Considere uma comunidade marinha que compreende muitos ancestrais dos filos de animais modernos. Considere ainda que uma adaptação proficiente foi introduzida em uma única espécie. O resultado da adaptação seria um rápido aumento tanto na abundância relativa da espécie quanto no espaço explorado por ela. As interações bióticas podem ser consideradas agentes de seleção, e a interação das comunidades de espécies em seus próprios ambientes seletivos é uma fonte de diversificação. O rápido aumento da espécie seria seguido por uma desaceleração da proliferação de novos tipos ecológicos. A tragédia dos comuns, quando os interesses ou ações de uma espécie são prejudiciais à comunidade como um todo, deve ser evitada para o sucesso da comunidade marinha.

(Adaptado de P. D. Roopnarine e K. D. Angielczyl. Biology Letters, Londres, v. 8, p. 147-150, fev. 2012.)

Baseado em seus conhecimentos em ecologia e evolução, assinale a alternativa correta.

Resposta correta: Alternativa B

Tema central: interação entre evolução (nova adaptação) e ecologia (comunidade, recursos e competição). A questão explora como uma espécie que adquire uma adaptação vantajosa passa a ser agente de seleção para as demais ao modificar o uso de recursos compartilhados — conceito central em dinâmica eco-evolutiva e seleção biótica.

Resumo teórico: - Uma adaptação que aumenta sucesso reprodutivo e exploração espacial leva a aumento rápido da população (fase de expansão), mas não infinito: há limites ambientais (capacidade de suporte). - Espécies que alteram recursos ou interações impõem pressões seletivas sobre concorrentes — podendo promover evolução dos concorrentes (p. ex. deslocamento de nicho, evolução de resistência ou estratégias alternativas). - “Tragedy of the commons” (Hardin, 1968) refere-se ao uso exagerado de recursos comuns que prejudica toda a comunidade; evitar isso favorece estabilidade.

Justificativa da alternativa B: A alternativa B afirma que a espécie com a adaptação atuaria como agente de seleção sobre outras ao usar um recurso comum, impulsionando a evolução dos concorrentes. Isso está de acordo com teoria eco-evolutiva: quando uma espécie explora mais eficientemente um recurso, altera as condições seletivas, favorecendo variantes adaptadas nos concorrentes (ex.: competição por alimento leva a mudanças morfológicas/ comportamentais). Portanto B é a interpretação correta do texto.

Análise das alternativas incorretas: - A: incorreta — pressupõe crescimento infinito. Na natureza há recursos limitados e densidade-dependência (modelo logístico). - C: incorreta — afirma que a proliferação seria motivada pela saturação ecológica e exaustão de recursos pelas outras espécies; na verdade, a proliferação decorre da vantagem adaptativa própria, não porque as outras esgotaram recursos. Além disso, saturação leva a desaceleração, não início da proliferação. - D: incorreta — contraria a ideia de que interações e mudanças adaptativas alteram a comunidade; uma nova adaptação com impacto sobre recursos e interações muda a estrutura comunitária, não a mantém inalterada.

Estratégia de resolução: Procure palavras-chave: “agente de seleção”, “recurso comum”, “rápido aumento seguido por desaceleração” → relacionar com limites ambientais, competição e pressão seletiva. Elimine alternativas que ignoram limites (crescimento infinito) ou interpretam erroneamente causalidade.

Fontes sugeridas: Charles Darwin (teoria da seleção natural), G. Hardin (1968) sobre tragedy of the commons, e literatura sobre dinâmica eco‑evolutiva (p. ex. Roopnarine & Angielczyk, 2012).

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