A Reforma, a despeito de sua hostilidade à magia, estimulara o espírito de profecia. A abolição dos
intermediários entre o homem e a divindade, bem como a ênfase na consciência individual, deixavam
Deus falar diretamente a seus eleitos. Era obrigação destes tornar conhecida a Sua mensagem. E Deus não
fazia acepção de pessoas: preferia falar a John Knox do que à sua rainha, Maria Stuart da Escócia. O
próprio Knox agradeceu a Deus ter-lhe dado o dom de profetizar, que assim estabelecia que ele era um
homem de boa-fé.
Na Inglaterra, as décadas revolucionárias deram ampla difusão ao que praticamente constituía uma
profissão nova - a do profeta, quer na qualidade de intérprete dos astros, ou dos mitos populares
tradicionais, ou, ainda, da Bíblia.
HILL, Christopher, O mundo de ponta-cabeça. Ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640.
Trad. Renato Janine Ribeiro. São Paulo, Companhia das Letras, 1987, p. 103.
O texto se refere ao ambiente político e religioso da Inglaterra no século XVII. A esse respeito é
CORRETO afirmar: