Questõesde Unimontes - MG 2018 sobre Filosofia

“As experiências e erros do cientista consistem de hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas vezes
por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em qualquer uma dessas hipóteses, criticando-a
experimentalmente, ajudado por seus colegas cientistas, que ficarão deleitados se puderem encontrar uma
brecha nela. Se a hipótese não suportar essas críticas e esses testes pelo menos tão bem quanto suas
concorrentes, será eliminada”. Fonte: POPPER, Karl. Conhecimento objetivo. Trad. de Milton Amado. São Paulo: Edusp & Itatiaia, 1975. p. 226.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método científico, é CORRETO afirmar:


A Grécia Antiga é considerada o berço da Filosofia, tendo como registro de tempo o fim do século VII a. C.
e o início do século VI a. C., nas colônias gregas da Ásia Menor, cidade de Mileto. Considera-se, também,
como primeiro filósofo Tales de Mileto. Em Éfeso, encontra-se Heráclito, para quem tudo flui como as
águas de um rio, nada é eterno. Em Eleia, desenvolve-se a Escola Eleática, em que se encontra Parmênides
que se opõe à concepção de Heráclito, defendendo a tese de que existe um Ser Absoluto, imutável.
Assim, enquanto “Heráclito acha que as coisas que temos ante nós não são nunca, em nenhum momento,
aquilo que são no momento anterior e no momento posterior; que as coisas estão mudando
constantemente; que quando nós queremos fixar uma coisa e definir sua consistência, dizer em que
consiste esta coisa, ela já não consiste no que consistia um momento antes” (MORENTE, M. Garcia.
Fundamentos de filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1967), “[para Parmênides,] o ser não tem um
“passado”, porque o passado é aquilo que não existe mais, nem um “futuro”, que ainda não existe, mas é
“presente” eterno, sem início nem fim. Por conseguinte, o ser é também imutável, porque tanto a
mobilidade quanto a mudança pressupõem um não ser para o qual deveria se mover ou no qual deveria
se transformar”. (REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia. São Paulo: Paulus, 1930.
v. 3).
A partir das concepções dos pré-socráticos gregos Heráclito e Parmênides, pode-se afirmar que:
A Grécia Antiga é considerada o berço da Filosofia, tendo como registro de tempo o fim do século VII a. C. e o início do século VI a. C., nas colônias gregas da Ásia Menor, cidade de Mileto. Considera-se, também, como primeiro filósofo Tales de Mileto. Em Éfeso, encontra-se Heráclito, para quem tudo flui como as águas de um rio, nada é eterno. Em Eleia, desenvolve-se a Escola Eleática, em que se encontra Parmênides que se opõe à concepção de Heráclito, defendendo a tese de que existe um Ser Absoluto, imutável.
Assim, enquanto “Heráclito acha que as coisas que temos ante nós não são nunca, em nenhum momento, aquilo que são no momento anterior e no momento posterior; que as coisas estão mudando constantemente; que quando nós queremos fixar uma coisa e definir sua consistência, dizer em que consiste esta coisa, ela já não consiste no que consistia um momento antes” (MORENTE, M. Garcia. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1967), “[para Parmênides,] o ser não tem um “passado”, porque o passado é aquilo que não existe mais, nem um “futuro”, que ainda não existe, mas é “presente” eterno, sem início nem fim. Por conseguinte, o ser é também imutável, porque tanto a mobilidade quanto a mudança pressupõem um não ser para o qual deveria se mover ou no qual deveria se transformar”. (REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia. São Paulo: Paulus, 1930. v. 3).
A partir das concepções dos pré-socráticos gregos Heráclito e Parmênides, pode-se afirmar que:
Conforme Sílvio Gallo, “na obra Fenomenologia da percepção, o filósofo Merleau-Ponty desenvolve o
conceito de corpo próprio, mudando o foco da afirmação de Descartes (“Penso, logo existo”), colocando a
certeza da existência no pensamento, para situá-la no corpo”. Para Merleau-Ponty, afirma Gallo, “o corpo
próprio é a ideia que cada pessoa é um corpo que percebe e que pensa – e, pensando, atua no mundo e sobre
si mesmo. De modo que o corpo não é um objeto, como uma pedra e um martelo. Mas tampouco é pura
consciência ou pura percepção. Meu corpo próprio é a sede da percepção do mundo e de mim mesmo,
possibilidade única de existência concreta.” Gallo acrescenta que “O filósofo francês Michel Foucault
reflete sobre outro aspecto da corporeidade: o corpo como lugar em que o poder atua. Segundo o filósofo, o
‘desprezo pelo corpo’ que vemos na Idade Moderna, a partir da formulação de René Descartes, é apenas
aparente. Durante todo aquele período, foi feito grande esforço para manter o corpo controlado, para que ele
pudesse ser tomado como força de trabalho. [...] Segundo Foucault, uma importante tecnologia de controle
era o poder disciplinar, que atuava individualizando os corpos. Esse poder era exercido nas instituições,
como fábricas, escolas, hospitais, prisões e quartéis. Sua análise permanece atual. Pense na escola, em que
cada estudante tem um registro, está colocado em determinada classe, tem um número na lista de chamada,
tem suas próprias notas que medem seu aproveitamento. É uma forma de disciplinar o estudante, de
transformá-lo em um indivíduo.” (GALLO, Sílvio. Filosofia: experiência do pensamento. vol. único. 1. ed.
São Paulo: Scipione, 2013, p. 99-100).
Nos três pensadores, Descartes, Merleau-Ponty e Michel Foucault, é comum a preocupação em definir o
homem como ser de existência. O que é discordante em relação às suas concepções teóricas é afirmar que:

