“A ação contra a subversão jesuítica e a
longa devassa administrativa contra a
corrupção instauradas no governo de João
Manuel de Melo em Goiás (1659-1770) nos
proporcionam um acesso privilegiado para os
estudos da estrutura administrativa e do
funcionamento dos governos coloniais da época
do iluminismo”.
PALACÍN, Luiz. Subversão e corrupção: um estudo da administração
pombalina em Goiás. Goiânia: Editora da UFG, 1983. p. 08.
Baseado no texto, marque a alternativa
correta:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: análise da atuação pombalina em Goiás segundo Luiz Palacín — como as devassas administrativas e as acusações de “subversão jesuítica” ajudam a entender a lógica da administração colonial iluminista e a construção do discurso pombalino.
Resumo teórico: O Marquês de Pombal promoveu reformas centralizadoras e repressivas (século XVIII), destacando-se a expulsão dos jesuítas (1759) e devassas contra administrações locais. Palacín (Subversão e corrupção, UFG, 1983) analisa como essas ações serviram tanto para punir corrupção como para criar um mito do “perigo jesuítico” e legitimar a ruptura com práticas antigas.
Por que D é correta: A alternativa D capta o argumento de Palacín: as devassas em Goiás apontavam falhas e corrupção na capitania, mas também refletiam a estratégia pombalina de se apresentar como salvadora, exagerando o suposto perigo jesuítico e ressaltando uma ruptura simbólica com o passado. Ou seja: punição real + construção retórica do poder.
Análise das incorretas:
A — Falsa. Afirma que Goiás ficou imune às ações pombalinas; o estudo mostra justamente que houve devassas em Goiás.
B — Incorreta. Palacín discute corrupção administrativa e discurso pombalino; não reduz o problema a uma característica "inerente ao ser humano", nem esse é o foco da obra.
C — Errada. Mistura iluminismo europeu e movimentos de independência com o governo de João Manuel de Melo; o texto trata das políticas pombalinas e da lógica administrativa, não de um movimento de independência liderado por esse governador.
E — Parcialmente verdadeira em pontos (Pombal queria racionalizar), mas equivocada ao apresentar Pombal apenas como “déspota esclarecido” que unicamente combateu corrupção e preconceitos. Palacín mostra também a dimensão retórica e política das devassas — elemento que E minimiza.
Dicas de prova: atenção a termos absolutos ("imune", "apenas", "principalmente") e a alternativas que misturam juízo de valor com fatos. Relacione palavras-chave do enunciado (devassas, corrupção, mito jesuítico, administração pombalina) com o foco historiográfico apontado pelo autor.
Fonte principal citada: Palacín, Luiz. Subversão e corrupção: um estudo da administração pombalina em Goiás. Goiânia: UFG, 1983. Complementar: estudos sobre reformas pombalinas e expulsão dos jesuítas (1759).
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