Embora a origem dos primeiros Estados seja muito antiga, sua
formação e seus objetivos variaram ao longo dos séculos. Sobre a
criação dessa instituição de controle do território é possível afirmar:
I - O Estado moderno, tal como o conhecemos hoje e cujo berço
foi a Europa ocidental, teve sua origem com a centralização de
poder através das monarquias absolutistas e do apoio dado
pela burguesia.
II - A globalização proporcionou a crise do Estado-nação e sua
destruição frente a uma nova organização territorial do mundo
em blocos econômicos, os quais reúnem vários países em um
só bloco.
III - O fim da Guerra Fria possibilitou o reaquecimento dos
sentimentos nacionalistas e a formação de novos Estadosnacionais bem como a luta de algumas nacionalidades pela
soberania de seus territórios, o que mostra que o mapa-múndi
ainda pode ser redesenhado.
IV - A unificação dos Estados-nacionais se processou em meio à
diversidade étnica e cultural dos territórios, o que exigiu dos
poderes constituídos a construção do sentimento de
pertencimento e de identidade nacional.
Estão corretas apenas as proposições
Gabarito comentado
Resposta correta: E — I, III e IV
Tema central: formação do Estado e suas transformações no período moderno e contemporâneo — conceitos-chave: Estado (Weber: monopólio legítimo da violência), nação (Anderson: comunidades imaginadas) e globalização (relações transnacionais que reconfiguram, mas não anulam, o Estado).
Resumo teórico (sintético e progressivo):
• Origem do Estado moderno: processo europeu de centralização do poder entre os séculos XVI–XVIII, com monarquias fortalecendo administração, cobrança de impostos e exército permanente — fatores analisados por Tilly (guerra e formação estatal).
• Nação vs Estado: Estados-nacionais mobilizaram políticas de unificação cultural (educação, língua, símbolos) para criar sentimento de pertença.
• Pós‑Guerra Fria: ressurgimento de sentimentos nacionalistas e criação de novos Estados (ex.: ex-URSS, ex‑Iugoslávia) — direito à autodeterminação e disputas territoriais.
• Globalização: promove interdependência e supranacionalidades (UE, blocos comerciais) e limitações parciais da soberania, mas não a destruição do Estado‑nação.
Justificativa da alternativa correta (E): As proposições I, III e IV correspondem aos conceitos aceitos pela literatura: I (origem europeia com centralização e apoio burguês — interpretação clássica), III (fim da Guerra Fria → novos Estados e nacionalismos) e IV (construção de identidade nacional em territórios étnicamente diversos). Portanto a opção que reúne I, III e IV é a correta.
Análise das incorretas:
II — INCORRETA: afirma que a globalização “destruiu” o Estado‑nação e organizou o mundo em blocos únicos. Isso é exagerado: há redução relativa de autonomia em algumas áreas, e surgem organismos supranacionais, mas o Estado continua como ator central. A expressão “destruição” e a ideia de um único bloco homogeneizado são armadilhas terminológicas.
Estratégia de prova: desconfie de termos absolutos (destruiu, sempre, nunca). Relacione cada afirmação a conceitos teóricos (Weber, Tilly, Anderson) e a evidências históricas (ex.: dissolução da URSS = formação de novos Estados; UE não eliminou soberania dos Estados membros).
Fontes recomendadas: Max Weber (definição de Estado), Charles Tilly (formação do Estado), Benedict Anderson (Imagined Communities).
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