“Em 2009, a cyberguerra tornou-se um desafio prioritário para a segurança nacional dos EUA. As revelações de Edward Snowden e as reticências americanas em direção à regulamentação internacional do comportamento dos países no cyberespaço confirmaram que não se trata de uma orientação somente defensiva [dos EUA].”
(Joseph Fitsanakis. A doutrina americana de cybersegurança In: Diplomatie [Revista Diplomacia]. Paris: Areori Group, outubro-novembro 2014. p. 26)
Há um novo espaço onde as relações geopolíticas mundiais se manifestam. Chama-se cyberespaço. A esse respeito e tendo em vista as relações geopolíticas é possível afirmar que
(Joseph Fitsanakis. A doutrina americana de cybersegurança In: Diplomatie [Revista Diplomacia]. Paris: Areori Group, outubro-novembro 2014. p. 26)
Há um novo espaço onde as relações geopolíticas mundiais se manifestam. Chama-se cyberespaço. A esse respeito e tendo em vista as relações geopolíticas é possível afirmar que
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: a questão trata do cyberespaço como novo palco das relações geopolíticas — resultado dos avanços das TICs — e pergunta se ele apenas expressa conflitos ou também é causa de disputas entre atores estatais e não estatais.
Resumo teórico (sintético): o cyberespaço é um domínio global construído sobre infraestruturas digitais (redes, protocolos, serviços) que interliga sociedades, economias e militares. Não é apenas palco passivo: atua como meio e ator das disputas contemporâneas — operações de espionagem, ataques cibernéticos, campanhas de desinformação e guerra econômica. Fontes de referência: relatórios do UN GGE sobre comportamento estatal no ciberespaço, o Tallinn Manual (aplicação do direito internacional a operações cibernéticas) e documentos de defesa/cibersegurança de vários países.
Por que a alternativa D é correta? Porque afirma que o cyberespaço decorre dos avanços das TICs e é espaço de relações mundiais; além disso, destaca que o cyberespaço não só expressa conflitos (como um cenário onde eles ocorrem) mas se torna razão de disputas (ex.: ataques que geram crises diplomáticas, competição por normas e controle de infraestrutura). Essa visão incorpora tanto a dimensão técnica quanto a política e estratégica do fenômeno.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta: limita o cyberespaço a conflitos e espionagem em países ricos. Na prática, o domínio é global e afeta todos os países (ex.: ataques a infraestruturas críticas em vários níveis de desenvolvimento).
B — Incorreta: reduz “cyberguerra” apenas a espionagem entre Rússia e EUA. A ciberconcorrência envolve múltiplos atores (estados médios, empresas, grupos criminosos) e ações além da espionagem — sabotagem, guerra informacional, etc.
C — Incorreta: afirma que o cyberespaço não abrange o conjunto das relações humanas e se restringe a relações políticas/espionagem. Na realidade, permeia economia, cultura, comunicação e vida cotidiana; portanto não é apenas um “espaço oficial”.
E — Incorreta: supõe que países com menores investimentos ficam fora do cyberespaço ou imunes à espionagem. Isso é falso: vulnerabilidades podem existir independentemente do nível de investimento; atores externos podem explorar fragilidades e afetar qualquer país.
Dica de prova: procure termos-chave como “abrange a escala mundial”, “razão de disputa” e descarte alternativas que tragam generalizações absolutas (ex.: “apenas”, “somente”, “limitado”). Relacione conceitos teóricos (domínio global vs. arenas regionais; meios e fins) com exemplos concretos (Estônia 2007, Stuxnet 2010, revelações de vigilância) para justificar a escolha.
Fontes úteis: UN GGE reports; Tallinn Manual 2.0; documentos nacionais de cibersegurança e estratégias de defesa.
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