O fato de a síntese de proteínas ser muito
parecida em todos os seres vivos é justamente
o que garante que um gene possa ser retirado
de um organismo, inserido no genoma de outro
e funcionar como se estivesse no original.
“Doenças transmitidas por vetores são atualmente
os maiores desafios da saúde pública no Brasil e no
mundo, sendo as atuais medidas de controle
ineficientes. Inovações no âmbito do controle
vetorial apontam para uma nova perspectiva com a
manipulação genética, já que podem interferir na
transmissão da doença, seja impedindo que o
patógeno complete seu ciclo no vetor, como
reduzindo a população de mosquitos vetores.”
(OLIVEIRA e col. Mosquito transgênico: do papel
para a realidade – Revista da Biologia (2011) vol.
6b:38-43. Disponível em:
<http://www.ib.usp.br/revista/system/files/oliveira%20-%20Mosquito%20transg%c3%AAnico%do%20paper%20ª%2
0realidade_0.pdf>. Acesso em 06/06/2012)
Com relação aos conhecimentos atuais sobre
genética, manipulação gênica e melhoramento
genético, assinale a alternativa correta.
<http://www.ib.usp.br/revista/system/files/oliveira%20-%20Mosquito%20transg%c3%AAnico%do%20paper%20ª%2 0realidade_0.pdf>. Acesso em 06/06/2012)
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: a afirmação trata da base molecular que permite transferência funcional de genes entre espécies — a conservação do processo de síntese proteica (transcrição/tradução) e do código genético.
Resumo teórico (claro e progressivo):
A tradução do RNA em proteína é um processo fundamental e altamente conservado: o código genético relaciona códons a aminoácidos de forma praticamente universal, e ribossomos, tRNAs e fatores de tradução desempenham funções análogas em bactérias, plantas e animais (ver: Alberts et al., Molecular Biology of the Cell; Lodish et al., Molecular Cell Biology). Por isso, um gene isolado de uma espécie pode ser lido e traduzido em outra, produzindo a mesma proteína funcional — princípio usado em biotecnologia (ex.: produção de insulina humana em E. coli; expressão da GFP de Aequorea victoria em células animais).
Justificação da alternativa correta:
A conservação do maquinário de síntese proteica e do código genético é o fundamento que torna possível a expressão funcional de genes transferidos entre organismos. Em termos práticos, isso garante que a sequência codificadora (ORF) será interpretada e resultará na mesma sequência de aminoácidos — ou seja, a proteína “funciona” fora do organismo de origem.
Observações e limitações importantes (para interpretação crítica):
Embora a afirmação seja correta em essência, é prudente lembrar que, para obter expressão eficiente e funcional, frequentemente são necessários ajustes: escolha de promotores compatíveis, remoção de íntrons em genes eucarióticos ao expressar em procariotos, otimização de uso de códons, sinais de direcionamento celular e considerações sobre modificações pós‑traducionais. Há ainda raras exceções ao código genético (e.g., mitocôndrias) que devem ser consideradas em casos específicos.
Dica de prova: ao ver afirmações sobre “funcionar como no original”, pense primeiro na universalidade do código genético — se isso estiver correto, a assertiva tende a ser verdadeira — e depois verifique se a questão exige considerar exceções técnicas (elementos regulatórios, introns, modificações).
Fontes: Alberts et al., Molecular Biology of the Cell; Lodish et al., Molecular Cell Biology; exemplos práticos: produção de insulina recombinante, GFP (Chalfie et al.).
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