Desde o final da década de 90 (séc. XX) a América Latina vem mostrando uma tendência nacionalista e de esquerda, o que em parte se explica
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: a questão aborda por que, desde o final dos anos 1990, houve avanço de governos nacionalistas e de esquerda na América Latina. É preciso entender contexto econômico, social e político — especialmente a reação popular às políticas econômicas vigentes.
Resumo teórico: o modelo neoliberal (às vezes associado ao "Consenso de Washington") privilegia abertura comercial, privatizações, redução do papel do Estado e disciplina fiscal. Na prática, em muitos países latino-americanos esse conjunto de políticas gerou desigualdade, desemprego e frustração social. Relatórios da CEPAL/ECLAC e análises críticas (ex.: John Williamson sobre o Consenso; Joseph Stiglitz em críticas ao neoliberalismo) mostram que a ineficácia dessas medidas em resolver problemas sociais abriu espaço eleitoral para alternativas que prometiam maior intervenção estatal e políticas sociais.
Por que C é a correta: a opção C identifica a raiz estrutural do fenômeno — a insatisfação com o resultado das políticas neoliberais —, que explica por que eleitores passaram a apoiar projetos políticos de esquerda e nacionalistas que ofereciam maior proteção social e regulação econômica. Esse é um argumento macro, compatível com estudos acadêmicos e com a evolução política observada na região.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: exagera o papel da política externa dos EUA como causa única e ainda mistura atores de contextos distintos (por exemplo, Ahmadinejad no Irã é irrelevante para o jogo político latino-americano).
B — incorreta: superestima Hugo Chávez como determinante direto dos resultados eleitorais em vários países. Chávez teve influência simbólica e apoio a redes, mas as mudanças eleitorais têm causas internas e diversas.
D — incorreta: a atenção dos EUA ao Oriente Médio não explica por si só a mudança política regional. A perda de influência pode ter contribuído marginalmente, mas não é a explicação principal perante problemas econômicos domésticos.
E — incorreta e contraditória: atribui aos governos de esquerda a defesa de um "Estado mínimo" e privatizações — o oposto do que esses governos costumam propor; historicamente, eles defenderam maior intervenção estatal e políticas sociais.
Dica de prova: busque explicações estruturais (modelo econômico, indicadores sociais) em vez de causas isoladas ou personalistas. Identifique contradições internas nas alternativas (ex.: esquerda que defende Estado mínimo) — costumam ser marca de erro.
Fontes sugeridas: relatórios da CEPAL/ECLAC sobre desigualdade e crescimento na América Latina; John Williamson (Consenso de Washington); Joseph Stiglitz, Globalization and Its Discontents — para crítica ao neoliberalismo.
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