A relação interespecífica entre
parasito e hospedeiro reserva para si uma íntima
ligação entre aspectos fisiológicos, ecológicos e
comportamentais de ambos. Alguns parasitos
apresentam mais de um hospedeiro ao longo do seu
ciclo de vida, sendo denominado hospedeiro
definitivo o organismo que apresenta o parasito em
sua fase de maturidade ou em fase de reprodução
sexuada, e hospedeiro intermediário aquele que
apresenta o parasito em sua fase larvária ou
assexuada. Assinale a alternativa na qual o ser
humano faz o papel de hospedeiro intermediário no
ciclo da doença.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — Malária
Tema central: a questão avalia o conceito de hospedeiro definitivo (onde ocorre a reprodução sexuada do parasito) e hospedeiro intermediário (onde ocorre a reprodução assexuada ou fases larvais). Esse é conceito fundamental em parasitologia e frequentemente cobrado em concursos.
Resumo teórico: em protistas como Plasmodium (malária) existem fases sexuadas e assexuadas bem definidas. A reprodução sexuada (formação de zigoto e esporogonia) ocorre no inseto vetor (Anopheles) — por isso o mosquito é o hospedeiro definitivo. No ser humano ocorrem esquisogonia (replicação assexuada nas células do fígado e eritrócitos) — portanto o humano é o hospedeiro intermediário. Fonte de apoio: Robbins/Foundations of Parasitology; WHO — Malaria factsheet; Ministério da Saúde (Brasil).
Por que C está correta: Plasmodium tem ciclo com reprodução sexuada no mosquito e ciclos assexuados no humano. Logo, segundo a definição clássica, o ser humano exerce o papel de hospedeiro intermediário na malária.
Análise das demais alternativas:
A — Leishmaniose: embora o parasito Leishmania tenha fases em inseto (promastigota no flebotomíneo) e em vertebrado (amastigota no humano), a questão do termo “intermediário” aqui é menos clássica para o nível cobrado; exames costumam destacar a malária como exemplo inequívoco de humano = hospedeiro intermediário. Além disso, certos manuais tratam o humano como hospedeiro vertebrado/reservatório, não usando o termo intermediário da mesma maneira que em Plasmodium.
B — Dengue: dengue é causada por um vírus (arbovírus). O conceito de hospedeiro definitivo/intermediário aplica‑se a parasitas com reprodução sexuada em um dos hospedeiros. Arbovírus replicam tanto em vertebrados quanto em vetores, mas não há reprodução sexuada do agente — a terminologia não é apropriada.
D — Doença de Chagas: Trypanosoma cruzi multiplica por formas assexuadas tanto no triatomíneo quanto no vertebrado; não há reprodução sexuada que justifique a identificação clássica de “definitivo” vs “intermediário” como em Plasmodium. Portanto, a assertiva da questão busca o exemplo clássico (malária).
Dica de prova: procure na pergunta palavras-chave como “fase de maturidade/reprodução sexuada”. Quando o enunciado menciona explicitamente reprodução sexuada como critério, lembre‑se de Plasmodium — é o exemplo-padrão. Cuidado com alternativas que misturam vírus e protozoários: termos de parasitologia nem sempre se aplicam a vírus.
Referências sugeridas: Roberts & Janovy, Foundations of Parasitology; WHO — Malaria fact sheets; Ministério da Saúde (BR) — Manual de Condutas em Malária.
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