Questão a1faf16f-e8
Prova:UEFS 2011
Disciplina:Biologia
Assunto:Briófitas e Pteridófitas, Identidade dos seres vivos

Os primeiros organismos clorofilados a saírem das águas foram provavelmente as algas verdes. A passagem das algas verdes às primeiras plantas aéreas é mal conhecida, porém os mais antigos traços de vegetais especificamente terrestres datam de 470 milhões de anos — característicos das pequenas plantas com esporos, não vascularizadas, comparáveis aos musgos e hepáticas atuais ainda muito dependentes do meio úmido. (COURBON, 2010, p. 32).


A sobrevivência “do clorofilado”, na transição das águas para os ambientes terrestres, teria sido preliminarmente condicionada

A
à aquisição, por nova mutação, da informação genética para a síntese da celulose.
B
ao desenvolvimento da raiz para fixação do organismo e absorção de nutrientes, preparada para enfrentar a vida terrestre.
C
à invenção da fotossíntese aeróbica, encaminhando os primeiros passos para a evolução da atmosfera oxidante.
D
às mudanças no desenvolvimento do ciclo vital com o aperfeiçoamento dos mecanismos para a dispersão dos gametas no meio aéreo.
E
ao potencial de adaptação das algas às condições oferecidas pelas marés a que eram expostas, em períodos intermitentes de maior ou menor umidade.

Gabarito comentado

C
Carla CerqueiraMonitor do Qconcursos

Resposta correta: E

Tema central: transição água→terra dos primeiros clorofilados (algas verdes) e as adaptações que permitiram sobreviver à exposição intermitente ao ar. É preciso relacionar evidências fósseis (≈470 Ma) com características funcionais que favorecem vir à tona.

Resumo teórico (claro e progressivo): os primeiros vegetais terrestres eram semelhantes a musgos e hepáticas — não vasculares, dependentes de ambientes úmidos. A colonização terrestre exigiu tolerância à dessecação, proteção dos esporos (ex.: esporos com parede resistente), estruturas de ancoragem simples (rizoides) e ciclos de vida que preservassem o embrião. Inovações como raízes verdadeiras, sistema vascular, sementes ou pólen surgiram depois na história evolutiva. (Fontes: Courbon 2010; Campbell & Reece; Raven & Johnson).

Por que a alternativa E está correta: a alternativa aponta para o potencial de adaptação às condições intermitentes de umidade — exatamente o cenário das zonas de maré/estuários onde algas sofriam exposição periódica ao ar. Indivíduos com maior tolerância à dessecação e capacidade de sobreviver em períodos de baixa umidade tiveram vantagem seletiva, facilitando a transição para o ambiente terrestre. Essa explicação combina registro fóssil e ecologia das zonas litorâneas — portanto é a mais coerente com os dados.

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta: a síntese de celulose não é uma “nova invenção” exclusiva das plantas terrestres; muitas algas verdes já produzem celulose na parede celular. Logo não explica exclusivamente a transição.

B — incorreta: raízes verdadeiras são inovação de plantas vasculares posteriores. Os primeiros terrestres possuíam rizoides (simples) e não raízes complexas para absorção profunda.

C — incorreta: a fotossíntese oxigênica (produção de O2) já existia há bilhões de anos (em cianobactérias); não foi uma novidade dos primeiros clorofilados terrestres.

D — incorreta: o “aperfeiçoamento dos mecanismos de dispersão dos gametas no meio aéreo” refere-se à evolução do pólen/sementes, que é posterior. No início, muitos primitivos ainda dependiam de água para a locomoção de gametas.

Dica de prova: procure palavras-tempo (ex.: “preliminarmente”, “470 milhões de anos”, “dependentes do meio úmido”) e elimine alternativas que descrevem inovações claramente posteriores. Priorize adaptações plausíveis ao ambiente intertidal e mecanismos de tolerância à dessecação.

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