Dois casais, Rocha e Silva, têm, cada um deles, quatro filhos. Quando consideramos os tipos sanguíneos do sistema ABO, os filhos do casal Rocha possuem tipos diferentes entre si, assim como os filhos do casal Silva. Em um dos casais, marido e mulher têm tipos sanguíneos diferentes, enquanto que no outro casal marido e mulher têm o mesmo tipo sanguíneo. Um dos casais tem um filho adotivo, enquanto que no outro casal os quatro filhos são legítimos. Um dos casais teve um par de gêmeos, enquanto que no outro casal os quatro filhos têm idades diferentes.

Considerando-se os tipos sanguíneos do sistema ABO, é correto afirmar que,

Alternativa correta: A

Tema central: herança dos grupos sanguíneos do sistema ABO (genética mendeliana). A questão exige reconhecer que para gerar entre filhos os quatro fenótipos A, B, AB e O os genótipos parentais devem ser IAi × IBi (pais fenotipicamente A e B, ambos heterozigotos).

Resumo teórico (essencial): os alelos do sistema ABO são IA, IB e i. IA e IB são codominantes entre si e dominantes sobre i. Genótipos/ fenótipos principais: IAIA ou IAi → A; IBIB ou IBi → B; IAIB → AB; ii → O. O cruzamento IAi × IBi produz as quatro possibilidades genotípicas (IAIB, IAi, IBi, ii), logo os quatro fenótipos.

Raciocínio para a resposta: ambas as famílias têm quatro filhos com tipos sanguíneos diferentes. Biologicamente, só um casal com genótipos IAi e IBi consegue gerar, entre filhos legítimos, os quatro fenótipos. Mas o enunciado diz que em um casal os cônjuges têm o mesmo tipo; portanto esse casal não pode gerar biologicamente os quatro tipos. A contradição só se resolve se esse casal com mesmo tipo tiver um filho adotivo — ou seja, A é verdadeira.

Análise das demais alternativas:

B (Rocha com tipos diferentes adotou): incorreta — pais com tipos diferentes (A e B, heterozigotos) podem gerar legítimos os quatro tipos, logo não há necessidade de adoção para explicar os fenótipos.

C (Silva com tipos diferentes não são pais dos gêmeos): incorreta — o fato de os pais terem tipos diferentes não impede que sejam pais de gêmeos (fraternos). A relação sangue↔gêmeos não exclui a paternidade.

D (Rocha mesmo tipo não são pais dos gêmeos): incorreta — ter mesmo tipo sanguíneo implica problema em explicar quatro tipos entre filhos sem adoção, mas não proíbe que, entre os filhos legítimos, haja um par de gêmeos; nada na genética ABO impele essa conclusão.

E (se o casal que adotou teve gêmeos, necessariamente têm tipos diferentes): incorreta — a coexistência de adoção e gêmeos não impõe que os pais tenham tipos diferentes; a afirmação de “necessariamente” é demasiado absoluta e não se sustenta.

Fonte/consulta rápida: conceitos básicos de genética mendeliana e do sistema ABO (ex.: Campbell & Reece, Biologia; materiais didáticos sobre herança sanguínea).

Estratégia prática: identifique exigência de todos os fenótipos A,B,AB,O ⇒ procure genótipos que permitam todos eles (IAi×IBi). Se algo no enunciado parece contraditório, busque explicações externas possíveis (adoção, etc.).

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