.com, 01/02/2019


NÃO HÁ DESENVOLVIMENTO SEM PROTEÇÃO AMBIENTAL


O desastre de Brumadinho é uma boa oportunidade para refletir sobre uma visão muito disseminada no Brasil de que a proteção ambiental é um entrave ao desenvolvimento. Muitos acreditam que devemos desenhar políticas econômicas sem analisar suas consequências ambientais. Isso está profundamente equivocado. Os livros de economia das melhores universidades do mundo já não falam mais de crescimento sem considerar os seus impactos ambientais, que no passado eram tratados como simples “externalidades”. Na visão antiga, qualquer forma de extrair minério é boa porque faz a economia crescer. Não entra nessa perspectiva a análise do custo das vidas e da degradação ambiental decorrente de desastres como os de Brumadinho ou Mariana. Se os órgãos ambientais tivessem exigido maiores investimentos da Vale na segurança das barragens antes de conceder a licença, isso teria sido visto como um “entrave ambiental”.

VIRGÍLIO VIANA

Adaptado de brasil.elpais.com, 16/03/2019.


Nos textos são apresentados alguns dos significados dos desastres humanos e ambientais causados pelo rompimento de barragens de rejeitos de mineração em Mariana e Brumadinho.

Os desastres mencionados indicam a permanência do seguinte critério na relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental:

A
valorização da ocupação laboral
B
primazia da acumulação capitalista
C
racionalização da produção industrial
D
retomada da desregulamentação estatal
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UERJ 2019 - Geografia - População, Migrações


Os gráficos acima são parte do resultado de uma pesquisa feita em 2015 sobre a percepção dos cidadãos de diferentes países acerca do fenômeno migratório.

A diferença entre o percentual médio estimado pelos que responderam à pergunta e o percentual real de imigrantes em cada população nacional expressa uma grande preocupação de cidadãos europeus na atualidade.


Uma consequência direta dessa preocupação é:

A
ampliação dos programas de proteção social
B
intensificação dos conflitos de caráter militar
C
crescimento dos partidos de extrema-direita
D
fortalecimento dos acordos de integração econômica
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UERJ 2019 - Geografia - Geografia Física


A partir da análise do mapa, constata-se que o uso da metáfora do “arquipélago” no título da imagem expressa a seguinte característica da organização espacial do Brasil naquele momento:

A
reduzida integração econômica do território colonial
B
desigual distribuição regional da atividade industrial
C
excessiva diluição política do poder governamental
D
acentuada fragmentação fundiária da propriedade rural
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UERJ 2019 - Geografia - Geografia Econômica, Geografia Política, Geografia Cultural

PUTIN INAUGURA PONTE ENTRE RÚSSIA E CRIMEIA



O presidente russo, Vladimir Putin, inaugurou em maio de 2018 o trecho rodoviário de nova ponte que liga a Rússia continental à Península da Crimeia, anexada à Russia em 2014. A Crimeia, uma ex-república autônoma que integrava a Ucrânia, foi anexada pela Rússia durante uma grave crise que culminou num conflito entre forças leais ao governo ucraniano e milícias separatistas apoiadas por Moscou. A Ucrânia denunciou a construção como uma flagrante violação das leis internacionais. Putin dirigiu um enorme caminhão Kamaz, de fabricação russa, pelos 19 quilômetros da ponte sobre o estreito de Kerch. Em discurso, o presidente exaltou a construção da ponte de 3,6 bilhões de dólares como um feito histórico e prometeu novas obras de infraestrutura na península.

Adaptado de dw.com.


A ponte mencionada indica mudanças no processo de anexação da Crimeia à jurisdição do governo russo, na atualidade.

Tendo como base o mapa da Crimeia e as informações da reportagem, observa-se que a construção da ponte se insere em um projeto russo para promoção de: 

A
homogeneização política
B
modernização financeira
C
centralização cultural
D
integração territorial
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UERJ 2019 - Geografia - Urbanização, Urbanização brasileira

MUITA GENTE SEM CASA, MUITA CASA SEM GENTE

A Constituição de 1988 e o Estatuto da Cidade de 2001 contemplam a função social da cidade. O problema é que, com a desindustrialização das metrópoles, a cidade deixou de ser o lugar de produção de bens e virou o próprio objeto da produção econômica. Em consequência dessa mudança, o número de imóveis vazios supera e muito o de famílias com problemas de moradia, como indicam os gráficos abaixo.



