Leia o excerto de Brasil Pitoresco, escrito pelo francês
Charles Ribeyrolles, sobre as fazendas de café do Vale do
Paraíba.
A fazenda brasileira, viveiro de escravos, é uma instituição fatal. Sua oficina não pode se renovar, e a ciência, mãe
de todas as forças, fugirá dela enquanto campearem a ignorância e a servidão. O dilema consiste, pois, no seguinte:
transformar ou morrer.
(Charles Ribeyrolles, 1859. Apud Ana Luiza Martins.
O trabalho nas fazendas de café, 1994.)
Na região do Oeste paulista, esse “dilema”
Leia o excerto de Brasil Pitoresco, escrito pelo francês Charles Ribeyrolles, sobre as fazendas de café do Vale do Paraíba.
A fazenda brasileira, viveiro de escravos, é uma instituição fatal. Sua oficina não pode se renovar, e a ciência, mãe de todas as forças, fugirá dela enquanto campearem a ignorância e a servidão. O dilema consiste, pois, no seguinte: transformar ou morrer.
(Charles Ribeyrolles, 1859. Apud Ana Luiza Martins. O trabalho nas fazendas de café, 1994.)
Na região do Oeste paulista, esse “dilema”
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa D
Tema central: o texto indica o dilema das fazendas de café face ao fim da escravidão: manter um modelo escravista inviável ou transformar-se. A questão exige entender como os cafeicultores do Oeste Paulista reagiram à escassez de escravos — especialmente após a abolição (Lei nº 3.353, de 13/05/1888) — e quais medidas promoveram a modernização da produção.
Resumo teórico: com o fim ou redução do tráfico e da escravidão, os proprietários paulistas adotaram estratégias para manter a lucratividade: estimular e contratar imigrantes (principalmente italianos, depois espanhóis, portugueses e, no século XX, japoneses), criar o sistema de colonato/assalariamento e investir em infraestrutura (ferrovias) para escoar a produção e reduzir custos. Fontes úteis: Ana Luiza Martins, O trabalho nas fazendas de café; Lei Áurea (1888); estudos sobre imigração e economia cafeeira em São Paulo.
Por que a alternativa D está correta: ela sintetiza a resposta histórica: o “dilema” foi resolvido em grande parte pela vinda de imigrantes, apoiada pelos cafeicultores — que também investiram em ferrovias para integrar o mercado e facilitar o escoamento. Essa política imigracionista e os investimentos em transporte foram estratégias centrais de modernização da cafeicultura paulista.
Análise das alternativas incorretas:
A: fala em “preconceito gerado pelo atraso tecnológico” como causa de dificuldade ao trabalho assalariado — mistura causas e efeitos. Na prática, o trabalho assalariado foi adotado e incentivado; o atraso tecnológico não impediu a contratação de imigrantes.
B: afirma que o sistema persistiu e impediu a modernização porque proprietários lucravam com o tráfico — impreciso: o tráfico transatlântico foi proibido em 1850 e, após 1888, os proprietários buscaram alternativas (imigração, colonato), não apenas preservaram o status quo.
C: afirma que a mecanização já predominava — incorreto: no século XIX a cafeicultura era intensiva em mão de obra; mecanização ampla só apareceu tardiamente.
E: atribui à Lei Áurea uma crise imediata por escassez de mão de obra — simplificação excessiva. Houve impacto, mas os cafeicultores reagiram trazendo imigrantes; a crise da cafeicultura decorreu de múltiplos fatores posteriores (preços, concorrência, políticas).
Dica de prova: ao ler enunciados, busque palavras-tema (ex.: “transformar ou morrer”) e cruze com datas/events (Lei Áurea, políticas de imigração, ferrovias). Desconfie de alternativas que proponham soluções anacrônicas (mecanização precoce) ou que reduzam causas complexas a uma única explicação.
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