O Parlamento Britânico aprovou um novo
procedimento de fertilização in vitro que utiliza o
material genético de um homem e duas mulheres
para formar um embrião, com o objetivo de permitir
que mulheres com mutações genéticas raras
tenham filhos sãos. A técnica consiste em retirar o
núcleo do ovócito da mulher portadora da mutação
e posteriormente transferi-lo para uma doadora,
cujo ovócito teve o núcleo removido. Após isso, o
ovócito resultante é fertilizado, e o embrião livre da
mutação é implantando no útero da mulher
portadora da doença genética.
Fonte: www.veja.abril.com.br
O procedimento descrito contribui para evitar a
transmissão de doença genética de herança
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D — mitocondrial.
Tema central: a questão trata de uma técnica de transferência nuclear de ovócito (substituição mitocondrial) usada para evitar a transmissão de mutações presentes no DNA mitocondrial (mtDNA). É importante saber como a herança mitocondrial difere da herança nuclear.
Resumo teórico progressivo:
DNA mitocondrial (mtDNA) está nas mitocôndrias, é pequeno, codifica genes essenciais para respiração celular e é herdado quase que exclusivamente pela mãe (o espermatozoide contribui pouco ou nenhum mtDNA). Mutações no mtDNA causam doenças mitocondriais que seguem padrão maternal.
A técnica descrita retira o núcleo (contendo o DNA nuclear da mãe) e o transfere para um ovócito doador enucleado. Assim, o embrião terá o DNA nuclear dos pais e o mtDNA da doadora saudável — evitando transmissão de mutações mitocondriais.
Justificativa da alternativa D:
Como o procedimento troca o citoplasma/mitocôndrias do ovócito (mantendo o núcleo materno), ele tem efeito direto sobre o DNA mitocondrial. Portanto, impede a transmissão de doenças de herança mitocondrial — alternativa D.
Análise das alternativas incorretas:
A — recessiva ligada ao sexo: refere-se a genes no cromossomo sexual (X); são genes nucleares. A técnica não altera o DNA nuclear, logo não previne essas doenças.
B — dominante ligada ao sexo: idem: padrão nuclear ligado ao X/Y; transferência nuclear não corrige mutações no DNA nuclear original.
C — autossômica dominante: causada por mutação em gene nuclear; mesmo com núcleo transferido, se a mãe tiver mutação dominante no núcleo, a transferência do próprio núcleo manteria a mutação — não evitada por essa técnica.
E — autossômica recessiva: também nuclear; exige alterações no DNA nuclear para ser prevenida (p. ex. diagnóstico genético pré-implantacional), não por troca de mitocôndrias.
Dica de interpretação: foque em palavras-chave do enunciado — “retirar o núcleo” e “ovócito doador cujo núcleo foi removido” indicam que a alteração ocorre no citoplasma/mitocôndrias, não no DNA nuclear. Isso sinaliza herança mitocondrial.
Fontes e leituras recomendadas: Human Fertilisation and Embryology Authority (HFEA) sobre mitochondrial replacement; capítulos sobre mitocôndrias em Campbell & Reece e Alberts.
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