Com relação ao tema “Divisão Internacional do Trabalho”, são feitas as considerações a seguir. Uma delas, no entanto, não corresponde à realidade. Assinale-a.

O centro da economia mundial representa local do poder de comando, sendo predominantes as atividades de controle do excedente das cadeias produtivas, assim como de produção e difusão de novas tecnologias.

Um pequeno bloco de economias de mercado, apesar de ser dependente de tecnologia, conseguiu alcançar uma posição socioeconômica intermediária, mas ainda permanece dominado pela estrutura de poder de comando decorrente do centro capitalista mundial.

A combinação entre o poder militar e as formas superiores de produção na Inglaterra possibilitou a este país uma posição de hegemonia na economia mundial ao longo do século XIX.

A Divisão Internacional do Trabalho não tende a expressar diferentes fases da evolução histórica do sistema capitalista e, sim, as diferentes etapas da especialização dos trabalhadores, sobretudo nas indústrias.

As dificuldades de acesso à segunda Revolução Industrial e Tecnológica tornaram bem mais complexas as possibilidades de transição de nações periféricas para as nações do centro capitalista.

Gabarito comentado

Taina VegaMonitor do Qconcursos

Resposta: Alternativa D — correta (ou seja, é a afirmação que não corresponde à realidade).

Tema central: a Divisão Internacional do Trabalho (DIT) descreve como o sistema capitalista organiza a produção entre países: quem domina decisões, quem exporta bens primários, quem industrializa e como isso muda ao longo do tempo. É fundamental para questões de Geografia Econômica por explicar desigualdades, padrões de comércio e transformações tecnológicas.

Resumo teórico e progressivo: - A DIT não é estática; ela se reconfigura conforme fases históricas do capitalismo (mercantilismo, Revolução Industrial, segunda Revolução Industrial, era fordista, neoliberal/globalização). - Conceitos chave: centro/periferia/semi-periferia (Wallerstein), dependência tecnológica (Prebisch) e hierarquia do comando econômico (Dicken). - Exemplos: século XIX — Reino Unido como centro industrial; pós-1945 — EUA e novos polos; hoje — redes globais de produção com empresas transnacionais controlando cadeias.

Por que a alternativa D está errada: ela afirma que a DIT não tende a expressar fases históricas do capitalismo, limitando-se à especialização dos trabalhadores. Isso contraria a teoria e a evidência histórica: a DIT reflete mudanças estruturais do capitalismo (tecnologia, relações de poder, padrão de comércio), não apenas especialização laboral. Logo, essa afirmação é falsa — por isso é a alternativa que “não corresponde à realidade”.

Análise das demais alternativas (por que são plausíveis/verdadeiras): - A: correta — o centro concentra poder de comando, controle de excedente e difusão de tecnologias. - B: correta — existe um bloco de economias de mercado que alcançou posição intermediária (semi-periferia), mas continua subordinado ao centro. - C: correta — a combinação do poder naval/militar e avanços produtivos deu hegemonia à Inglaterra no séc. XIX. - E: correta — a emergência da segunda Revolução Industrial e tecnológica complicou a transição de países periféricos para o centro, reforçando barreiras tecnológicas e financeiras.

Estratégia de prova: busque termos absolutos e generalizantes ("não tende a", "apenas") e relacione com autores/etapas históricas. Se a alternativa contraria a evidência histórica de mudança estrutural, sinalize como falsa.

Referências indicativas: Wallerstein (teoria-mundo), Prebisch (dependência), Dicken (Global Shift).

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