[...] podemos dizer que a teoria da evolução por seleção natural envolve o acaso e a necessidade. O acaso aparece na aleatoriedade do processo mutacional de geração de diversidade. A necessidade, no processo de reprodução diferencial dos indivíduos mais bem adaptados ao ambiente.
A ideia revolucionária de Darwin foi que essas duas forças combinadas eram suficientes para explicar, de forma natural, a emergência e evolução das diversas formas de vida na Terra. (PENA, 2007, p. 84)

A opção que melhor se aproxima do conceito desenvolvido inicialmente por Charles Darwin para explicar a evolução biológica através da seleção natural é

O acaso gera variabilidade conforme a natureza vai necessitando de determinadas características adaptativas.

A reprodução diferenciada preserva indivíduos frutos da união de espécies diferentes mais bem ajustadas ao ambiente em que vivem.

A evolução biológica é considerada um processo plenamente aleatório devido à imprevisibilidade dos seus resultados adaptativos.

A adaptação é uma das principais consequências da ação da seleção natural, ao favorecer a capacidade média dos organismos de uma população de sobreviver e reproduzir no seu ambiente.

Mudanças no conjunto gênico das populações favorecem a formação de espécies que se tornam independentes das condições impostas pelo ambiente natural.

Gabarito comentado

Pâmela ArrudaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa D

Tema central: A questão aborda o mecanismo da seleção natural — como o acaso (variação aleatória) e a necessidade (reprodução diferencial) interagem para provocar adaptação em populações. Compreender isso exige distinguir variação, hereditariedade e seleção, e saber que a evolução age sobre populações, não sobre indivíduos.

Resumo teórico: Mutações e recombinação geram variáveis hereditáveis de forma essencialmente aleatória (veja Darwin 1859; síntese moderna: Mayr, 1963; Futuyma, 2013). A seleção natural não cria variação, mas elimina ou favorece variantes de acordo com o ambiente — é um processo não aleatório que resulta, como consequência, em maior capacidade média de sobrevivência e reprodução da população: a adaptação.

Justificativa da alternativa D: A alternativa afirma que a adaptação é consequência da seleção natural, que favorece a capacidade média da população de sobreviver e reproduzir no ambiente. Isso sintetiza corretamente a ideia darwiniana moderna: variação + hereditariedade + seleção diferencial = aumento da aptidão média e aparecimento de adaptações.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Sugere mutações dirigidas “conforme a necessidade” (lamarckismo). Darwin e a genética mostram que a variação é essencialmente aleatória; a seleção, não a mutação, filtra características.

B — Incorreta. Mistura conceito de reprodução diferenciada com hibridização entre espécies; seleção natural não pressupõe união de espécies para gerar indivíduos melhor ajustados.

C — Incorreta. Trata a evolução como plenamente aleatória. Resultados adaptativos emergem por um processo não aleatório (seleção) atuando sobre variação aleatória.

E — Incorreta. Afirma que espécies se tornam independentes do ambiente — o oposto: adaptações são respostas ao ambiente; espécies continuam condicionadas por pressões ambientais.

Dica de prova: Procure termos-chave: “adaptação”, “capacidade média da população”, “seleção” vs. “mutação dirigida”. Desconfie de alternativas que impliquem teleologia (natureza “precisa” algo) ou que confundam indivíduos com populações.

Fontes sugeridas: Darwin (1859), Mayr (1963) — The Growth of Biological Thought; Futuyma (2013) — Evolution.

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