Questõesde UECE 2019 sobre Filosofia

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UECE 2019 - Filosofia - A Origem da Filosofia, O que é a Filosofia

“A solidariedade que constatamos entre o nascimento do filósofo e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. Na verdade, a cidade realiza no plano das formas sociais esta separação da natureza e da sociedade que pressupõe, no plano das formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a Cidade, a ordem política destacou da organização cósmica; aparece como uma instituição humana que é o objeto de uma indagação inquieta, de uma discussão apaixonada. Nesse debate, que não é somente teórico, mas no qual se afronta a violência de grupos inimigos, a filosofia nascente intervém com plena competência.”

VERNANT, Jean-Pierre. As origens da filosofia. In: Mito e
pensamento entre os gregos. Tradução de Haiganuch
Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 365.



Segundo essa célebre passagem, Jean-Pierre Vernant considera que o surgimento da Filosofia se deve

A
à emergência de um pensamento racional, próprio à separação entre natureza e sociedade humana e, nesta, aos debates da Cidade grega.
B
à separação entre os homens e a Cidade grega, devido à violência dos debates políticos, o que levou o filósofo a retirar-se da Cidade.
C
à identidade entre a Cidade e a natureza, que fez os homens saberem-se parte dela e, portanto, a debaterem na Cidade sobre a organização do cosmo.
D
ao abandono da prática dos discursos e dos argumentos, o que levou a filosofia a ser a única atividade discursiva argumentativa na Cidade grega.
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UECE 2019 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

A dialética não é um mero método que organiza, mentalmente, na cabeça do filósofo, a realidade que lhe é exterior. Ao contrário, a dialética é, para autores como Hegel e Marx, a única forma de ler a realidade sem traí-la ou distorcê-la, pois é na própria realidade que se situam as contradições dialéticas. Ciente dessa compreensão, assinale a opção que exprime corretamente essa identificação da contradição do real com a forma de pensar.

A
O filósofo, ao olhar para o real, identifica-o como um mundo ausente de negações, fixo e imóvel, como o ser no poema de Parmênides.
B
Como pensou Platão, o devir dos entes finitos lhes permite participar de ideias contraditórias, mas estas próprias ideias não devêm.
C
Como pensou Heráclito, a própria realidade é repleta de mudanças e conflitualidades, o que faz com que o filósofo a pense mutável e contraditória.
D
A realidade, como pensou Demócrito, é um turbilhão de átomos agregando-se e desagregando-se em uma queda perpétua no vazio.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

“O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada [...] o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, [...] a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas.”

DESCARTES, René. Discurso do método, I. Tradução de J.
Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural,
1979. Coleção Os Pensadores.


Tomando-se por base o que diz Descartes na citação acima, explica-se a diversidade de opiniões em que

I. alguns são mais racionais do que os outros.

II. usamos de modos distintos nossa razão.

III. as emitimos sobre coisas diferentes.


Estão corretas as complementações contidas em

A
I e III apenas.
B
I e II apenas.
C
I, II e III.
D
II e III apenas.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Dos parágrafos XLI ao XLIV de seu Novum Organon: instauratio Magna, o inglês Francis Bacon (1561-1621), considerado o fundador da ciência moderna, enumera os quatro ídolos da sua famosa doutrina dos ídolos. São eles: tribo, caverna, mercado e tetro. Com essa doutrina, Bacon pretende dar meios de depuração da razão para que possamos confiar nos sentidos como meios de conhecimento do mundo. Com isso, podemos nos livrar de falsas compreensões, ideias ilusórias, expectativas individuais e tradições enganosas, para extrair da natureza, através da ciência experimental e da verdadeira indução, as suas leis.


A corrente de pensamento inaugurada por Bacon, com essa doutrina, é denominada

A
Empirismo.
B
Idealismo.
C
Racionalismo.
D
Positivismo.
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UECE 2019 - Filosofia - Provas da Existência Divina: Ontologia, Cosmologia e Teleologia, A Experiência do Sagrado

“De fato, a corrupção é nociva, e, se não diminuísse o bem, não seria nociva. Portanto, ou a corrupção nada prejudica – o que não é aceitável – ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem. Isto não admite dúvida. Se, porém, fossem privadas de todo o bem, deixariam inteiramente de existir. [...]. Logo, enquanto existem, são boas. Portanto, todas as coisas que existem são boas, e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois, se fosse substância, seria um bem”.


HIPPONA, Agostinho. Confissões. Coleção “Os Pensadores”.
Livro VII, cap. XII, 1983. – Texto adaptado.


Sobre a questão do mal em Santo Agostinho, considere as seguintes afirmações:


I. O mal não existe sem o bem.
II. O mal diminui o bem, e vice-versa.
III. O mal absoluto pode existir.


É correto o que se afirma em

A
I e III apenas.
B
I e II apenas.
C
II e III apenas.
D
I, II e III.
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UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

“No interior dos grandes períodos históricos, transforma-se com a totalidade do modo de existência das coletividades humanas também o modo de percepção. O modo como a percepção humana se organiza [...] não é apenas condicionado naturalmente, mas historicamente. A época das migrações dos povos [...] possuía não só uma outra arte que a da Antiguidade, como também outra percepção.”


BENJAMIN, Walter. A obra de arte de sua reprodutibilidade
técnica. Tradução de Francisco de Ambrosis Pinheiro
Machado. Porto Alegre: Zouk Editora, 2012, p. 25-27.


Segundo essa tese de Walter Benjamin, é correto afirmar que

A
enquanto a nossa sensibilidade artística é natural, nossa percepção é condicionada histórica e socialmente.
B
as transformações históricas da percepção humana deixam a salvo a arte, pois esta tem um significado universal e eterno.
C
nossa percepção, bem como as artes, se transforma de acordo com as condições materiais e sociais da existência.
D
as transformações artísticas, que acompanham as transformações na percepção, se devem ao seu condicionamento natural.
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UECE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

“Como a composição das tragédias mais belas não é simples, mas complexa, e, além disso, deve imitar casos que suscitam o terror e a piedade (porque tal é o próprio fim desta imitação), evidentemente se segue que [nelas] não devem ser representados nem homens muito bons que passem da boa para a má fortuna – caso que não suscita terror nem piedade, mas repugnância – nem homens muito maus, que passem da má para a boa fortuna, pois não há coisa menos trágica, faltando-lhe todos os requisitos para tal efeito; não é conforme aos sentimentos humanos, nem desperta terror ou piedade.”

    ARISTÓTELES. Poética, XIII, 1452b 31. Trad. de Eudoro de

    Souza. São Paulo: Ars Poética, 1993.


    Considerando a concepção de poética de Aristóteles, assinale com V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:


    ( ) Aristóteles concebe que toda poesia trágica é uma imitação (mimese ou mímesis).

    ( ) A imitação trágica deve ser tal que provoque nos espectadores terror e piedade.

    ( ) Para atingir seus fins, a tragédia deve ser conforme aos sentimentos humanos.

    ( ) A tragédia representa homens muito bons que passaram da boa para a má fortuna.


    A sequência correta, de cima para baixo, é:

    A
    F, F, V, V.
    B
    V, V, V, F.
    C
    V, F, F, V.
    D
    F, V, F, F.
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    UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

    “Em situações de crise econômica, social, institucional, moral, aquilo que era aceito porque não havia outra possibilidade deixa de sê-lo. E aquilo que era um modelo de representação desmorona na subjetividade das pessoas. Só resta o poder descarnado de que as coisas são assim, e aqueles que não aceitarem que saiam às ruas, onde a polícia os espera. Essa é a crise de legitimidade.”

    CASTELLS, Manuel. Ruptura: a crise da democracia liberal. Trad. Joana Angélica d’Avila Melo. Rio de Janeiro: Zahar, 2018, p.14.


    O texto acima adverte para a crise do modelo político representativo pensado e legitimado por pensadores como Thomas Hobbes, Locke e outros. Trata-se da crise da república representativa, na qual o poder é exercido por representantes eleitos.

    Considerando o texto de Castells, é correto dizer que o modelo representativo está em crise de legitimidade, o que quer dizer que

    A
    os eleitores passaram a acreditar que os seus representantes representam não a eles, mas sim a interesses estranhos.
    B
    a crise econômica, social, institucional e moral conduz a uma crise de legitimidade, que tem forçado o eleitor a votar bem.
    C
    os pensadores da representação estão teoricamente errados, mas as instituições representativas estão estáveis.
    D
    a crise da representação se resolve com uma boa conscientização política, com o povo sabendo escolher seus representantes.
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    UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

    “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente, como fim e nunca como meio.”

    KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa: Edições 70, 1992, p. 69.


    O imperativo moral acima citado, que, nos termos da filosofia moral kantiana, deve servir “de lei prática universal”, nos indica que

    A
    na ação ético-moral a humanidade pode aparecer como fim ou como meio, desde que se trate sempre os indivíduos como humanos.
    B
    na medida em que os fins justificam os meios, o uso da pessoa humana por outra como meio é justo apenas se os fins forem justos.
    C
    na ação ético-moral o sujeito preserva a humanidade do outro como fim, embora temporariamente trate a si mesmo como meio.
    D
    a ação ético-moral, à medida que pressupõe sua universalidade, nunca pode contradizer a ideia moral da humanidade como fim.
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    UECE 2019 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

    Atente para o seguinte trecho de Locke sobre o pacto social:


    “Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através de acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade”.


    LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. Petrópolis:
    Vozes, 1994, p. 139. Coleção clássicos do pensamento
    político. – Citação adaptada.


    No que diz respeito ao estabelecimento da sociedade civil em John Locke, considere as seguintes afirmações:

    I. O estabelecimento da sociedade civil amplia a liberdade dos homens.

    II. O estabelecimento da sociedade civil funda-se no consentimento.

    III. O estabelecimento da sociedade civil funda-se na liberdade e igualdade que existe entre todos os homens.


    É correto o que se afirma em

    A
    I e II apenas.
    B
    II e III apenas.
    C
    I e III apenas.
    D
    I, II e III.
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    UECE 2019 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

    Leia, abaixo, uma passagem do diálogo de Platão, intitulado Fédon, em que Sócrates expõe a Símias sua teoria da verdade:


    “SÓCRATES – Quando é que a alma atinge a verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja investigar com a ajuda do corpo qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente.

    SÍMIAS – Dizes uma verdade.

    SÓCRATES – Não é, pois, no ato de raciocinar, e não de outro modo, que a alma apreende, em parte, a realidade de um ser?

    SÍMIAS – Sim”.


    PLATÃO. Fédon, 65b-c. Tradução de Jorge Paleikat e João
    da Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Coleção Os
    Pensadores.


    Com base nessa passagem do diálogo, é correto afirmar que

    A
    o que é verdadeiro para o pensamento é verdadeiro para a sensibilidade.
    B
    o que é verdadeiro para a sensibilidade é verdadeiro no real, no ser.
    C
    o que é verdadeiro para o pensamento é verdadeiro no real, no ser.
    D
    sensibilidade e pensamento atingem ambos a verdade do ser, do real.
    699114f3-ff
    UECE 2019 - Filosofia - A Experiência do Sagrado

    Leia com atenção a seguinte passagem:


    “Diz-se livre a coisa que existe exclusivamente pela necessidade de sua natureza e que por si só é determinada a agir. E diz-se necessária, ou melhor, coagida, aquela coisa que é determinada por outra a existir e a operar de maneira definida e determinada”.

    SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução e Notas de
    Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, parte I,
    definição 7, p. 13. – Texto adaptado.


    Sobre a questão da liberdade divina e humana em Spinoza, considere as seguintes afirmações:


    I. Somente Deus é livre.

    II. A liberdade de Deus consiste em determinar-se por si só a operar.

    III. O homem é coagido, pois é determinado por outra coisa a operar de maneira definida e determinada.


    É correto o que se afirma em

    A
    I, II e III.
    B
    II e III apenas.
    C
    I e II apenas.
    D
    I e III apenas.
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    UECE 2019 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

    Na sua Crítica ao programa de Gotha, Karl Marx afirma que “numa fase superior do comunismo, quando tiver sido eliminada a subordinação escravizadora dos indivíduos à divisão do trabalho”, a bandeira do comunismo, no que diz respeito à produção e à distribuição das riquezas sociais, será: “de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades”.


    MARX, Karl. Crítica do programa de Gotha. Trad. Rubens
    Enderle. São Paulo: Boitempo, 2012, p. 31s.


    Assinale a opção que expressa corretamente o enunciado acima.

    A
    No comunismo, todos os produtos sociais seriam distribuídos igualmente entre todos os indivíduos, desconsiderando origem, raça, necessidades especiais, projetos de vida etc.
    B
    O comunismo criaria uma casta de burocratas do Partido, responsáveis por determinar a distribuição das riquezas, e que, portanto, receberiam a melhor parte da produção social.
    C
    Cada indivíduo seria demandado socialmente conforme suas capacidades físicas, intelectuais etc., recebendo da sociedade aquilo de que precisa para manter dignamente a si e seus dependentes.
    D
    O comunismo criará um banco de horas para que cada trabalhador receba, justamente, exatamente a parcela que lhe cabe na produção social, sem ser expropriado por nenhuma força exploradora.
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    UECE 2019 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, Pensamentos Políticos - Karl Marx, Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

    “O massacre físico do povo palestino se sustenta na sua eliminação simbólica. Armas, imagens e palavras são dispositivos bélicos, cada um com sua especificidade, mas todos articulados em torno de um objetivo estratégico: o povo palestino deve desaparecer. É da imaterialidade das palavras e imagens que Israel estrutura a legitimação da violência. Em que consiste esta violência simbólica? Há dois eixos discursivos conectados: o não reconhecimento da existência de um povo que habitava as terras que serviriam para o território-cemitério de Israel (‘cemitério’ porque em cada pedaço de metro quadrado construído por Israel há uma história assassinada, memórias negadas, corpos palestinos enterrados). Por outro, a ressignificação do ‘árabe’ como ser genérico, sem rosto, sem singularidade.”

    BENTO, Berenice. Os muros que separam os palestinos do
    mundo. In: Outras palavras. Publicado em 28/05/2019.
    Disponível em:
    https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/cartilhapara-riscar-os-palestinos-do-mapa/


    Na passagem acima, as expressões “imagens e palavras são dispositivos bélicos” e “eixos discursivos conectados” correspondem à concepção de poder

    A
    como relações de força nas quais os discursos se amparam e se realizam em dispositivos institucionais de disciplinamento e assujeitamento (FOUCAULT).
    B
    centrado na busca de automanutenção, para a qual, tendo que escolher entre ser amado e ser temido, o governante deve escolher ser temido (MAQUIAVEL).
    C
    como poder de Estado da classe economicamente dominante, expressão de relações sociais de dominação legitimadas pela ideologia dominante (MARX).
    D
    originado do pacto social, pelo qual a guerra de todos contra todos do estado de natureza é substituída pelo poder soberano que concentra toda a força (HOBBES).
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    UECE 2019 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

    A filósofa brasileira Rosa Dias diz o seguinte sobre a filosofia da arte de Nietzsche:


    “[O] ponto mais importante da estética nietzschiana do seu primeiro livro [O nascimento da tragédia] é o desenvolvimento dos aspectos apolíneo e dionisíaco na arte grega, considerados como impulsos antagônicos, como duas faculdades fundamentais do homem: a imaginação figurativa, que produz as artes da imagem (a escultura, a pintura e parte da poesia), e a potência emocional, que encontra sua voz na linguagem musical. Cada um desses impulsos manifesta-se na vida humana por meio de dois estados fisiológicos, o sonho e a embriaguez, que se opõem como o apolíneo e o dionisíaco. O sonho e a embriaguez são condições necessárias para que a arte se produza; por isso, o artista, sem entrar em um desses estados, não pode criar”.

    DIAS, Rosa Maria. Arte e vida no pensamento de
    Nietzsche. In: Cadernos Nietzsche, São Paulo, v. 36 nº 1,
    p. 228, 2015.


    Com base na citação acima, é correto afirmar que


    A
    como o apolíneo e o dionisíaco são dois impulsos antagônicos, o artista, em seu processo de criação, deve escolher apenas uma das duas vias: ou estado de sonho ou de embriaguez.
    B
    o impulso apolíneo expressa nossas propensões intelectuais em direção ao suprassensível e o impulso dionisíaco, nossa participação no mundo sensível, emocional.
    C
    ambos os impulsos se manifestam artisticamente: o apolíneo nas formas plásticas da visão, nos sonhos e na poesia escrita; o dionisíaco, na embriaguez em que repousa a música.
    D
    os impulsos apolíneo e dionisíaco não são potências sensíveis e criadoras da natureza e produzem estados fisiológicos diversos, porque não são adequados ao humano.
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    UECE 2019 - Filosofia

    Numa postagem do Facebook, um usuário afirma:


    Alguém apagou o vídeo em que mostra imagens de mulher nua

    Arregou

    Uma amiga comenta:

    Todo covarde é arregão... Todo estuprador é covarde... logo, todo estuprador é arregão...


    Observe que esse comentário constitui um argumento, com premissas e conclusão. Supondo que a palavra “covarde” tenha o mesmo significado nas duas premissas, a forma do argumento é

    A
    falaciosa.
    B
    modus ponens.
    C
    modus tollens.
    D
    silogística.
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    UECE 2019 - Filosofia

    O filósofo esloveno Slavoj Zizék, em uma crônica sobre o último episódio de Games of thrones, afirma: “O que está em jogo no conflito final é, para resumir de maneira simples, o seguinte: a revolta contra a tirania deveria se dar no marco de uma mera luta pelo retorno à versão antiga, mais bondosa, da mesma ordem hierárquica, ou deveria evoluir no sentido de uma busca por uma nova ordem necessária? [...] O embate final da série combina a rejeição a uma transformação radical com um velho mote antifeminista. [...] Aqui vale lembrar que o enredo foi escrito por dois homens. A figura Daenerys como rainha tresloucada é rigorosamente uma fantasia masculina (os críticos acertaram ao apontar que sua descida à loucura não se justificava psicologicamente). A cena em que ela, tomada por um olhar de fúria e loucura, sobrevoa a cidade em seu dragão incendiando casas e pessoas é simplesmente a expressão da ideologia patriarcal com seu medo de uma mulher politicamente forte”.


    ŽIŽEK, Slavoj. Feminilidade tóxica em “Game of Thrones”.
    Disponível em: Blog da Boitempo.
    https://blogdaboitempo.com.br/2019/05/21/feminilidadetoxica-em-game-of-thrones-zizek-escreve-sobre-odesfecho-da-serie/. Publicado em 21/05/2019.



    Com base na passagem citada acima, é correto afirmar que

    A
    o descarte de uma nova ordem, como resolução dos embates da série, recorreu à evolução inverossímil de Daenerys à loucura.
    B
    há uma relação causal entre ter sido escrita por dois homens e o desfecho machista e sem verossimilhança da série.
    C
    a evolução de Daenerys para a loucura é explicada pela pressão misógina e patriarcal que os autores da série sofreram.
    D
    os homens possuem uma fantasia sexual com mulheres tresloucadas, furiosas, e isso é expressão da ideologia patriarcal.
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    UECE 2019 - Filosofia - Pensamentos Políticos - Karl Marx, A Política

    “O homem é no sentido mais literal do termo um zoon politikon, não só um animal social, mas animal que só pode isolar-se em sociedade. A produção do indivíduo isolado fora da sociedade [...] é uma coisa tão absurda como o desenvolvimento da linguagem sem indivíduos que vivam juntos e falem entre si.”

    MARX, Karl. Introdução à crítica da economia política.
    Trad. Edgard Malagodi et al. São Paulo: Abril Cultural,
    1982, p. 3-4. Texto modificado.

    Com base nessa passagem, é correto afirmar que, para Marx,


    A
    o isolamento individual do homem se torna impossível, pois significaria ele ser e viver fora de sociedade.
    B
    é nas relações sociais dos homens entre si que estes se individualizam e unicamente nelas podem isolar-se.
    C
    a vida social se estabelece a partir de indivíduos isolados; por isso, eles permanecem, nela, isolados.
    D
    só há linguagem porque os homens deixaram de ser indivíduos isolados em natureza e se pactuaram entre si.
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    UECE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

    “Toda polis é uma forma de comunidade. [...] O homem é, por natureza, um ser vivo político (zoon politikon). [...] Além disso, a polis é anterior à família e a cada um de nós, individualmente considerado; é que o todo é, necessariamente, anterior à parte. [...] É evidente que a polis é, por natureza, anterior ao indivíduo; como um indivíduo separado não é autossuficiente, ele permanece em relação à cidade como uma parte em relação ao todo. Quem for incapaz de ser em comunidade ou que não sente essa necessidade por causa de sua autossuficiência será um bicho ou um deus; e não faz parte de qualquer polis”.

    ARISTÓTELES. Política, 1252a1; 1253a5-30 –
    Texto adaptado.

    Com base na citação acima, é correto afirmar que, para Aristóteles,


    A
    a satisfação dos interesses individuais e familiares constituem o fundamento e a finalidade da polis.
    B
    a comunidade política tem como fim último impedir a autossuficiência dos indivíduos e das famílias.
    C
    a vida comum é o fundamento da vida individual e familiar e só ela pode ser autossuficiente.
    D
    embora seja um ser vivo político, o homem pode viver sozinho como os deuses e os bichos.
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    UECE 2019 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

    Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das quais todos partem para demonstrar: por exemplo, que todas as coisas devem ser afirmadas ou negadas e que é impossível ser e não ser ao mesmo tempo.”

    ARISTÓTELES. Metafísica, 996b27-30.

    Em sua Metafísica, Aristóteles apresenta um conjunto de princípios lógico-metafísicos que ordenam a realidade e nosso conhecimento acerca dela. Dentre eles está o princípio de não contradição, o qual

    A
    indica que afirmações contraditórias são lógica e metafisicamente aceitáveis, pois a contradição faz parte da realidade.
    B
    estabelece que é possível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
    C
    afirma que é impossível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
    D
    é normativo, ou moral; portanto, deve ser rejeitado como antimetafísico, ou seja, não caracteriza a realidade.