O Proálcool foi um programa governamental
que teve dentre as suas metas produzir um
combustível que ajudasse o Brasil a conseguir sua
autonomia energética. Atente para as seguintes
afirmações relacionadas a essa iniciativa.
I. O álcool tem um elevado custo de produção,
em virtude das extensas áreas de plantio de
cana-de-açúcar.
II. Este programa conseguiu reduzir em quase
90% o consumo atual de gasolina e diesel
nas cidades brasileiras.
III. O Proálcool promoveu o desenvolvimento de
uma tecnologia inteiramente nacional, além
de gerar um combustível menos poluente do
que a gasolina.
É correto o que se afirma somente em
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa B (I e III)
Tema central: o Proálcool (Programa Nacional do Álcool, iniciado em 1975) buscou reduzir a dependência de petróleo via etanol de cana‑de‑açúcar. Para responder é preciso distinguir custos de produção e impactos territoriais, o alcance sobre gasolina vs. diesel e os efeitos ambientais e tecnológicos do etanol.
Resumo teórico conciso: o etanol de cana no Brasil tem alta produtividade por hectare e, em muitas condições, competitividade econômica frente à gasolina. Porém sua produção envolve grande uso de terra, mecanização e infraestrutura (destilarias, transporte), o que implica custos e externalidades. O etanol reduz algumas emissões (CO, HC) e pode diminuir o balanço líquido de CO2 quando considerado o ciclo da biomassa. Proálcool também estimulou P&D e tecnologias nacionais (mais tarde resultando em carros bicombustíveis).
Justificativa da alternativa correta (I e III):
I — Verdadeira. Embora etanol possa ser competitivo por litro/energia, sua produção exige extensas áreas agrícolas, investimentos em colheita e indústria e políticas de suporte — fatores que elevam o custo social e econômico em larga escala. Assim, afirmar que há custo elevado em função de grandes áreas é aceitável no contexto do programa.
III — Verdadeira. O Proálcool fomentou desenvolvimento tecnológico nacional (processos industriais, pesquisa em cana e veículos adaptados) e produziu combustível com perfil de emissões localmente menos poluente que a gasolina em vários poluentes regulados; estudos de ciclo de vida também mostram benefícios de GEE em muitas condições (Fontes: MME, Embrapa, IEA).
Análise das incorretas:
II — Falsa. A redução de consumo de gasolina/diesel não atingiu “quase 90%” nas cidades; diesel praticamente não foi substituído por etanol (é usado em motores a diesel) e a parcela de gasolina substituída foi relevante, porém bem menor que 90%.
Dicas de interpretação: desconfie de números absolutos/extremos; diferencie gasolina e diesel; atente-se a termos como “inteiramente” — aqui o exame considera o mérito do desenvolvimento nacional impulsionado pelo programa.
Fontes sugeridas: Ministério de Minas e Energia (MME), Embrapa, relatórios da IEA sobre biocombustíveis.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






