Historicamente, diferentes casos são apresentados à sociedade pelos geneticistas, relacionados às descobertas
de novos cruzamentos entre espécies, novos genes codificados e terapias gênicas. No ano de 2014, na
Austrália, um casal de gêmeos compartilhou 100% do genoma materno e 78% do genoma paterno. Uma das
justificativas para esse ocorrido é que um único óvulo pode ter sido fecundado por dois espermatozoides.
Sabendo-se que esse é um evento incomum e que foge às leis mendelianas, tem-se o seguinte:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central: Gêmeos semi‑idênticos (sesquizigotismo) — ocorrência rara em que um único óvulo tem contribuição de dois espermatozoides, produzindo indivíduos que compartilham 100% do genoma materno e apenas parte do genoma paterno. É importante dominar conceitos básicos de fecundação, mono- e dizigotia e padrões de compartilhamento genético (Mendel e genética molecular).
Resumo teórico: Mono-zigóticos: origem a partir de um óvulo + um espermatozoide → mesmos genomas paterno e materno (~100% iguais entre os dois indivíduos). Dizigóticos: dois óvulos fecundados por dois espermatozoides → irmãos comuns (~50% compartilhado). Semizziogóticos (semi‑idênticos): um único óvulo com contribuição de dois espermatozoides formando linhagens distintas dentro do embrião; ao formar dois embriões, ambos têm 100% do genoma materno idêntico, mas paternos parcialmente diferentes — explica valores como ~78% paterno compartilhado.
Por que a alternativa C é correta: a descrição genética (100% materno e ≈78% paterno) indica que ambos os indivíduos derivam da mesma origem ovular, mas receberam contribuições paternas diferentes ou misturadas. Em termos práticos, formam‑se duas linhagens/zigos distintos a partir do mesmo evento inicial (poliespermia controlada/chimaerismo antes da divisão embrionária), resultando em gêmeos semi‑idênticos. Esse é o quadro compatível com a alternativa C.
Análise das alternativas incorretas:
- A — Falso. Menor diversidade genética aumenta risco de doenças recessivas e redução de variabilidade adaptativa, não o contrário.
- B — Falso. A determinação sexual não fica restrita a apenas XY nesse cenário; a evidência é sobre compartilhamento genético, não sobre exclusivamente genótipos sexuais esperados.
- D — Falso. Gêmeos monozigóticos teriam 100% de identidade tanto materna quanto paterna; aqui apenas a mãe é 100% idêntica, o que descaracteriza mono‑zigotia.
- E — Falso. Dois espermatozoides fecundando dois óvulos corresponderia a gêmeos dizigóticos (dois óvulos distintos), que não explicaria 100% de identidade materna.
Dica de interpretação: ao ver “100% do genoma materno” pense imediatamente em um único óvulo; ao ver valores paternos entre 50% e 100% pense em contribuição paterna mista/chimérica — indique semizziogotia.
Fontes e leituras recomendadas: livros de genética (ex.: Strachan & Read; Griffiths) e revisões sobre twinning e quimerismo em genética humana.
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