Em 2019, uma equipe de pesquisadores da
Universidade de São Paulo aplicou com sucesso uma
técnica que eliminou o câncer no sistema linfático de
um paciente mineiro de 63 anos. Neste caso, linfócitos
T do próprio paciente foram coletados e tiveram o DNA
alterado, de forma que passassem a produzir
receptores na membrana, capazes de reconhecer
células tumorais. A seguir, os linfócitos T modificados
foram multiplicados em laboratório e, posteriormente,
devolvidos ao organismo do paciente. Assim, é
possível concluir que células cancerígenas:
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa E
Tema central: Imunoterapia celular (ex.: terapia CAR‑T) e reconhecimento de antígenos tumorais pelas células T. A questão explora como linfócitos T modificados podem identificar e destruir células cancerígenas por reconhecerem moléculas específicas presentes nas células tumorais.
Resumo teórico:
- O sistema imune reconhece células estranhas por antígenos (moléculas na superfície ou peptídeos apresentados via MHC).
- Tumores frequentemente expressam antígenos tumorais (ou neoantígenos) ausentes ou em níveis baixos em células normais; isso permite o alvo específico.
- Em terapias como CAR‑T, os linfócitos T são geneticamente modificados para expressar receptores quiméricos que reconhecem diretamente antígenos de superfície tumoral (ex.: CD19 em leucemias B), tornando o ataque seletivo. Fontes: revisões em Nature Reviews Cancer; diretrizes de terapias celulares (FDA/ANVISA) e material didático de imunologia.
Justificativa da alternativa correta (E):
A alternativa E afirma que células cancerígenas “possuem moléculas que podem ser reconhecidas de forma específica pelos linfócitos T modificados, não presentes em células normais”. Isso descreve exatamente o princípio da terapia: os T modificados reconhecem antígenos tumorais exclusivos ou diferencialmente expressos, permitindo a destruição seletiva das células malignas.
Análise das alternativas incorretas:
A — Errada: células cancerosas costumam apresentar diferenças morfofisiológicas e alterações no ciclo celular (ex.: perda de controle da divisão), logo não são idênticas às células normais.
B — Parcialmente enganosa: tumores desenvolvem mecanismos de evasão imune, mas muitos apresentam antígenos reconhecíveis; a afirmação absoluta (“não são normalmente reconhecidas”) simplifica demais.
C — Errada: linfócitos T não produzem anticorpos (essa é função de plasmócitos/B‑linfócitos). T‑cells matam por citotoxicidade (ex.: perforina, granzimas) ou pela ativação imune, não pela produção de anticorpos.
D — Errada e irrelevante: a eficácia da técnica não se baseia em diferenças de taxa de reprodução entre células; muitas células tumorais proliferam mais rápido, não mais lentamente.
Dica de interpretação: procure termos específicos (ex.: “especificamente”, “não presentes em células normais”) e relacione com mecanismos conhecidos (antígeno–receptor). Desconfie de enunciados absolutos sem contextualização.
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