Astyanax mexicanus é uma espécie de peixe sem olhos,
que vive em águas tropicais de cavernas do México.
Heterocephalus glaber é a espécie do rato-toupeira-pelado,
um mamífero roedor que também não tem olhos e é encontrado em tocas escavadas no solo africano. A semelhança
quanto à ausência da visão nesses animais pode ser considerada uma adaptação aos ambientes em que eles vivem,
que selecionaram essas características. O mecanismo evolutivo que promoveu essa semelhança é denominado
Gabarito comentado
Alternativa correta: B — convergência adaptativa
Tema central: identificação de mecanismos evolutivos que geram semelhanças independentes em espécies de linhagens distintas. Aqui a questão pede reconhecer que traços semelhantes (perda da visão) em animais não aparentados decorrem de pressões ambientais semelhantes.
Resumo teórico progressivo: convergência adaptativa (ou evolução convergente) ocorre quando espécies filogeneticamente distantes desenvolvem caracteres análogos porque enfrentam seleção natural similar em ambientes parecidos. Conceito oposto é homologria (traço comum por descendência). Exemplos clássicos: asas de morcegos e aves; formas suculentas de cactos (América) e euphorbias (África). Fontes úteis: Futuyma, "Evolutionary Biology" e Campbell & Reece, "Biology" (capítulos sobre evolução).
Por que B é correta: os peixes de cavernas e o rato-toupeira-pelado pertencem a grupos distantes; ambos perderam visão por seleção em ambientes escuros — resultado de pressões semelhantes levou a traços análogos, logo convergência adaptativa.
Análise das alternativas incorretas:
A — Irradiação adaptativa: descreve diversificação rápida de uma linhagem ancestral em múltiplos nichos (ex.: tentilhões de Darwin). Não descreve semelhança independente entre linhagens distintas.
C — Coevolução: refere-se a mudanças recíprocas entre espécies que interagem (predador-presa, planta-polinizador). Não é o caso de duas espécies que independentemente perdem visão por viverem em ambientes escuros.
D — Evolução alopátrica: é especiação por isolamento geográfico. Trata de origem de espécies, não da convergência de características entre linhagens distintas.
E — Deriva gênica: mudança aleatória de frequências alélicas importante em pequenas populações; poderia causar perda de função, mas a explicação mais plausível para repetida perda de visão em diferentes grupos é seleção por ambiente escuro (convergência), não um evento aleatório comum a várias linhagens.
Dica de interpretação: procure se as espécies são próximas ou distantes filogeneticamente; semelhança em formas distantes aponta para convergência. Identifique palavras-chave no enunciado: "semelhança quanto à ausência da visão" + ambientes semelhantes = convergência adaptativa.
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