Os conhecimentos sobre o mundo globalizado, a recente crise econômica mundial e sobre a emergência do BRIC, grupo que propõe, entre outros, uma nova ordem global, na qual o papel dos países emergentes deve ser aumentado, permitem afirmar:

I.
O mundo nunca foi tão desigual quanto é hoje. Em 1997, a ONU divulgou o Relatório da Organização das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Humano, demonstrando que, em 1960, os ricos do mundo ganharam 30 vezes mais que os pobres. Em 1994, o abismo aumentou: os ricos ficaram com 78 vezes mais que os pobres, isto é, os pobres ficaram 38,46% mais pobres. Em 2004, houve ainda mais concentração de renda no Brasil e no mundo.
Outro dado constrangedor desse relatório é que os 447 maiores milionários do mundo têm uma renda igual à de 2,8 bilhões de pessoas. Essa situação fica mais aparente com a globalização: quanto mais se produziram riquezas, mais pobres apareceram. O aumento da riqueza e o processo globalizador afastaram metade da população de pobres do consumo.
não foi só em consequência da concentração de rendas, mas também de medidas protetoras que os países industrializados tomaram em relação aos seus mercados e exportações. Aumentaram as suas tarifas aduaneiras e conseguiram que os pobres — como o Brasil — “abrissem” as suas economias. Internamente, os países ricos tomam medidas econômicas que os protegem; externamente, recomendam medidas que enfraquecem as nações pobres. Por exemplo: enquanto aconselham a não interferência do Estado e o fim dos subsídios aos subdesenvolvidos, criam mecanismos internacionais que levam os povos pobres a subsidiarem a agricultura dos países ricos. (CHIAVENATO, 1998, p. 52-53).

Os países que compõem o BRIC apresentam o mesmo estágio de desenvolvimento econômico, acompanhado pelo mesmo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

O enfrentamento da crise pelos países do BRIC provou que a organização do espaço mundial se encontra equivocada e que já não existem mais condições para que um pequeno grupo de países lidere a política e a economia, em escala mundial.

O Brasil é o único componente do BRIC que superou a crise financeira mundial, devido ao fato de ter saldado suas dívidas externa e interna, na última década.

A substituição do dólar pelo euro nas transações internacionais é a solução apontada pelos especialistas para os problemas decorrentes da crise mundial e para evitar que outra crise semelhante atinja o mundo globalizado nas próximas décadas.

As características que são comuns a todos os países que formam o BRIC estão relacionadas, exclusivamente, às dimensões continentais de seus territórios.