Em um município do nordeste brasileiro a prevalência para o verme Schistosoma mansoni em humanos chegou ao índice alarmante de 68%, detectados através do encontro de ovos nas fezes dos indivíduos. A cidade é banhada por dois rios e apresenta menos de 10% de área saneada. Os órgãos oficiais pretendem implantar um programa de controle no município vislumbrando a prevenção ao aparecimento de novos casos, onde a primeira meta emergencial alcançada deverá ser o combate aos reservatórios (fontes de infecção para os rios).
Nesse contexto, qual a primeira ação a ser empregada no programa de controle da esquistossomose?
Nesse contexto, qual a primeira ação a ser empregada no programa de controle da esquistossomose?
Gabarito comentado
Alternativa correta: A - Diagnóstico e Tratamento dos hospedeiros humanos infectados
Tema central: controle da esquistossomose focaliza reduzir a fonte de infecção (humanos que eliminam ovos) e romper o ciclo com medidas imediatas (quimioterapia) e estruturais (saneamento, controle de caramujos, educação).
Resumo teórico: Schistosoma mansoni completa ciclo entre humanos (hospedeiro definitivo) e caramujos do gênero Biomphalaria (hospedeiro intermediário). O homem elimina ovos nas fezes; em água doce, miracídios infectam caramujos, que liberam cercárias — formas infectantes para humanos. Para impacto rápido em áreas de alta prevalência, a estratégia prioritária é a quimioprofilaxia/medicamento em massa (praziquantel) para diminuir imediatamente a eliminação de ovos e, assim, reduzir a contaminação dos rios.
Por que A é a primeira ação? Em situação de prevalência muito alta (68%), a prioridade emergencial é reduzir rapidamente a carga de ovos na população humana. A administração de praziquantel em massa (ou diagnóstico e tratamento amplo) diminui a transmissão em curto prazo, protegendo a comunidade enquanto ações estruturais (saneamento, controle de caramujos) são implementadas. Essa abordagem está alinhada com diretrizes da OMS e do Ministério da Saúde brasileiro para áreas endêmicas.
Análise das alternativas incorretas:
B (combate aos caramujos): importante, mas se o reservatório humano continuar liberando ovos, a reinfecção é rápida. Controle de caramujos tem efeito ambiental e exige repetição/monitoramento; não é suficiente como primeira medida emergencial.
C (construção de banheiros e ETE): fundamental a médio/longo prazo para eliminação definitiva da transmissão, porém demanda tempo e recursos; não resolve de imediato a alta prevalência.
D (desassoreamento): pode alterar habitats, mas não é eficaz isoladamente e pode até dispersar caramujos; não é medida prioritária emergencial.
E (educação em saúde): essencial como complemento para mudança de hábitos, porém tem efeito mais lento e não reduz rapidamente a eliminação de ovos.
Dica de prova: ao ver "primeira ação" e alta prevalência/reservatório humano, pense em intervenção de impacto imediato (tratamento em massa). Combine conhecimento epidemiológico com palavras-chave do enunciado.
Fontes: WHO — Schistosomiasis fact sheet; Ministério da Saúde (Brasil), Diretrizes/Manuais de Vigilância e Controle da Esquistossomose.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






