Com a popularização dos meios de comunicação e o barateamento dos instrumentos musicais, não é de espantar que o rock tenha chegado ao interior de Sergipe. É possível encontrar bandas de todo estilo de rock e metal no agreste sergipano, de blues a death metal. Todavia há predominância de bandas que tentam mesclar sonoridades e influências locais (tais como padrões rítmicos, formas de cantar, como uma embolada, instrumentos típicos, como o berimbau e o pandeiro) com riffs de guitarras distorcidas típicos do metal.
Hugo Leonardo Ribeiro.Da fúria à melancolia: a dinâmica das identidades na cena rock underground de Aracaju. São Cristóvão: Ed. UFS; Aracaju: Fundação Oviêdo Teixeira, 2010, p. 90 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência, julgue o item a seguir.
A fusão dos maneirismos vocais nordestinos com elementos instrumentais típicos do rock, mencionada no texto, é utilizada também pelo pernambucano Chico Science.
Tendo o texto acima como referência, julgue o item a seguir.
A fusão dos maneirismos vocais nordestinos com elementos instrumentais típicos do rock, mencionada no texto, é utilizada também pelo pernambucano Chico Science.
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: a questão trata da prática musical de fusionar expressões vocais e ritmos nordestinos com sonoridades do rock/metal. É preciso reconhecer movimentos e artistas brasileiros que incorporaram elementos regionais (ritmos, timbres, maneiras de cantar) ao rock contemporâneo.
Resumo teórico: a hibridização musical envolve a combinação de práticas locais (maracatu, embolada, forró, uso de berimbau, pandeiro etc.) com instrumentos e estética do rock (guitarras distorcidas, riffs, formato banda). No Brasil, nos anos 1990, o movimento manguebeat de Pernambuco exemplifica bem essa fusão, articulando maracatu, ritmos afro-brasileiros e sonoridades urbanas como rock, hip‑hop e funk.
Justificativa da alternativa correta: Chico Science — à frente do grupo Nação Zumbi — é um dos nomes centrais do manguebeat. No álbum Da Lama ao Caos (1994) e em outras composições, há combinação clara de ritmos e timbres nordestinos (percussões como alfaias, grooves inspirados no maracatu; modos de canto e phrasing) com guitarras elétricas, riffs e produção influenciada pelo rock e pelo funk. Essa prática corresponde diretamente ao que o enunciado descreve — mesclar maneirismos vocais e instrumentos típicos locais com sonoridades de rock/metal — daí a alternativa “Certo” ser adequada.
Exemplo prático: ouça faixas como “A Cidade” e as músicas do álbum Da Lama ao Caos para identificar: (a) percussão de matriz afro‑nordestina; (b) linhas de baixo e guitarras com distorção e atitude rock; (c) canto com inflexões regionais. Esses elementos confirmam a afirmação da questão.
Fontes e leitura recomendada: enciclopédias e dicionários da música popular brasileira (Ex.: Dicionário Cravo Albin), além de estudos sobre o manguebeat e o próprio álbum Da Lama ao Caos (1994) de Chico Science & Nação Zumbi.
Dica de prova: ao ler enunciados sobre fusões culturais, busque nomes e movimentos-chave (aqui: Chico Science / manguebeat). Identificar um artista que realmente praticou a técnica descrita é o caminho mais rápido para validar “Certo”.
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