“Um número crescente de clínicas, muitas vezes em países como a Rússia ou a China, mas
também na Europa e outros continentes, afirmam em seus sites que podem tratar e até curar
doenças como distrofia muscular, Alzheimer, Parkinson e lesão na coluna vertebral, assim
como infartos, injetando nos pacientes células-tronco que, em teoria, podem se transformar em
um nervo, um músculo ou outras células e reparar danos causados por uma doença ou lesão.
Relatos de atletas sobre resultados aparentemente miraculosos contribuem para um interesse
crescente. Estima-se que dezenas de milhares de pacientes ao redor do mundo tenham
recorrido a tais tratamentos e que o setor movimente centenas de milhões de dólares”.
Disponível em: http://nytiw.folha.uol.com.br/?url=/folha/content/view/full/44567, acessado em agosto/2016.
Analise as proposições em relação às células tronco, e assinale (V) para verdadeira e (F) para
falsa.
( ) O uso das células tronco em terapias baseia-se no princípio de que elas podem gerar
qualquer tipo de célula.
( ) Os mecanismos genéticos, que promovem a diferenciação celular, já são
suficientemente conhecidos para assegurar a correta transformação das células tronco
naquelas que o paciente necessita.
( ) Não existe o risco destas células se transformarem em tumores.
( ) Todas as células, independentemente do seu grau de diferenciação, podem ser
transformadas em células tronco.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C — V, F, F, F
Tema central: a questão trata de células‑tronco — sua potencialidade (capacidade de gerar outros tipos celulares), os riscos e o estado do conhecimento sobre os mecanismos de diferenciação e reprogramação. Esse é tema recorrente em concursos por envolver conceitos de biologia celular e aplicações clínicas.
Resumo teórico (claro e progressivo): Totipotente — gera todos os tipos celulares incluindo anexos embrionários; Pluripotente — gera quase todos os tipos do embrião (ex.: células-tronco embrionárias, iPS); Multipotente — gera tipos limitados (ex.: medula óssea → células sanguíneas). Fontes úteis: diretrizes ISSCR e artigos sobre iPSC (Yamanaka et al., 2006).
Justificativa das proposições: 1) V — O princípio terapêutico das células‑tronco baseia‑se em sua capacidade de originar outros tipos celulares. Observação: nem toda célula‑tronco é "capaz de gerar qualquer tipo" (apenas as pluripotentes/totipotentes têm maior amplitude), mas a proposição trata do princípio geral, portanto é considerada verdadeira com essa ressalva.
2) F — Ainda não dispomos de conhecimento suficiente para controlar com segurança e precisão, em todos os contextos clínicos, a diferenciação desejada. Protocolos avançaram, mas riscos de diferenciação inadequada e funcionalidade limitada persistem (ISSCR alerta sobre tratamentos não aprovados).
3) F — Existe risco real de formação de tumores (ex.: teratomas por células pluripotentes) e de comportamentos indesejados; esse é um dos principais desafios da terapia com células‑tronco.
4) F — A afirmação absoluta "todas as células... podem ser transformadas em células tronco" é incorreta. Somaticamente é possível reprogramar muitas células em iPSCs via fatores específicos (Yamanaka), mas não é automático nem universal, e há limitações técnicas e de eficiência.
Análise das alternativas incorretas (por que falham): As alternativas que contêm afirmações absolutas ou negam riscos (como "não existe risco" ou "todas as células") são pegadinhas clássicas — procure palavras totalizantes.
Dica de interpretação: desconfie de termos absolutos ("todas", "não existe") e identifique o contexto (tipo de célula‑tronco: embrionária vs adulta). Saber definições de totipotente/pluripotente/multipotente salva respostas.
Referências rápidas: ISSCR Guidelines; Yamanaka (2006) sobre iPSCs; revisões em Nature/Cell sobre segurança e diferenciação.
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