Questão abbed59d-b1
Prova:UDESC 2016
Disciplina:Biologia
Assunto:Estudo dos tecidos, Moléculas, células e tecidos

“Um número crescente de clínicas, muitas vezes em países como a Rússia ou a China, mas também na Europa e outros continentes, afirmam em seus sites que podem tratar e até curar doenças como distrofia muscular, Alzheimer, Parkinson e lesão na coluna vertebral, assim como infartos, injetando nos pacientes células-tronco que, em teoria, podem se transformar em um nervo, um músculo ou outras células e reparar danos causados por uma doença ou lesão. Relatos de atletas sobre resultados aparentemente miraculosos contribuem para um interesse crescente. Estima-se que dezenas de milhares de pacientes ao redor do mundo tenham recorrido a tais tratamentos e que o setor movimente centenas de milhões de dólares”.

Disponível em: http://nytiw.folha.uol.com.br/?url=/folha/content/view/full/44567, acessado em agosto/2016.

Analise as proposições em relação às células tronco, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.

( ) O uso das células tronco em terapias baseia-se no princípio de que elas podem gerar qualquer tipo de célula.

( ) Os mecanismos genéticos, que promovem a diferenciação celular, já são suficientemente conhecidos para assegurar a correta transformação das células tronco naquelas que o paciente necessita.

( ) Não existe o risco destas células se transformarem em tumores.

( ) Todas as células, independentemente do seu grau de diferenciação, podem ser transformadas em células tronco.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

A
V – F – V – V
B
F – V – F – F
C
V – F – F – F
D
F – V – V – V
E
F – F – F – V

Gabarito comentado

R
Robson FriasMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa C — V, F, F, F

Tema central: a questão trata de células‑tronco — sua potencialidade (capacidade de gerar outros tipos celulares), os riscos e o estado do conhecimento sobre os mecanismos de diferenciação e reprogramação. Esse é tema recorrente em concursos por envolver conceitos de biologia celular e aplicações clínicas.

Resumo teórico (claro e progressivo): Totipotente — gera todos os tipos celulares incluindo anexos embrionários; Pluripotente — gera quase todos os tipos do embrião (ex.: células-tronco embrionárias, iPS); Multipotente — gera tipos limitados (ex.: medula óssea → células sanguíneas). Fontes úteis: diretrizes ISSCR e artigos sobre iPSC (Yamanaka et al., 2006).

Justificativa das proposições: 1) V — O princípio terapêutico das células‑tronco baseia‑se em sua capacidade de originar outros tipos celulares. Observação: nem toda célula‑tronco é "capaz de gerar qualquer tipo" (apenas as pluripotentes/totipotentes têm maior amplitude), mas a proposição trata do princípio geral, portanto é considerada verdadeira com essa ressalva.

2) F — Ainda não dispomos de conhecimento suficiente para controlar com segurança e precisão, em todos os contextos clínicos, a diferenciação desejada. Protocolos avançaram, mas riscos de diferenciação inadequada e funcionalidade limitada persistem (ISSCR alerta sobre tratamentos não aprovados).

3) F — Existe risco real de formação de tumores (ex.: teratomas por células pluripotentes) e de comportamentos indesejados; esse é um dos principais desafios da terapia com células‑tronco.

4) F — A afirmação absoluta "todas as células... podem ser transformadas em células tronco" é incorreta. Somaticamente é possível reprogramar muitas células em iPSCs via fatores específicos (Yamanaka), mas não é automático nem universal, e há limitações técnicas e de eficiência.

Análise das alternativas incorretas (por que falham): As alternativas que contêm afirmações absolutas ou negam riscos (como "não existe risco" ou "todas as células") são pegadinhas clássicas — procure palavras totalizantes.

Dica de interpretação: desconfie de termos absolutos ("todas", "não existe") e identifique o contexto (tipo de célula‑tronco: embrionária vs adulta). Saber definições de totipotente/pluripotente/multipotente salva respostas.

Referências rápidas: ISSCR Guidelines; Yamanaka (2006) sobre iPSCs; revisões em Nature/Cell sobre segurança e diferenciação.

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