Um casal, ao optar por ter um filho, fez
exame de sangue e constatou que ambos
tinham sangue AB+. Nasceu uma menina com
sangue AB-. Sabendo-se que os avós paternos
e maternos da criança também tinham o mesmo
sangue do casal, pode-se concluir que:
Gabarito comentado
Resposta correta: D
Tema central: herança do sistema Rh (fator Rh+ dominante: D; Rh– recessivo: d) e interpretação de fenótipos sanguíneos em genealogia. É comum em concursos exigir que você traduza fenótipos (AB+, AB–) em genótipos e aplique regras de dominância.
Resumo teórico: - Grupo ABO: pais AB x AB podem gerar criança AB, pois cada um fornece alelo A ou B (compatível). - Sistema Rh: alelo D (Rh+) é dominante sobre d (Rh–). Para a criança ser Rh– (dd), ambos os pais devem ter ao menos um alelo d (ser Dd ou dd). Se os pais são fenotipicamente Rh+, para gerar filho dd eles obrigatoriamente são heterozigotos (Dd), ou seja, carregam o alelo recessivo.
Raciocínio que justifica a alternativa D: - Filha AB– → genótipo dd para Rh. - Ambos os pais são Rh+ (fenótipo) mas tiveram filho dd → cada pai tem genótipo Dd (heterozigoto), porque foram capazes de transmitir um d. - Esses alelos d dos pais vieram de seus próprios pais (os avós da criança). Portanto, entre os quatro avós há pelo menos um que possuía o alelo d no genótipo. Assim, a afirmação de que "pelo menos um dos avós possuía fator Rh- (negativo) no genótipo" é verdadeira (essa versão usa "possuir o fator no genótipo" no sentido de ter o alelo recessivo d).
Análise das alternativas incorretas: - A (Todos os avós tinham fator Rh-): incorreto — não é necessário nem compatível com o enunciado (os avós foram descritos com mesmo sangue AB+, logo não seriam todos fenotipicamente Rh–). Além disso, para gerar pais Dd não é preciso que todos os avós sejam dd. - B (A criança ou um dos pais não pode pertencer à família): pegadinha. Não é necessária conclusão de não filiação; a situação é explicada por heterozigotia dos pais. - C (Deve ter ocorrido mutação gênica): desnecessário — a mutação não precisa ser invocada; herança mendeliana explica o caso. - E (A criança não descende do casal): idem B — não é obrigatória. A descendência é compatível com pais AB+ heterozigotos.
Dica de prova: converta fenótipos em genótipos, use notação D/d para Rh e A/B/O para ABO; procure a necessidade lógica (o que é obrigatório) e evite respostas que extrapolem (como “todos” ou “mutação”) quando uma explicação mendeliana basta.
Referências: princípios clássicos de genética mendeliana (ver Campbell & Reece; Griffiths et al.) e manuais sobre grupos sanguíneos e herança Rh.
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