Uma análise dos diferentes fatores, associados à tuberculose e à infecção conjunta de Mycobacterium tuberculosis e HIV, permite
afirmar:
“Doenças que afetam grande número de brasileiros e causam muitas mortes, a tuberculose e a síndrome da
imunodeficiência adquirida (Aids) recebem uma atenção diferenciada do sistema público de saúde. Quando as duas
doenças estão associadas, porém, a situação é ainda mais preocupante, já que essa coinfecção aumenta o risco de
morte”.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: mecanismo da resistência bacteriana e fatores envolvidos na coinfecção tuberculose–HIV. É preciso distinguir tipos de organismos (bactéria × vírus) e conhecer como surgem resistências a antibióticos.
Resumo teórico: A resistência bacteriana tem base genética: mutações pontuais ou alterações na sequência gênica que modificam alvos de antibióticos, enzimas ativadoras ou bombas de efluxo. Em Mycobacterium tuberculosis exemplos clássicos são mutações em rpoB (resistência à rifampicina) e em katG (isoniazida). Essas variações surgem por seleção natural sob pressão farmacológica (WHO; Ministério da Saúde).
Justificativa da alternativa A: Afirma que a resistência tem base molecular na variação decorrente de alterações na informação genética — isto está correto. A resistência na tuberculose decorre majoritariamente de mutações cromossômicas que alteram proteínas-alvo ou ativação de fármacos, e portanto tem causa genética e evolutiva (seleção).
Análise das alternativas incorretas:
- B (errada): Afirma que bacilo de Koch e HIV compartilham aparato ribossomal/enzimático próprio. Incorreto — vírus (HIV) não possui ribossomos: usa a maquinaria da célula hospedeira; bactérias têm ribossomos próprios.
- C (errada): Diz que há intensa competição pela entrada na mesma célula. Errado — M. tuberculosis infecta macrófagos; HIV ataca linfócitos CD4 e também pode infectar macrófagos, mas a associação é de sinergia patológica, não de “competição” por entrada.
- D (errada): Afirma que HIV age como bacteriófago e incorpora seu material em plasmídeos bacterianos. Impossível — HIV é um retrovírus humano que integra seu genoma ao DNA de células eucariotas via integrase; não infecta bactérias nem interage com plasmídeos bacterianos.
- E (errada): Combinação de fármacos (ex.: rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol) é usada para prevenir resistência e aumentar eficácia, mas a razão não é “liberar o sistema imunológico da resposta primária” — o efeito é bactericida e sequência farmacológica, não imunomodulação primária.
Estratégias de interpretação: busque palavras-chave (mutação, ribossomo, plasmídeo, bacteriófago); verifique se afirmações misturam conceitos de vírus e bactérias; prefira alternativas que se sustentem em mecanismos moleculares conhecidos.
Fontes recomendadas: WHO Global Tuberculosis Report; Brasil, Ministério da Saúde — Manual de Recomendações para Controle da Tuberculose; Brock Biology of Microorganisms.
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