Questão d17410f4-e4
Prova:PUC-GO 2016
Disciplina:História e Geografia de Estados e Municípios
Assunto:História e Geografia do Estado de Goiás

O Texto 5 faz menção a garimpos. Durante o século XVIII, o território goiano experimentou uma notável ascensão econômica em decorrência do encontro e da extração de ouro. Acerca dos condicionantes da ocorrência de ouro em Goiás, bem como de seus desdobramentos, analise as afirmativas a seguir:
I - Ao longo do Século XVIII, os locais de maior probabilidade de se encontrar ouro eram as áreas de nascentes dos principais rios.
II - A historiografia de Goiás registra que muitos dos aglomerados urbanos surgiram próximos aos rios, em decorrência da associação com o ouro.
III - Após o declínio na produção de ouro, a tendência observada foi o surgimento de aglomerados urbanos nas margens das rodovias que passavam por Goiás.
IV - As cidades que surgiram em decorrência da economia aurífera experimentam franca ascensão até os dias atuais.

Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

TEXTO 5

É com certa sabedoria que se diz: pelos olhos se conhece uma pessoa. Bem, há olhares de todos os tipos — dos dissimulados aos da cobiça, seja pelo vil metal ou pelo sexo.

Garimpeiro se conhece pelos olhos. Olhos de febre, que flamejam e reluzem. Há, em suas pupilas, o ouro. O brilho dourado tatua a íris. Trata-se apenas de um reflexo de sua alma e daquilo que corre em suas veias. É um vírus. A princípio, um sonho distante, mas, ao correr dos dias, torna-se uma angustiante busca. Na primeira vez que o ouro fagulha na sua frente, na bateia, toda a alma se contamina e o vírus se transforma em doença incurável.

Todos, no garimpo, têm histórias semelhantes. Têm família, filhos, empregos em suas cidades, nos distantes estados, mas, de repente, espalha-se a notícia do ouro. Então, largam tudo, vendem a roupa do corpo e lá se vão. Caçar o rastro do ouro é a sina. Nos olhos, a febre — um brilho dourado doentio. Sim, é fácil conhecer um garimpeiro.

Todos sabem que, no garimpo, não é lugar para se viver. Mas ninguém abandona o seu posto. Suor, lama, pedregulhos, pepitas douradas, cansaço — é a vida que até o diabo rejeita.

Por onde passam, o rastro da destruição. A  Amazônia é nossa. Tratores e retroescavadeiras derrubam e limpam a floresta; as dragas chegam, os rios se contaminam rapidamente de mercúrio. Quem pode mais chora menos. Na trilha do brilho dourado, nada se preserva. Ai daqueles que levantarem alguma voz... No dia seguinte, o corpo é encontrado no meio da selva, um bom prato aos bichos.

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 5-6. Adaptado.)

A
I e II.
B
I e IV.
C
II e III.
D
II e IV.

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