A contradição apresentada no texto e nos gráficos deve-se ao fato de que o espaço urbano possui, simultaneamente, os seguintes atributos:

A
valor de uso e valor de troca
B
patrimônio cultural e patrimônio individual
C
estrutura unicêntrica e estrutura policêntrica
D
território de circulação e território de resistência
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UERJ 2019 - Geografia - Agropecuária, Questão Fundiária

COMO A REFORMA AGRÁRIA VEM OCORRENDO NO BRASIL

O processo de reforma agrária com contornos similares aos atuais se iniciou em 1985, sob o governo de José Sarney. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária disponibiliza dados sobre a forma como esse processo vem se dando no Brasil até 2018. No que diz respeito a desapropriações, a reforma agrária ocorreu de forma mais acentuada no primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), mas perdeu fôlego já na metade de seu segundo mandato. O governo Lula (2004-2011) realizou muitos assentamentos, sem retomar, no entanto, as desapropriações.



As informações do texto e a comparação dos dados dos gráficos permitem reconhecer um processo socioespacial, para o conjunto do campo brasileiro, cujo efeito é:

A
ampliação da pecuária intensiva
B
declínio da produtividade laboral
C
manutenção da concentração fundiária
D
redirecionamento da exportação primária
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UERJ 2019 - Geografia - População, Migrações

MEDITERRÂNEO É O MAIOR CEMITÉRIO DA EUROPA HOJE

Trata-se de um grave problema: as próprias leis da União Europeia e as convenções internacionais afirmam que os fugitivos salvos não podem ser levados de volta ao porto de embarque de onde escaparam da guerra, do terrorismo e da fome. Mas, ainda assim, todos os dias, dezenas de pessoas morrem durante a tentativa de atingir a Europa. Hoje, o Mediterrâneo virou o maior cemitério da Europa. Nós conhecemos apenas o número de vítimas que foram registradas através de fotos, posição e data. Contudo, para cada vítima divulgada oficialmente há um morto que nem aparece nas estatísticas. Vivemos uma situação absurda. A África é saqueada pelos países ocidentais, que depois não querem ver de perto o efeito de sua política. Os países europeus fecham suas fronteiras e ignoram que essas vítimas vão morrer justamente tentando fugir da situação que eles criaram.

CLAUS PETER REISCH

Adaptado de gazetaonline.com.br, julho/2018.



Em julho de 2018, Claus Peter Reisch, comandante do navio Lifeline, ficou sete dias no mar Mediterrâneo com 233 migrantes a bordo aguardando autorização para desembarcar em países europeus.

No que se refere às relações entre países africanos e governos europeus, a avaliação de Reisch para a crise migratória atual expressa a contradição entre os seguintes fatores:

A
integração global e localismo étnico
B
herança imperialista e nacionalismo xenófobo
C
crise demográfica e modernização econômica
D
dinamização comercial e desqualificação laboral
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UERJ 2019 - Geografia - Geografia Política, Globalização

OS ARREPENDIDOS DO BREXIT

O britânico Will Dry, estudante de política e economia, tinha 18 anos quando votou pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE) no plebiscito de 2016. Dry faz parte de um grupo de arrependidos, identificados pela hashtag “Bregret” (combinação de “Brexit” e regret, arrependimento). São eleitores que se dizem enganados pelas promessas da campanha em defesa da retirada britânica da UE, principalmente a ideia de que o Reino Unido poderia manter o status de inserção e influência no plano europeu e mundial sem ter de se submeter à burocracia de uma entidade supranacional.


Painel do artista Banksy na cidade britânica de Dover, onde chegam os navios que cruzam o Canal da Mancha, provenientes da França.

Adaptado de epoca.globo.com, 02/05/2018

No âmbito das novas relações com o bloco europeu, parte da população britânica que votou a favor do Brexit não dimensionou adequadamente a seguinte consequência dessa decisão:

A
ameaças à defesa do território
B
restrições à circulação de riqueza
C
limitações à autonomia do governo
D
riscos à continuidade da democracia
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UERJ 2019 - Geografia - Conceitos Demográficos, População, Crescimento


Considerando as informações do mapa, a curva do gráfico que corresponde à projeção da população do continente africano a partir de 2015 é: 

A
W
B
X
C
Y
D
Z