O volume total de ar que cabe no sistema respiratório de um
homem adulto, ao nível do mar, é cerca de 6 litros. Nessas condições, os pulmões de um indivíduo em repouso, a cada movimento respiratório, trocam com o meio exterior, em média, apenas
0,5 litro de ar. Essa quantidade de ar inspirado mistura-se ao ar
retido nas vias aéreas e apenas parte dessa mistura chega aos
alvéolos.
Desse modo, considerando a fisiologia e a anatomia do aparelho
respiratório humano, é correto afirmar que, durante a inspiração,
o ar que chega aos alvéolos possui
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central — troca gasosa pulmonar: entenda que o ar que alcança os alvéolos resulta da mistura entre ar inspirado e o ar residual/alveolar preexistente (há volume morto). Para responder, é essencial conhecer gradientes de pressão parcial de O2 e CO2 entre ar alveolar, sangue venoso e arterial.
Resumo teórico (sintético):
- Ar atmosférico: O2 ~21% (PO2 ≈ 160 mmHg a nível do mar), CO2 ~0,04% (praticamente zero).
- Ar alveolar: PO2 ≈ 100 mmHg; PCO2 ≈ 40 mmHg (devido ao CO2 vindo do sangue). Esses valores resultam da mistura entre ar novo e o ar retido nas vias aéreas.
- Sangue venoso: PO2 baixo (~40 mmHg), PCO2 mais alto (~46 mmHg).
- Sangue arterial: PO2 um pouco menor que o alveolar (~95 mmHg), PCO2 ~40 mmHg.
Fontes: Guyton & Hall, Textbook of Medical Physiology; Tortora & Derrickson, Principles of Anatomy and Physiology.
Justificativa da alternativa C (maior concentração de O2 que aquela do sangue arterial):
O PO2 nos alvéolos (~100 mmHg) é ligeiramente maior que o PO2 arterial (~95 mmHg). Esse gradiente (alvéolo → sangue arterial) é o motor da difusão do O2 para o sangue durante a inspiração/hematose. Assim, o ar que chega aos alvéolos contém, de fato, maior concentração parcial de O2 do que o sangue arterial, o que permite a oxigenação.
Análise das alternativas incorretas:
A — Errada. Afirma que o ar alveolar tem maior CO2 que o sangue venoso. Na realidade, o sangue venoso tem PCO2 maior (≈46 mmHg) do que o ar alveolar (≈40 mmHg); o CO2 difunde do sangue para os alvéolos.
B — Errada. Diz que o ar alveolar tem menor CO2 que o ar atmosférico. Ao contrário: o ar atmosférico tem CO2 praticamente nulo; o ar alveolar é enriquecido em CO2 pela troca com o sangue.
D — Errada. Afirma que o ar alveolar possui mais CO2 do que o que havia sido expirado. O ar expirado, especialmente o final da expiração (end‑tidal), reflete a composição alveolar; não há base para afirmar que alveolar tenha claramente mais CO2 que o ar expirado.
E — Errada. Declara que o ar alveolar tem menor O2 que o ar expirado. O ar expirado contém gás proveniente dos alvéolos; as concentrações são semelhantes (o ar alveolar é a principal fonte do ar expirado), e o ponto central da questão é o gradiente entre alvéolo e sangue arterial — não que o alvéolo tenha menos O2 que o ar expirado.
Dica de prova: ao responder, pense sempre em gradientes (alvéolo ↔ sangue venoso ↔ sangue arterial ↔ atmosfera). As alternativas frequentemente tentam inverter direções de difusão (pegadinhas comuns).
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