O liberalismo econômico surgiu dentro do âmbito da passagem
do mundo feudal para o sistema capitalista.
Considerando-se esse contexto, é correto afirmar que
Nas últimas décadas do século 20, a expressão
“neoliberalismo” passou a fazer parte não só do
dia a dia de economistas, mas, também, do
noticiário jornalístico, que difundiu o termo para
toda a sociedade. Obviamente, para haver um
“neoliberalismo”, é preciso que tenha havido,
anteriormente, um “liberalismo”, doutrina
econômica que tem suas bases em autores
clássicos, como o filósofo escocês Adam Smith.
“O liberalismo vem do individualismo. As três
questões básicas do liberalismo são a garantia
da propriedade privada, a garantia dos excedentes
monetários e a liberdade de usar os excedentes
monetários, para qual se usa a doutrina de Adam
Smith”, diz o professor do Departamento de
Ciências Sociais da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj), Valter Duarte Ferreira Filho.
(LIBERALISMO... 2016).
Gabarito comentado
Tema central: trata-se da origem do liberalismo econômico no contexto da transição do feudalismo para o capitalismo e da reação ao mercantilismo. É preciso entender conceitos como propriedade privada, livre-comércio e intervenção estatal para avaliar as alternativas.
Resumo teórico: o liberalismo clássico (Adam Smith, A Riqueza das Nações, 1776) defende liberdade econômica, redução das barreiras ao comércio e menor intervenção estatal — contrapondo‑se ao mercantilismo, cujo foco eram controles estatais, monopólios e balança comercial favorável. O liberalismo emergiu como resposta às restrições mercantilistas e como base teórica da economia capitalista nascente.
Justificativa da alternativa A: afirmar que "a defesa da liberdade de comércio e da produção se opunha às restrições do sistema mercantilista" é exatamente a síntese do conflito histórico: liberalismo = menos tarifas, menos monopólios e livre iniciativa; mercantilismo = direitos exclusivos, protecionismo e intervenção. Logo, A expressa corretamente essa oposição (cf. Adam Smith).
Análise das alternativas incorretas
B — incorreta. Embora o Estado tenha atuado em alguns aspectos no Reino Unido, o pioneirismo inglês na Revolução Industrial decorre de fatores tecnológicos, disponibilidade de carvão, capital e mercado — não de um controle estatal centralizado como pregava o mercantilismo. O liberalismo, na verdade, criticou essas restrições.
C — incorreta. A Lei do Máximo (controle de preços durante a Revolução Francesa, c.1793) representou intervenção estatal e controle de mercado, opostos às ideias de Adam Smith sobre livre formação de preços e liberdade econômica.
D — incorreta. O Império Napoleônico realmente impôs restrições ao comércio com a Inglaterra (Sistema Continental), mas dizer que isso traduzia os "princípios defendidos por Rousseau" é enganoso: Rousseau tratava de contrato social e soberania popular; Napoleão aplicou bloqueios econômicos e centralização autoritária, não uma aplicação fiel das ideias rousseaunianas.
E — incorreta. A teoria da mais‑valia (Marx, O Capital) é crítica do capitalismo e afirma que o valor excedente é apropriado pelo capital a partir do trabalho — não é uma defesa dos princípios liberais; ao contrário, foi uma crítica ao sistema que o liberalismo valorizava.
Estratégia para provas: procure palavras‑chave (liberdade de comércio, intervenção estatal, controle de preços, mais‑valia) que indiquem consonância ou oposição às ideias de Adam Smith. Compare sempre intenção (defesa do mercado) x prática histórica (medidas intervencionistas).
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