Leia o texto sobre o consumo de alimentos transgênicos.
Uma lei do estado de São Paulo exige que a partir de 1º de junho de 2011 produtos com transgênicos
apresentem rotulagem diferenciada e sejam expostos e vendidos em lugares especiais.
Esses procedimentos são, no mínimo, discutíveis. A maioria dos transgênicos foi desenvolvida para
dispensar ou reduzir a aplicação de agrotóxicos. Se for para alertar para eventuais riscos seria preciso
advertir o consumidor de que o alimento convencional pode ser ainda mais nocivo do que o transgênico.
Edilson Paiva, presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, observa que todos os
produtos transgênicos cultivados no Brasil são submetidos a testes de segurança e que não há nenhuma
evidência científica dos supostos males por eles provocados.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgênicos. Na safra 2009/2010 foram produzidos a
partir de sementes modificadas nada menos que 76% da soja, 57% do milho e 27% do algodão.
O avanço da transgenia tem razões econômicas. No caso da soja os custos de produção são 5,4% mais
baixos que a média nacional, com um lucro 9,9% maior. O aumento da produtividade desse grão transgênico
nos últimos dez anos no Brasil foi de 45%.
Adaptado de Celso Ming. “Perigo no rótulo”.
O Estado de S. Paulo, 20 de março de 2011.
Podemos concluir que:
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa D
Tema central: o texto trata de transgênicos (organismos geneticamente modificados) e das razões econômicas e de segurança associadas ao seu cultivo e consumo. Para responder, é preciso distinguir argumentos sobre risco sanitário e vantagens econômicas, usando as informações apresentadas no texto.
Resumo teórico rápido: transgênicos são plantas/animais cujo DNA foi alterado por biotecnologia para conferir características desejáveis (resistência a pragas, tolerância a herbicidas, maior produtividade). No Brasil, a avaliação de biossegurança é conduzida pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) e a Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/2005) regula atividades com OGM. Relatórios técnicos, como os do ISAAA, documentam área plantada e impactos econômicos.
Por que D é correta: o texto afirma explicitamente que “o avanço da transgenia tem razões econômicas” e detalha que, no caso da soja, os custos de produção são menores e o lucro maior, além do aumento de produtividade. Logo, a conclusão lógica é que a maior lucratividade está impulsionando produção e consumo — exatamente o que diz a alternativa D.
Análise das alternativas incorretas:
A — Afirma que transgênicos são mais nocivos que convencionais. O texto contrapõe essa ideia, mencionando testes de segurança e ausência de evidência científica de males; portanto, A não é inferida do texto.
B — Diz que, apesar dos testes, transgênicos causam problemas de saúde pública em vários países. O texto não fornece essa informação; cita ausência de evidências de danos segundo CTNBio. Logo, B extrapola e é falsa segundo o texto.
C — Afirma que vários países produzem mais transgênicos que o Brasil e que nenhum regula consumo como aqui. O texto diz que o Brasil é o segundo maior produtor — não sustenta a primeira parte; e também não afirma exclusividade de regulamentação, portanto C está incorreta.
E — Declara que a maior parte do milho é transgênico e que transgênicos não precisam de identificação especial. O texto indica percentuais (no enunciado: 57% do milho) — não “maior parte” absoluta em termos técnicos pode ser discutível, mas sobretudo o texto discute rotulagem especial exigida por lei estadual, de modo que E contradiz o enunciado.
Estratégias para resolver questões assim: destaque no enunciado dados numéricos e qualificações (ex.: “lucro 9,9% maior”); diferencie afirmações do autor e opiniões; evite extrapolar além do que o texto diz; compare literalmente as alternativas com as informações fornecidas.
Fontes úteis: CTNBio (www.ctnbio.gov.br), Lei nº 11.105/2005 (Lei de Biossegurança), relatórios ISAAA sobre cultivo de biotecnologia.
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