A abordagem do tema “Corporeidade: dimensão humana e formas de ser” remete, na contemporaneidade, à
discussão da sexualidade e da questão de gênero. Filósofos como Michel Foucault e Simone de Beauvoir
trataram desse assunto em obras importantes para o conhecimento e a compreensão sobre o sexo no
ocidente. Foucault, em sua obra História da sexualidade: a vontade de saber (1976), conforme Sílvio Gallo,
“investigou como as sociedades viveram a sexualidade ao longo do tempo e notou um paradoxo. Nas
sociedade dos séculos XVI e XVII, embora se acreditasse que o sexo era reprimido, ele foi valorizado como
o segredo por excelência; em decorrência disso, falava-se muito sobre sexo, na medida em que ele era
reprimido”. Foucault estende a sua investigação até o século XX e aponta o desenvolvimento de uma moral
sexual que impõe um absoluto predomínio heterossexual nas relações sociais, “que afirma a distinção
absoluta entre homem e mulher, centrada numa visão biológica”, de acordo com Sílvio Gallo.
Em “O segundo sexo”, obra de Simone de Beauvoir, publicada em 1949, a filósofa francesa trata da
condição da mulher e afirma que “ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher” à medida que vive. Para
ela, não há uma essência no “ser mulher”, e nega, pois, a existência de uma “natureza feminina”. Gallo
compreende a posição de Beauvoir e afirma que o “ser mulher” “é uma construção que cada mulher faz em
sua vida”. Diante do impacto que a afirmação da filósofa francesa teve nos movimentos feministas do
século XX, ele acrescenta que “A construção da sexualidade é biológica, cultural e histórica, assim como a
construção do que somos em outras esferas” e conclui que a formulação “tornar-se mulher” se aplica ao
homem, pois “ninguém nasce homem, torna-se homem. Ou, ainda: ninguém nasce homossexual, mas se
torna homossexual.” (GALLO, Sílvio. Filosofia: experiência do pensamento. vol. único. 1. ed. São Paulo:
Scipione, 2013, p. 102-103).
A partir do exposto, todas as alternativas estão corretas, EXCETO


“As experiências e erros do cientista consistem de hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas vezes
por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em qualquer uma dessas hipóteses, criticando-a
experimentalmente, ajudado por seus colegas cientistas, que ficarão deleitados se puderem encontrar uma
brecha nela. Se a hipótese não suportar essas críticas e esses testes pelo menos tão bem quanto suas
concorrentes, será eliminada”.
Fonte: POPPER, Karl. Conhecimento objetivo. Trad. de Milton Amado. São Paulo: Edusp & Itatiaia, 1975. p. 226.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método científico, é CORRETO afirmar:
