Questõessobre Filosofia

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ENEM 2023 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Ética e Liberdade

Quem se mete pelo caminho do pedido de perdão deve estar pronto a escutar uma palavra de recusa. Entrar na atmosfera do perdão é aceitar medir-se com a possibilidade sempre aberta do imperdoável. Perdão pedido não é perdão a que se tem direito [devido]. É com o preço destas reservas que a grandeza do perdão se manifesta.

RICOEUR, P. O perdão pode curar. Disponível em: www.lusosofia.net. Acesso em: 14 out. 2019.


A reflexão sobre o perdão apresentada no texto encontra fundamento na(s) 

A
rejeição particular amparada pelo desejo de poder.
B
decisão subjetiva determinada pela vontade divina. 
C
liberdade mitigada pela predestinação do espírito. 
D
escolhas humanas definidas pelo conhecimento empírico.
E
relações interpessoais mediadas pela autonomia dos indivíduos. 
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ENEM 2023 - Filosofia - O Sujeito Moderno

       A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão que essa pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho.

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.


No texto, o tempo livre é concebido como

A
consumo de produtos culturais elaborados no mesmo sistema produtivo do capitalismo.
B
forma de realizar as diversas potencialidades da natureza humana. 
C
alternativa para equilibrar tensões psicológicas do dia a dia.
D
promoção da satisfação de necessidades artificiais.
E
mecanismo de organização do ócio e do prazer.
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ENEM 2023 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, O Sujeito Moderno, Ontologia e a Natureza do ser, Teorias do Sujeito na Filosofia Moderna

Eu poderia concluir que a raiva é um pensamento, que estar com raiva é pensar que alguém é detestável, e que esse pensamento, como todos os outros — assim como Descartes o mostrou —, não poderia residir em nenhum fragmento de matéria. A raiva seria, portanto, espírito. Porém, quando me volto para minha própria experiência da raiva, devo confessar que ela não estava fora do meu corpo, mas inexplicavelmente nele.

MERLEAU-PONTY, M. Quinta conversa: o homem visto de fora. São Paulo: Martins Fontes, 1948 (adaptado).



No que se refere ao problema do corpo, a filosofia cartesiana apresenta-se como contraponto ao entendimento expresso no texto por

A
apresentar uma visão dualista. 
B
confirmar uma tese naturalista. 
C
demonstrar uma premissa realista.
D
sustentar um argumento idealista. 
E
defender uma posição intencionalista. 
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UNICAMP 2023 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

Excerto 1

Quase todos estão de acordo que a felicidade é o maior de todos os bens que se pode alcançar pela ação; diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade. A julgar pela vida que os homens levam em geral, a maioria deles, e os homens de tipo mais vulgar, parecem identificar o bem ou a felicidade com o prazer, e por isso amam a vida dos gozos.

(Adaptado de: Aristóteles. Ética a Nicomaco, Livro I, seções 4 e 5.)


Excerto 2

O conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda a escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que essa é a finalidade da vida feliz. O prazer é o início e o fim de uma vida feliz. Embora o prazer seja nosso primeiro bem inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer.

(Adaptado de: Epicuro. Carta sobre a felicidade. São Paulo: Editora UNESP, p. 35-37, 2002.)



Considerando os excertos dos filósofos gregos Aristóteles e Epicuro, ambos do século IV a.C., é possível afirmar que

A
Aristóteles e Epicuro sustentam a ideia de que há relação entre a felicidade e o prazer, pois ambos entendem que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz.
B
diferentemente de Aristóteles, Epicuro defende que a felicidade consiste na realização irrestrita dos nossos desejos, uma vez que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz. 
C
tanto Aristóteles quanto Epicuro – ainda que com concepções éticas distintas – entendem que não há uma identificação imediata entre felicidade e prazer.
D
Aristóteles e Epicuro concordam entre si e discordam daqueles que pensam que a felicidade seja o maior dos bens que se possa alcançar pela ação.
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UEMA 2021 - Filosofia - O Sujeito Moderno

Analise o seguinte argumento.


Se um grande número de As foi observado sob ampla variedade de condições, e se todos esses As observados possuíam, sem exceção, a propriedade B, então todos os As têm a propriedade B.


Tome-se como exemplo para o enunciado acima o ponto de ebulição da água. Sempre que observamos a água ferver (A), isso aconteceu a 100 graus centígrados (propriedade B). Portanto, pode-se concluir que a água (A), e, qualquer água encontrada na terra, ferve a 100 graus centígrados (propriedade B).


https://filosofianaescola.com/logica/argumento-indutivo


Como é classificado esse tipo de argumento?

A
Dedução
B
Bicondicional
C
Indução
D
Conjuntivo
E
 Disjuntivo
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UEMA 2021 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Ética e Liberdade

A naturalização da vida moral ocorre quando não notamos a origem cultural dos valores morais, do senso moral e da consciência moral porque somos educados para eles e neles, como se fossem naturais ou fáticos existentes em si por si mesmo. Isso acontece porque, para garantir a manutenção dos padrões morais através do tempo e sua continuidade de geração a geração, as sociedades tendem a naturalizá-la, isto é, a fazer com que sejam seguidos e respeitados como se fosse uma segunda natureza.

https://brainly.com.br/tarefa/1416322

Quando os valores são naturalizados em uma sociedade e perdemos a origem deles, temos dificuldade para

A
manter o status quo.
B
regimentar o corpo político.
C
 justificar a ordem estabelecida.  
D
desenvolver a ciência.
E
 fundamentar as classes existentes. 
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UEMA 2021 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

Tradicionalmente, costuma-se definir conhecimento como o modo pelo qual o sujeito se apropria do objeto pelos sentidos e pela razão. E para compreender o mundo, a razão vai além das informações concretas e imediatas dos sentidos.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2013,

Sentidos e razão se apoderam dos objetos, respectivamente, por

A
intuição e imagens.
B
imagens e conceitos.
C
 imaginação e experiências.
D
experiências e imagens. 
E
opinião e intuição.
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UEMA 2021 - Filosofia - A Política

Uma ideologia não nasce do nada, nem repousa no vazio, mas exprime, de maneira invertida, dissimulada e imaginária, a práxis social e histórica concreta. Isso se aplica à ideologia democrática. Em outras palavras, há, na prática democrática e nas ideias democráticas, uma profundidade e uma verdade muito maiores e superiores ao que a ideologia democrática pertence e deixa perceber. 

O que significam as eleições? Muito mais do que mera rotatividade de governo ou alternância no poder. Simbolizam o essencial da democracia: que o poder não se identifica com os ocupantes do governo, não lhes pertence, mas é sempre um lugar vazio, que o cidadão, periodicamente, preenche com um representante, podendo revogar seu mandato se não cumprir o que lhe foi delegado para representar. 

CHAUI, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2007.

Podem-se relacionar as palavras da filósofa ao quadro político brasileiro, de forma crítica. Uma das ideologias no Brasil possibilita a dissimulação da prática política porque procura legitimar para o cidadão que o poder é

A
ocupado por qualquer gênero nas instâncias superiores.
B
exercido por diferentes etnias existentes no Brasil. 
C
controlado pelo povo nas regiões brasileiras.
D
articulado para indivíduos de grupos diversos.
E
 identificado com os ocupantes dos diferentes cargos. 
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UEMA 2021 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, O Sujeito Moderno

O silogismo determina um argumento, formado por três proposições que estão interligadas. Na filosofia, o silogismo é uma doutrina pertencente à lógica aristotélica e que organiza a forma de pensar. Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) utilizou esse método nos estudos da argumentação lógica.

Vejamos exemplo de um silogismo.

• Todo brasileiro é sul-americano.
• Todo nordestino é brasileiro.
• Logo, todo nordestino é sul-americano.

https://www.todamateria.com.br/silogismo

Como é classificado esse tipo de silogismo?

A
Indução
B
 Dedução 
C
Conjunção
D
Disjunção 
E
Bicondicional 
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UEMA 2021 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Filosofia e a Grécia Antiga

Leia esta breve reflexão conceitual.

O que é cultura? Cultura tem vários significados, como cultura da terra ou cultura de uma pessoa letrada, “culta”. Em antropologia, cultura significa tudo o que o ser humano produz ao construir sua existência: as práticas, as teorias, as instituições, os valores materiais e espirituais. Se o contato com o mundo é intermediado pelo símbolo, a cultura é o conjunto de símbolos elaborados por um povo.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2013, p. 37

Considerando a definição de cultura da perspectiva antropológica, não se pode naturalizá-la porque a cultura é 

A
construída.
B
inata.
C
transcendente. 
D
 imanente.
E
inspirada.
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UEMA 2021 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

O século XVIII da história humana foi marcado por grandes revoluções, entre elas a francesa. Foi um século de muitas dúvidas e novas conquistas para o conhecimento humano. Nesse período, duas correntes de pensamento sobre o conhecimento, denominadas racionalismo e empirismo, se colocavam como detentoras da verdade sobre o conhecimento, o que levou os pensadores a refletirem sobre o problema.

Essa teoria do século XVIII que juntou racionalismo e empirismo é conhecida como

A
Ceticismo.
B
Dogmatismo.
C
Idealismo.
D
Criticismo.
E
 Iluminismo.
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UEMA 2022 - Filosofia - Filosofia e Conhecimento, O que é a Filosofia

A relação filosofia e tecnologia, ainda que seja um tema de reflexão que já ocorre há muito tempo, tem tomado espaço cada vez maior no mundo todo, devido ao gigantesco avanço da tecnologia, principalmente, pela maior dependência da humanidade em relação às ferramentas tecnológicas.

CUPANI, Alberto. Filosofia da Tecnologia. Um convite. Florianópolis: Editora da UFSC, 2016.

A relação filosofia e tecnologia exige que aquela assuma para si como desafio a (o)

A
elaboração de uma reflexão, buscando espelhar o real sentido para a construção da humanidade, de modo que a filosofia ilumine a tecnologia e essa enriqueça a filosofia.
B
retenção do avanço descabido das ferramentas tecnológicas que surgem como uma forte ameaça ao produzirem mudanças aos valores morais da sociedade contemporânea.
C
obediência à tecnologia, para que essa efetive uma contribuição à objetivação política de uma sociedade mais justa, sanando as deficiências meritocráticas nas comunidades.
D
aporte para que as tecnologias avancem, formatando as tradições de cada sociedade, de modo que as tecnologias transformem, radicalmente, as esferas sociais por uma arquitetura puramente tecnocrata.
E
cooperação com a tecnologia na eficiência da meritocracia, na aplicação dos reconhecimentos sociais, objetivando uma sociedade mercadológica mais eficiente.
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UEMA 2022 - Filosofia - A Política, Linguagem e Pensamento, O Sujeito Moderno

Em sua obra "O Ser e o Nada", o filósofo francês Jean Paul Sartre (1905 -1980) trata da condição humana, mais precisamente, da liberdade.

Para o referido filósofo, o homem, pela sua condição de ser homem, é ser livre e, portanto, ele, o homem, é fruto de sua liberdade porque, no seu dia a dia, escolhe as ações que fará. Dessa forma, a liberdade não é uma conquista humana, mas é uma condição da própria existência dele, do homem. Explica o filósofo que “Com efeito, sou um existente que aprende sua liberdade através de seus atos; mas sou também um existente cuja existência individual e única temporaliza-se como liberdade [...] Assim, minha liberdade está perpetuamente em questão em meu ser; não se trata de uma qualidade sobreposta ou uma propriedade de minha natureza; é bem precisamente a textura de meu ser.”

Jean-Paul Sartre. Ser e o Nada. (Adaptado)

De acordo com o referido filósofo, se somos livres, temos sempre de escolher.

Ao analisar essa premissa, como condição em uma sociedade capitalista, afirma-se que “Se você fracassa, as escolhas foram suas.”

Essa afirmação mais popular decorrente da premissa de Sartre está centrada no entendimento de que

A
o Estado é que proporciona a capacitação para as escolhas.
B
o capitalismo é que pode oferecer o trabalho remunerado.
C
 a formação familiar é limitante para a educação do filho bem-sucedido. 
D
a formação escolar é determinante para as escolhas de um sujeito.
E
 o próprio indivíduo é que escolhe seu percurso de projeto de vida.
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UEMG 2022 - Filosofia - A Política, Pensamentos políticos: Liberalismo

O filósofo camaronês, Achille Mbembe, descreve que o avanço do neoliberalismo produz o fim do trabalho, criando o sujeito sem trabalho (“Já não há trabalhadores propriamente dito”) que gera uma “humanidade supérflua”, um ser totalmente abandonado, inútil para o sistema capitalista. De modo que os indivíduos se veem diante de uma “vida psíquica”, prisioneira de uma patologia de sintomas como memória artificial e modelados pela neurociência e neuroeconomia, originando um novo sujeito humano que só tem uma possibilidade, o sujeito “empreendedor de si mesmo”. A pessoa neoliberal se caracteriza por ser um “sujeito do mercado e da dívida”, ou seja, uma “forma abstrata já pronta”. Ele fica puramente dependente de elaborar uma reconstrução de sua “vida íntima” para se ofertar ao mercado como uma mercadoria. Por isso, o homem novo é composto de capitalismo e animalismo, conceitos cindidos em outros tempos, agora motivados a se conectarem.

MEMBE, A.. Crítica da razão negra. São Paulo: N-1, 2018. Adaptado.


Segundo Achille Mbembe, o racismo, no neoliberalismo, 

A
determina-se pelo pensamento decolonial, que produz uma ruptura com a colonização e questiona o sistema econômico neoliberal do ocidente como único caminho a todos os povos, sugerindo o racismo reverso.
B
propõe a biopolítica que pretende gerar igualdade, rompendo com o sistema de desigualdade de raças pelo colonialismo e aniquilando as formas de gestão da vida dos indivíduos. 
C
define-se pela discriminação positiva, aplicação de cotas e programas de acesso às instituições sociais das minorias, de mulheres e de homens negros e afrodescendentes, enquanto enrobustecimento da discriminação racial.
D
suplanta o colonialismo e o imperialismo, pela regimentação do totalitarismo no avanço da economia capitalista, que explora os indivíduos sem discriminação, exceção das religiões ao criticar o sistema neoliberal.
E
tem como a sua principal finalidade a gestão da morte dos indivíduos, pelo qual o racismo é a necropolítica, que atualiza a antiga opressão do negro como modelo universal do assujeitamento de todos pelo racismo capitalista.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“Consideramos que o saber e o entender são mais próprios da técnica do que da experiência, e julgamos os que possuem a técnica mais sábios do que os que só possuem a experiência. E isso porque os primeiros conhecem a causa, enquanto os outros não a conhecem...”

ARISTÓTELES. Metafísica, 981a25. Tradução do italiano por Marcelo Perine.
São Paulo: Loyola, 2002.

Em diálogo com a citação acima, é correto afirmar que  

A
a experiência não é um tipo de saber, pois não conhece a causa. 
B
a experiência é superior à técnica, pois é conhecimento prático.
C
a experiência é saber, pois possui o conhecimento da causa.
D
a experiência é um tipo de saber que não conhece a causa.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Mito e Filosofia

“A relação que constatamos entre o nascimento do filósofo e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. A Cidade (pólis) realiza no plano das formas sociais uma separação entre a sociedade e a natureza; e essa separação pressupõe, no plano das formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a Cidade, a ordem política se separou da organização cósmica; a Cidade aparece como objeto de uma constante indagação e reflexão, de uma discussão apaixonada e, ao mesmo tempo, argumentada”.

VERNANT, J.-P. A formação do pensamento positivo na Grécia arcaica. In:
Mito e pensamento entre os gregos. Tradução de Haiganuch Sarian. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 462-263. (Texto adaptado)

Com base na citação anterior, é correto afirmar que a filosofia grega nasceu

A
do pensamento racional exercitado no debate e na argumentação na Cidade.  
B
quando se abandonou a discussão sobre o Cosmo, voltando-se para a política.
C
do prolongamento da tradição mito-poética rural na nova realidade urbana.
D
do afastamento do cidadão da vida na Cidade e seu interesse pelo Cosmo.
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UECE 2022 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Ética e Liberdade

“O medo é a causa que origina, conserva e alimenta a superstição. Poderíamos acrescentar muitos exemplos que provam com toda a clareza o seguinte: os homens só se deixam dominar pela superstição enquanto têm medo; todas essas coisas que alguma vez foram inutilmente objeto de culto religioso não são mais do que fantasmas e delírios de um ânimo triste e amedrontado; finalmente, é quando o Estado se encontra em maiores dificuldades que os adivinhos detêm o maior poder sobre a plebe e são mais temidos pelos seus reis”.

SPINOZA, B. Tratado teológico-político. Tradução de Diogo Pires Aurélio.
Lisboa: Casa da moeda, 2004, p. 126. (Texto adaptado)

Conforme Spinoza, o sentimento de medo conduz o homem à superstição. Por isso, os momentos em que os adivinhos têm grande influência sobre a população e os governos são aqueles de grandes dificuldades. A superstição é uma incerteza dos bens desejados, e se desenvolve na  

A
imaginação.
B
sensibilidade.
C
razão.
D
intuição.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“A explicação de que foi a ‘ideia’ de independência que constituiu a força propulsora da renovação que se operava no seio da colônia parece, no mínimo, arriscada. Mais coerente com os acontecimentos é que as várias ideias de ‘se livrar’ do português comerciante ou taberneiro, bem como outras que também se agitavam, embora fossem menos faladas, tais como a libertação dos escravos, a supressão das barreiras de cor e de classe, não fossem mais que reflexos, no pensamento dos indivíduos, de situações objetivas, exteriores a seu cérebro, situações que estão nos fatos, nas relações e oposições dos indivíduos entre si: o senhor de engenho ou fazendeiro devedor que é perseguido pelo comerciante português credor; o pés-descalço que o comerciante português não quer como vendedor; o mulato que o branco exclui da maior parte das funções e o despreza, o humilha; o agricultor pobre que se sente espoliado pelo senhor de engenho que mói sua cana; o escravo que se quer libertar...”  

PRADO JUNIOR, C. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo:
Brasiliense, 2000, p. 387 (Texto adaptado)

A orientação filosófica dessa interpretação do filósofo e historiador brasileiro Caio Prado Junior (1907-1990) acerca da declaração formal da independência brasileira, em 1822, é

A
idealista, pois reconhece o papel das ideias nos acontecimentos históricos.  
B
materialista histórico, pois diz que as ideias se formam nas relações sociais.
C
empirista, pois os fatos empíricos constituem as ideias na mente humana.
D
racionalista, pois mostra que os homens agem com ideias claras e evidentes.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau)

“Hobbes parte do estado de natureza, no qual não existiria lei, não existiria indústria humana, não existiria nada, e o homem é o lobo do próprio homem; e pelo fato de o homem ser antissocial por natureza, só se torna possível ele viver em sociedade com um Estado extremamente forte. Com Locke, a coisa é diferente. Locke diz que o homem não é um ser rebelde à vida política. No estado de natureza, mesmo com ausência de Estado, mesmo com ausência de leis, existe uma vida econômica que torna possível a integração dos indivíduos entre si. Então o Estado nasce para complementar, para tornar possível essa sociabilidade originária, que é a sociabilidade de mercado”.

TEIXEIRA, F. J. S. Liberalismo clássico e neoliberalismo: Duas faces da
mesma moeda?. Curso on line, aula 02, em 12.09.2022. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=TA9MUFoRtOo&t=2009s. Acesso em:
9 out. 2022. (Texto adaptado)

Essas duas concepções políticas são

A
ambas liberais.  
B
ambas absolutistas.
C
absolutista, a primeira, e liberal, a segunda.
D
liberal, a primeira, e absolutista, a segunda.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Pensamentos Políticos - Karl Marx

“O que caracteriza o conhecimento dialético é que o verdadeiro (Hegel), o racional e o concreto (Hegel, Marx) são o resultado de um movimento de pensamento. Resultado do que Hegel chama de ‘trabalho do conceito’, que mostra progressivamente, a partir das determinações mais simples e abstratas do conteúdo, suas determinações cada vez mais ricas, complexas e intensas, até o ponto de sua unidade, que não é uma unidade formal, mas uma unidade sintética de múltiplas determinações”.

MÜLLER, Marcos Lutz. A dialética como método de exposição em O capital.
Belo Horizonte: Boletim da SEAF, 1982 (mimeo). (Texto adaptado).

A partir da citação anterior, é correto concluir que, para a dialética, o esforço do pensamento conceitual em acessar e conhecer a realidade, deve resultar em um

A
conhecimento parcial dessa mesma realidade.
B
saber intuitivo e imediato da unidade do real.
C
conhecimento em totalidade dessa realidade.
D
fracasso, pois o real se move progressivamente.