A adoção dos princípios do liberalismo econômico contribuiu
para a
Nas últimas décadas do século 20, a expressão
“neoliberalismo” passou a fazer parte não só do
dia a dia de economistas, mas, também, do
noticiário jornalístico, que difundiu o termo para
toda a sociedade. Obviamente, para haver um
“neoliberalismo”, é preciso que tenha havido,
anteriormente, um “liberalismo”, doutrina
econômica que tem suas bases em autores
clássicos, como o filósofo escocês Adam Smith.
“O liberalismo vem do individualismo. As três
questões básicas do liberalismo são a garantia
da propriedade privada, a garantia dos excedentes
monetários e a liberdade de usar os excedentes
monetários, para qual se usa a doutrina de Adam
Smith”, diz o professor do Departamento de
Ciências Sociais da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj), Valter Duarte Ferreira Filho.
(LIBERALISMO... 2016).
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa D — eclosão da Crise de 1929
Tema central: a questão relaciona os princípios do liberalismo econômico (livre-mercado, mínima intervenção estatal, proteção da propriedade privada) a efeitos históricos. É preciso entender como a prática do laissez-faire contribuiu para instabilidades econômicas no início do século XX.
Resumo teórico: o liberalismo clássico (Adam Smith) valoriza mercados autorregulados e pouca regulação. Na prática, especialmente nas décadas que antecederam 1929, isso significou expansão do crédito, especulação financeira intensa e fragilidade do sistema bancário — condições que favoreceram bolhas e um crash quando a confiança caiu. A interpretação tradicional está em Keynes (1936) como crítica às falhas do mercado e em análises de crises financeiras (ex.: Kindleberger).
Justificativa da alternativa correta (D): a Crise de 1929 foi precipitada por especulação exacerbada, crédito frouxo e ausência de regulação financeira eficaz — características de um regime econômico que privilegiava o mercado livre. Quando a bolha acionária estourou, a queda gerou falências bancárias, retração do crédito e recessão global. Assim, a adoção ampla do liberalismo econômico contribuiu diretamente para a formação do ambiente que culminou na crise.
Análise das alternativas incorretas:
A — Doutrina Truman: política externa anticomunista dos EUA (1947). Relaciona-se à Guerra Fria, não à adoção de princípios liberais econômicos como causa direta.
B — Estado de Bem-Estar Social: é, em grande parte, resposta contrária ao laissez-faire; consolida‑se após a Grande Depressão e a Segunda Guerra como tentativa de corrigir falhas de mercado.
C — política dos regimes nazi-facistas: esses regimes adotaram economia autoritária, intervencionista e corporativista — oposta ao liberalismo clássico.
E — expansão da Revolução Russa: a Revolução de 1917 foi reação ao capitalismo e às condições internas na Rússia; não é consequência da política liberal ocidental que originou a crise de 1929.
Dica de prova: observe sequência temporal e lógica causal: questione se a alternativa é consequência ou reação ao liberalismo. Muitas pegadinhas oferecem respostas que são respostas políticas posteriores (Welfare State) ou fenômenos de outra natureza (Doutrina Truman).
Fontes sugestivas: Keynes, J. M. (1936). The General Theory; Kindleberger, C. P. (1978). Manias, Panics, and Crashes — para aprofundar causas da crise de 1929.
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