Leia o trecho da reportagem “Superpopulação: chegará o dia em que haverá gente demais para
planeta de menos?”:
“A cada ano, nascem 81 milhões de pessoas, o equivalente à população da Alemanha. Mantido esse ritmo,
passaremos dos atuais 7,3 bilhões de habitantes para 9,6 bilhões em 2050, de acordo com as projeções da
ONU. Embora não dê para estimar o máximo de pessoas que cabe no planeta, sabemos que os recursos que
temos por aqui são limitados. A quantidade de água (em suas diferentes formas) e de terra é a mesma há
milênios e, apesar de todo o avanço da ciência, nada indica que a humanidade será capaz de ampliá-las.
Quando se combina muita gente a uma mesma quantidade de recursos, o resultado é a escassez. Apenas
para ficar no básico, pode faltar água e alimento para todo mundo — que dirá saneamento básico, moradia,
energia elétrica.”
BARROS, Mariana. Cidades sem fronteiras. Veja.com. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/cidades-sem-fronteiras/debate/superpopulacao/>.
Acesso em: 12 mar. 2016.
A teoria ou reflexão demográfica implícita no texto é conhecida como:
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — Teoria Neomalthusiana
Tema central: a questão trata da relação entre crescimento populacional e recursos naturais limitados — ideia de que uma população numerosa provoca escassez (água, alimento, saneamento). Palavras-chave do enunciado: “recursos limitados”, “escassez”, e a sugestão de que o controle demográfico é solução.
Resumo teórico progressivo: - Malthus (1798): população tende a crescer geometricamente; alimentos crescem aritmeticamente — risco de fome. - Neomalthusianos (século XX): retomam Malthus, atualizando a ênfase na limitação ambiental e na necessidade de políticas de controle demográfico para evitar pobreza e degradação. (Ver: Thomas Malthus, An Essay on the Principle of Population; debates contemporâneos e projeções da ONU.)
Justificativa da alternativa E: o texto afirma que muitos nascimentos levam a escassez de recursos e insinua que controlar o crescimento seria caminho para evitar falta de água e alimentos — exatamente a lógica neomalthusiana: pobreza/fome explicadas pela grande população e proposta de controle demográfico.
Análise das alternativas incorretas: - A (Teoria Malthusiana): incorreta porque descreve mal Malthus — ele não afirmou que crescimento populacional é "diretamente proporcional à produção de alimentos", mas que a população tende a crescer mais rápido que os recursos. A formulação está equivocada. - B (Teoria demográfica reformista): erro conceitual — o reformismo demográfico enfatiza políticas sociais e desenvolvimento para ajustar dinâmica populacional, não a ideia de que a solução é controlar a população como causa primária da pobreza. - C (Teoria Marxista): está equivocada: a visão marxista atribui pobreza e fome às relações socioeconômicas (exploração, propriedade), não a uma "população numerosa" por si só; a queda da natalidade é entendida em outro contexto (industrialização, urbanização, mudanças sociais). - D (Ecomalthusiana): próxima, mas geralmente ecomalthusianismo foca na conservação ambiental; o enunciado enfatiza a explicação da pobreza/fome pela superpopulação e a proposta de controle demográfico — conceito mais ajustado ao termo neomalthusiano.
Estratégias para o concurso: busque palavras-chave no enunciado (ex.: "recursos limitados", "escassez", "controle demográfico"); compare definições curtas das teorias e elimine alternativas que distorcem conceitos clássicos (como Malthus) ou que confundem correntes (Marxista vs. (Neo)Malthusiana).
Fontes indicadas: Thomas Malthus, An Essay on the Principle of Population (1798); projeções da ONU (Population Division) sobre crescimento populacional; debates acadêmicos sobre neomalthusianismo e ecomalthusianismo.
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