Questõesde Unimontes - MG 2018 sobre Filosofia

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Foram encontradas 7 questões
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Unimontes - MG 2018 - Filosofia

A partir desse texto de Chauí, pode-se considerar INCORRETO afirmar que:

Marilena Chauí, ao tratar sobre a política em seu livro Iniciação à filosofia, aborda as dificuldades para a democracia no Brasil. Para ela, “periodicamente os brasileiros afirmam que vivemos numa democracia, depois de concluída uma fase de autoritarismo. Por democracia entendem a existência de eleições, partidos políticos e a divisão republicana dos três poderes, além da liberdade de pensamento e de expressão. Por autoritarismo entendem um regime de governo em que o Estado é ocupado por meio de um golpe (em geral militar), no qual não há eleições nem partidos políticos, o poder executivo domina o legislativo e o judiciário, há censura do pensamento e da expressão, além de prisão (por vezes com tortura e morte) dos inimigos políticos. 
Em suma, democracia e autoritarismo são vistos como algo que se realiza na esfera do Estado, e este é identificado com o modo de governo. Essa visão é cega para algo profundo na sociedade brasileira: o autoritarismo social. Nossa sociedade é autoritária porque é hierárquica, pois divide as pessoas em inferiores, que devem obedecer, e superiores, que devem mandar. Não há percepção nem prática da igualdade como um direito. Nossa sociedade também é autoritária porque é violenta: nela vigoram racismo, machismo, discriminação religiosa e de classe social, desigualdades econômicas que estão entre as maiores do mundo, exclusões culturais e políticas. Não há percepção nem prática do direito à liberdade.”
Fonte: CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio. Volume único. São Paulo: Ática, 2010.
A
A sociedade brasileira é autoritária porque é hierárquica, não estabelecendo uma divisão das pessoas em superiores e inferiores.
B
A democracia constitui-se com a existência de eleições, partidos políticos e a divisão dos três poderes, além da liberdade de pensamento e de expressão, como entendimento comum.
C
O autoritarismo contrapõe-se à democracia por ser um regime de governo em que o Estado é ocupado por um golpe, sem eleições e sem partidos políticos.
D
A democracia e o autoritarismo são vistos como algo que se realiza na esfera do Estado, e este é identificado com o modo de governo.
9c6e9770-04
Unimontes - MG 2018 - Filosofia



“As experiências e erros do cientista consistem de hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas vezes por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em qualquer uma dessas hipóteses, criticando-a experimentalmente, ajudado por seus colegas cientistas, que ficarão deleitados se puderem encontrar uma brecha nela. Se a hipótese não suportar essas críticas e esses testes pelo menos tão bem quanto suas concorrentes, será eliminada”.
Fonte: POPPER, Karl. Conhecimento objetivo. Trad. de Milton Amado. São Paulo: Edusp & Itatiaia, 1975. p. 226.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método científico, é CORRETO afirmar:

A
A crítica no meio científico significa o fracasso do cientista e a derrota da ciência.
B
Não deve haver a participação e a ajuda de outros cientistas quando ocorrer conflito de hipóteses científicas, devendo tal conflito ser resolvido por quem formulou tais hipóteses.
C
O método científico implica a possibilidade constante de refutações teóricas por meio de experimentos essenciais e comprovados.
D
O método crítico consiste em impedir que as hipóteses científicas tenham brechas.
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Unimontes - MG 2018 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

A Grécia Antiga é considerada o berço da Filosofia, tendo como registro de tempo o fim do século VII a. C. e o início do século VI a. C., nas colônias gregas da Ásia Menor, cidade de Mileto. Considera-se, também, como primeiro filósofo Tales de Mileto. Em Éfeso, encontra-se Heráclito, para quem tudo flui como as águas de um rio, nada é eterno. Em Eleia, desenvolve-se a Escola Eleática, em que se encontra Parmênides que se opõe à concepção de Heráclito, defendendo a tese de que existe um Ser Absoluto, imutável.


Assim, enquanto “Heráclito acha que as coisas que temos ante nós não são nunca, em nenhum momento, aquilo que são no momento anterior e no momento posterior; que as coisas estão mudando constantemente; que quando nós queremos fixar uma coisa e definir sua consistência, dizer em que consiste esta coisa, ela já não consiste no que consistia um momento antes” (MORENTE, M. Garcia. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1967), “[para Parmênides,] o ser não tem um “passado”, porque o passado é aquilo que não existe mais, nem um “futuro”, que ainda não existe, mas é “presente” eterno, sem início nem fim. Por conseguinte, o ser é também imutável, porque tanto a mobilidade quanto a mudança pressupõem um não ser para o qual deveria se mover ou no qual deveria se transformar”. (REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia. São Paulo: Paulus, 1930. v. 3).


A partir das concepções dos pré-socráticos gregos Heráclito e Parmênides, pode-se afirmar que:


A
Para ambos, o ser não se constitui de atributos fixos, tornando-se impossível conhecê-lo.
B
Não concordam entre si com a possibilidade de pensar um ser imutável e que não flui (Parmênides) e um ser em constante transformação e que nunca é o mesmo (Heráclito).
C
Ambos concordam que o ser é imutável, eterno e existe com propriedades fixas.
D
São dois pensamentos complementares, sendo que Parmênides desenvolve a tese de Heráclito, defendendo o não ser como fundamento para a existência das coisas.
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Conforme Sílvio Gallo, “na obra Fenomenologia da percepção, o filósofo Merleau-Ponty desenvolve o conceito de corpo próprio, mudando o foco da afirmação de Descartes (“Penso, logo existo”), colocando a certeza da existência no pensamento, para situá-la no corpo”. Para Merleau-Ponty, afirma Gallo, “o corpo próprio é a ideia que cada pessoa é um corpo que percebe e que pensa – e, pensando, atua no mundo e sobre si mesmo. De modo que o corpo não é um objeto, como uma pedra e um martelo. Mas tampouco é pura consciência ou pura percepção. Meu corpo próprio é a sede da percepção do mundo e de mim mesmo, possibilidade única de existência concreta.” Gallo acrescenta que “O filósofo francês Michel Foucault reflete sobre outro aspecto da corporeidade: o corpo como lugar em que o poder atua. Segundo o filósofo, o ‘desprezo pelo corpo’ que vemos na Idade Moderna, a partir da formulação de René Descartes, é apenas aparente. Durante todo aquele período, foi feito grande esforço para manter o corpo controlado, para que ele pudesse ser tomado como força de trabalho. [...] Segundo Foucault, uma importante tecnologia de controle era o poder disciplinar, que atuava individualizando os corpos. Esse poder era exercido nas instituições, como fábricas, escolas, hospitais, prisões e quartéis. Sua análise permanece atual. Pense na escola, em que cada estudante tem um registro, está colocado em determinada classe, tem um número na lista de chamada, tem suas próprias notas que medem seu aproveitamento. É uma forma de disciplinar o estudante, de transformá-lo em um indivíduo.” (GALLO, Sílvio. Filosofia: experiência do pensamento. vol. único. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2013, p. 99-100).

Nos três pensadores, Descartes, Merleau-Ponty e Michel Foucault, é comum a preocupação em definir o homem como ser de existência. O que é discordante em relação às suas concepções teóricas é afirmar que:

Corporeidade: dimensão humana e formas de ser



Foto 1 – Banco de Imagens: Illustration of woman meditating, symbol flower of life. Foto 2 – Closeup portrait of a muscular man workout with barbell at gym. Brutal bodybuilder athletic man with six pack perfect abs shoulders biceps triceps and chest. Deadlift barbells workout. Black and white photo. 
A
Merleau-Ponty defende a ideia de que cada pessoa é um corpo que percebe e que pensa.
B
Para Descartes, não há pensamento sem corpo, enquanto o corpo próprio não é a ideia de que cada pessoa é um corpo que percebe e pensa, conforme Merleau-Ponty.
C
Michel Foucault afirma que, durante o período em que vigorou a tese cartesiana de “desprezo pelo corpo”, embora um desprezo apenas aparente, foi feito um grande esforço para manter o corpo controlado, para que ele pudesse ser tomado como força de trabalho.
D
Para Merleau-Ponty, o corpo próprio é a sede da percepção do mundo e de mim mesmo, possibilidade única de existência concreta.
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A abordagem do tema “Corporeidade: dimensão humana e formas de ser” remete, na contemporaneidade, à discussão da sexualidade e da questão de gênero. Filósofos como Michel Foucault e Simone de Beauvoir trataram desse assunto em obras importantes para o conhecimento e a compreensão sobre o sexo no ocidente. Foucault, em sua obra História da sexualidade: a vontade de saber (1976), conforme Sílvio Gallo, “investigou como as sociedades viveram a sexualidade ao longo do tempo e notou um paradoxo. Nas sociedade dos séculos XVI e XVII, embora se acreditasse que o sexo era reprimido, ele foi valorizado como o segredo por excelência; em decorrência disso, falava-se muito sobre sexo, na medida em que ele era reprimido”. Foucault estende a sua investigação até o século XX e aponta o desenvolvimento de uma moral sexual que impõe um absoluto predomínio heterossexual nas relações sociais, “que afirma a distinção absoluta entre homem e mulher, centrada numa visão biológica”, de acordo com Sílvio Gallo.
Em “O segundo sexo”, obra de Simone de Beauvoir, publicada em 1949, a filósofa francesa trata da condição da mulher e afirma que “ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher” à medida que vive. Para ela, não há uma essência no “ser mulher”, e nega, pois, a existência de uma “natureza feminina”. Gallo compreende a posição de Beauvoir e afirma que o “ser mulher” “é uma construção que cada mulher faz em sua vida”. Diante do impacto que a afirmação da filósofa francesa teve nos movimentos feministas do século XX, ele acrescenta que “A construção da sexualidade é biológica, cultural e histórica, assim como a construção do que somos em outras esferas” e conclui que a formulação “tornar-se mulher” se aplica ao homem, pois “ninguém nasce homem, torna-se homem. Ou, ainda: ninguém nasce homossexual, mas se torna homossexual.” (GALLO, Sílvio. Filosofia: experiência do pensamento. vol. único. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2013, p. 102-103).

A partir do exposto, todas as alternativas estão corretas, EXCETO

Corporeidade: dimensão humana e formas de ser



Foto 1 – Banco de Imagens: Illustration of woman meditating, symbol flower of life. Foto 2 – Closeup portrait of a muscular man workout with barbell at gym. Brutal bodybuilder athletic man with six pack perfect abs shoulders biceps triceps and chest. Deadlift barbells workout. Black and white photo. 
A
Estudando a obra de Simone de Beauvoir, Sílvio Gallo conclui que “a construção da sexualidade” é apenas cultural.
B
A moral sexual predominante no século XX, conforme registrou Foucault em 1976, impõe uma distinção entre homem e mulher, centrada numa visão biológica.
C
Nas sociedades dos séculos XVI e XVII, a repressão sexual não impedia que se falasse muito sobre sexo, conforme constatou Michel Foucault.
D
Em sua obra O segundo sexo, Simone de Beauvoir, ao afirmar que “ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher”, nega uma natureza feminina e uma essência da feminilidade.
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Unimontes - MG 2018 - Filosofia



“As experiências e erros do cientista consistem de hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas vezes por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em qualquer uma dessas hipóteses, criticando-a experimentalmente, ajudado por seus colegas cientistas, que ficarão deleitados se puderem encontrar uma brecha nela. Se a hipótese não suportar essas críticas e esses testes pelo menos tão bem quanto suas concorrentes, será eliminada”.
Fonte: POPPER, Karl. Conhecimento objetivo. Trad. de Milton Amado. São Paulo: Edusp & Itatiaia, 1975. p. 226.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método científico, é CORRETO afirmar:

A
A crítica no meio científico significa o fracasso do cientista e a derrota da ciência.
B
Não deve haver a participação e a ajuda de outros cientistas quando ocorrer conflito de hipóteses científicas, devendo tal conflito ser resolvido por quem formulou tais hipóteses.
C
O método científico implica a possibilidade constante de refutações teóricas por meio de experimentos essenciais e comprovados.
D
O método crítico consiste em impedir que as hipóteses científicas tenham brechas.
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Unimontes - MG 2018 - Filosofia

Marilena Chauí, ao tratar sobre a política em seu livro Iniciação à filosofia, aborda as dificuldades para a democracia no Brasil. Para ela, “periodicamente os brasileiros afirmam que vivemos numa democracia, depois de concluída uma fase de autoritarismo. Por democracia entendem a existência de eleições, partidos políticos e a divisão republicana dos três poderes, além da liberdade de pensamento e de expressão. Por autoritarismo entendem um regime de governo em que o Estado é ocupado por meio de um golpe (em geral militar), no qual não há eleições nem partidos políticos, o poder executivo domina o legislativo e o judiciário, há censura do pensamento e da expressão, além de prisão (por vezes com tortura e morte) dos inimigos políticos.
Em suma, democracia e autoritarismo são vistos como algo que se realiza na esfera do Estado, e este é identificado com o modo de governo. Essa visão é cega para algo profundo na sociedade brasileira: o autoritarismo social. Nossa sociedade é autoritária porque é hierárquica, pois divide as pessoas em inferiores, que devem obedecer, e superiores, que devem mandar. Não há percepção nem prática da igualdade como um direito. Nossa sociedade também é autoritária porque é violenta: nela vigoram racismo, machismo, discriminação religiosa e de classe social, desigualdades econômicas que estão entre as maiores do mundo, exclusões culturais e políticas. Não há percepção nem prática do direito à liberdade.”
Fonte: CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio. Volume único. São Paulo: Ática, 2010.

A partir desse texto de Chauí, pode-se considerar INCORRETO afirmar que

A
A sociedade brasileira é autoritária porque é hierárquica, não estabelecendo uma divisão das pessoas em superiores e inferiores.
B
A democracia constitui-se com a existência de eleições, partidos políticos e a divisão dos três poderes, além da liberdade de pensamento e de expressão, como entendimento comum.
C
O autoritarismo contrapõe-se à democracia por ser um regime de governo em que o Estado é ocupado por um golpe, sem eleições e sem partidos políticos.
D
A democracia e o autoritarismo são vistos como algo que se realiza na esfera do Estado, e este é identificado com o modo de governo.