Os padrões e a frequência com que as infecções parasitárias,
tais como malária e esquistossomose ocorrem em
determinadas localidades dependem de interações complexas
entre hospedeiros, parasitas e ambiente. A ação do homem
dominando e alterando a natureza pode se constituir em fator
de progresso e de melhoria da qualidade de vida, porém,
também pode introduzir ou espalhar infecções parasitárias,
minimizando ou até inviabilizando os efeitos benéficos sobre o
bem-estar da população.
CHIEFF, P.P. Alterações ambientais e infecções parasitárias. Arq. Med.
v.47, n.1. março de 2002. Adaptado.
Segundo o texto, as alterações ambientais provocadas pela
atividade humana influenciam a incidência de infecções, pois
Gabarito comentado
Resposta correta: B
Tema central: como alterações ambientais causadas pelo homem influenciam a incidência de infecções parasitárias, em especial por vetores (ex.: malária) e por transmissores ligados a recursos hídricos (ex.: esquistossomose). É preciso entender ecologia de vetores, fatores climáticos e impacto de obras e migrações na saúde pública.
Resumo teórico: temperatura e precipitação condicionam a biologia dos vetores e o desenvolvimento dos parasitas. Para a malária, a temperatura determina a velocidade do desenvolvimento do Plasmodium no mosquito (período de incubação extrínseco) e a chuva cria ou elimina criadouros de Anopheles. Fontes: WHO — World Malaria Report; Ministério da Saúde — vigilância entomológica.
Justificativa da alternativa B: A alternativa afirma que variações de temperatura e precipitação são decisivas na distribuição e transmissão da malária — isso é correto. Mudanças nesses fatores alteram sobrevivência, reprodução e capacidade vetorial dos anofelinos e influenciam a sazonalidade e limites geográficos da doença.
Análise das alternativas incorretas:
A — afirma que maior diversidade biológica sempre reduz taxas de infecção. Parcialmente refere-se ao “efeito diluição”, que existe em alguns sistemas, mas não é regra geral para todas as doenças parasitárias; assim a assertiva é demasiado absoluta e incorreta.
C — diz que urbanização facilita a malária por aumentar sítios naturais de anofelinos. Na prática, urbanização tende a reduzir habitats naturais de Anopheles, embora condições urbanas precárias possam criar criadouros para outros vetores (ex.: Aedes). A afirmação generaliza e, por isso, é falsa para malária clássica.
D — nega qualquer associação entre alterações ambientais/migrações e espalhamento da esquistossomose. Errado: obras, migrações e modificações no uso da terra promovem dispersão de caramujos e de casos humanos, facilitando o surgimento da doença em novas áreas.
E — sugere que obras hídricas (diques, represas) podem diminuir a transmissão da esquistossomose. Na prática muitas dessas obras criam ambientes favoráveis ao caramujo (Biomphalaria), aumentando risco; portanto, a afirmação é equivocada de modo geral.
Dica de resolução de questões: identifique palavras-chave no enunciado (ex.: “decisivos”, “transmissão”), relacione com conceitos de ecologia de vetores e descarte alternativas absolutistas ou generalizantes. Questões sobre variabilidade climática e vetores costumam apontar para respostas que envolvem temperatura e chuva.
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