Em junho, os britânicos foram às urnas para votar se gostariam ou não de deixar a União Europeia, no que ficou conhecido como o Brexit – palavra criada pela fusão de Britain e exit. Em uma decisão inesperada, a maioria optou pelo “sim”. Defensor da permanência na UE, o então premiê David Cameron renunciou ao cargo, alegando ser incapaz de conduzir o país nessa nova fase.

Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/atualidades-vestibular/ Adaptado, Publicado 07- 10-2016 Acesso 09-10-2016

O Brexit abre um precedente dentro da União Europeia e aumenta a pressão nacionalista no bloco. Uma das consequências geradas por essa decisão política é:

a convocação de novos referendos, com a possibilidade de uma fragmentação em série de países que integram o Reino Unido.

a manutenção dos acordos de colaboração entre os países da União Europeia e a Grã Bretanha, não afetando aspectos comerciais.

o aumento dos postos de trabalho para ingleses nos países da UE, da mesma forma que integrantes da UE serão favorecidos na Inglaterra.

a estabilidade política no continente europeu, na medida em que os interesses nacionalistas ingleses passam a ser respeitados.

o favorecimento das políticas migratórias, particularmente para aqueles considerados refugiados de guerra, como árabes e africanos.

Gabarito comentado

Taina VegaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: trata-se do impacto político do Brexit — saída do Reino Unido da União Europeia — e das consequências para o fortalecimento de tendências nacionalistas e para a realização de referendos que podem provocar fragmentação territorial (ex.: Escócia, Irlanda do Norte).

Resumo teórico: o Brexit é um ato político-soberano que cria precedente institucional e simbólico. Em geografia política, decisões desse tipo aumentam a eficácia de movimentos nacionalistas e regionalistas, pois mostram que saídas e reconfigurações são possíveis. Exemplos práticos: pedidos de novo referendo na Escócia (governo escocês) e o ressurgimento do debate sobre a fronteira da Irlanda do Norte (Acordo de Belfast/Good Friday Agreement).

Por que A é correta? Porque o Brexit serviu de estímulo para exigência de novos plebiscitos e para fortalecimento de movimentos de independência/regionalismo dentro do Reino Unido e em outros países europeus. Isso configura um precedente que pode levar à convocação de referendos e à fragmentação política — exatamente o que a alternativa indica.

Análise das alternativas incorretas:

B — incorreta: a saída da UE exigiu negociação de novos acordos (ex.: Trade and Cooperation Agreement, 2020). O comércio foi afetado por regras, tarifas e barreiras não-tarifárias; não houve manutenção automática dos acordos.

C — incorreta: o Brexit restringiu a livre circulação entre Reino Unido e UE; não gerou aumento generalizado de empregos para britânicos na UE nem de europeus no Reino Unido; ao contrário, criou incertezas e barreiras migratórias.

D — incorreta: em vez de promover estabilidade, o Brexit aumentou incerteza política e tensões nacionalistas tanto no Reino Unido quanto na UE, sendo associado a fragmentação e polarização.

E — incorreta: o Brexit refletiu, em parte, desejo de controlar fluxos migratórios; não resultou em favorecimento de políticas mais abertas a refugiados. A tendência foi pela maior restrição, não por facilitação.

Dica de prova: identifique palavras-chave do enunciado — “precedente”, “pressão nacionalista”, “consequência política” — e relacione com eventos reais (pedidos de independência na Escócia, debate sobre Irlanda do Norte). Desconfie de alternativas que apresentem efeitos contrários à lógica do texto (ex.: “manutenção automática” ou “aumento de empregos” sem justificação).

Fontes sugeridas: documentos do governo britânico sobre o Withdrawal Agreement e o Trade and Cooperation Agreement (2020); análises da BBC e do Parlamento Escocês sobre pedidos de novo referendo.

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