No incêndio que atingiu o norte de Portugal, 42 pessoas morreram e centenas ficaram feridas,
embora os corpos das vítimas fatais ficassem queimados e irreconhecíveis, foi possível
preparar, a partir de fragmentos de tecidos, amostras de DNA nuclear e DNA mitocondrial de
todas vítimas. Entre as vítimas que faleceram no incêndio, estavam dois filhos do sexo
masculino de mães diferentes de um mesmo pai que não morreu no incêndio. Usando a
análise de DNA para a determinação da paternidade dos filhos, assinale a afirmação correta:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa B
Tema central: determinação de paternidade em contexto forense usando tipos de DNA — diferença entre DNA nuclear (autossômico e cromossômico) e DNA mitocondrial (mtDNA), e como cada um é herdado. Esse conhecimento é essencial em exames de compatibilidade genética e identificação forense (Butler, 2005).
Resumo teórico:
DNA mitocondrial (mtDNA): herdado praticamente só pela via materna — todos os filhos herdam mtDNA da mãe; o pai quase não contribui com mtDNA funcional para a prole (Alberts et al.).
Cromossomo Y: presente só em indivíduos do sexo masculino; é transmitido de pai para filho praticamente sem recombinação ao longo do braço não recombinante — útil para confirmar linhagem paterna masculina (Butler, Forensic DNA Typing).
DNA nuclear autossômico e cromossômico X: biparental; o pai transmite X às filhas e Y aos filhos.
Justificativa da alternativa B: Os indivíduos a serem testados são dois filhos do sexo masculino. Para verificar se um mesmo homem (pai) é o progenitor dos meninos, compara-se o DNA nuclear do cromossomo Y do pai com o DNA do cromossomo Y das vítimas masculinas. Como o Y é herdado do pai para o filho, coincidências no perfil Y-STR sustentam paternidade paterna (linhagem masculina). Por isso B é a correta.
Análise das alternativas incorretas:
A — propõe comparar mtDNA do pai com mtDNA das vítimas. Errado: mtDNA é materno; o pai não compartilha mtDNA com seus filhos (exceto raríssimas e excepcionais mutações/fluxos, não aplicáveis em forense rotina).
C — mistura tipos distintos (mtDNA do pai com DNA Y das vítimas). Comparação incompatível e sem sentido biológico para paternidade.
D — compara Y do pai com mtDNA das vítimas. Errado porque mtDNA das vítimas reflete as mães, não o pai; não serve para confirmar paternidade paterna.
E — sugere usar DNA nuclear do cromossomo X do pai. Pai transmite X somente às filhas; filhos do sexo masculino recebem Y do pai, não X. Logo, X paterno não confirma paternidade de filhos homens.
Dica de resolução (estratégia): identifique o sexo dos indivíduos na questão e lembre quem transmissor de cada tipo de DNA é (maternal para mtDNA; paterno masculino para Y; biparental para autossômicos). Isso elimina alternativas “mistas” e pegadinhas.
Fontes recomendadas: Butler JM. Forensic DNA Typing (2005); Alberts B. Molecular Biology of the Cell (cap. genética). Estas obras explicam herança mitocondrial e uso forense de Y-STRs.
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