Sobre os conceitos de natureza, trabalho e
riqueza, estudados pela geografia econômica,
analise as seguintes afirmações.
I. Na modernidade, o conceito de riqueza é
trocado pelo conceito de valor. A natureza e o
trabalho tornam-se fatores que se definem
pelo seu valor monetário.
II. A passagem de uma sociedade que produz
para subsistência para uma sociedade que
produz para o mercado se dá através do
desenvolvimento das atividades técnicas, com
as quais se organizam as relações de
transformação da natureza pelo homem.
III. Nas sociedades antigas, a riqueza era
entendida como o próprio trabalho. Portanto,
a natureza não seria a principal fonte
originária da riqueza.
É correto o que se afirma somente em
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A — I e II.
Tema central: relações entre natureza, trabalho e riqueza/valor na Geografia Econômica. É importante entender como diferentes ordens socioeconômicas (sociedades antigas vs. modernidade capitalista) definem origem e medida da riqueza.
Resumo teórico (essencial): - Na modernidade capitalista prevalece a lógica do valor — mercadorias e fatores (terra, trabalho, capital) passam a ser avaliados pelo seu valor monetário (teoria do valor; Marx; Economia política clássica). - A transição de produção para subsistência à produção orientada ao mercado envolve desenvolvimento técnico, divisão do trabalho e organização produtiva que permitem transformar a natureza em bens comerciáveis (Milton Santos; David Harvey sobre urbanização e acumulação). - Em sociedades antigas, formas de riqueza variavam (posse de terra, tributos, trabalho servil), mas não se reduziam simplesmente ao trabalho como única fonte; a natureza (terra, rebanho) era central.
Por que I e II estão corretas? I — Correta: descreve a mudança para uma lógica de valor monetário na modernidade, quando natureza e trabalho são quantificados como valor econômico (aproximação por Marx e economistas clássicos). II — Correta: destaca que o desenvolvimento técnico e a organização do trabalho são condições para produzir para o mercado, transformando a natureza em mercadorias.
Por que III está errada? III afirma que, nas sociedades antigas, a riqueza era entendida como o próprio trabalho e que a natureza não seria a principal fonte. Isso simplifica e inverte a realidade histórica: em muitas sociedades antigas a terra e os recursos naturais (e o controle sobre eles) eram centrais à riqueza; o trabalho podia ser fonte, mas não excluía o papel primordial da natureza.
Estratégia para resolver questões assim: destaque termos temporais (ex.: modernidade, sociedades antigas), identifique se a afirmação generaliza demais e compare com noções clássicas (valor monetário vs. riqueza material). Evite aceitar enunciados que reduzam complexas formações sociais a uma única causa.
Fontes sugeridas: Karl Marx — A crítica da economia política; Milton Santos — Por uma outra globalização; David Harvey — The Limits to Capital.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






