Comparando a produtividade agrícola dos SAFs com a das monoculturas, é correto afirmar que, nos SAFs, o distanciamento
entre as plantas de mesma espécie tem a vantagem de aumentar
Leia o texto para responder à questão
Agroflorestas se espalham pelo país: cultivo sem desmatamento
À primeira vista, pode parecer uma mata crescendo sem interferência humana, tal a quantidade de árvores. Mas,
caminhando pela área, o visitante identifica a grande variedade de alimentos brotando de arbustos e das próprias
árvores. Limoeiros, açaizeiros, mangueiras, pés de acerola, cajueiros, bananeiras, laranjeiras e muito mais. Nada está
ali por acaso. Trata-se de uma agrofloresta, também chamada de sistema agroflorestal (SAF). Os SAFs são áreas em
que espécies com propriedades bem diferentes são plantadas misturadas — não raro, em meio à vegetação nativa.
“Quando me falaram, achei que era coisa de maluco. Plantar sem desmatar a floresta? Vai semear como?” — conta a
agricultora Marlene Assunção, de 52 anos, dona de uma propriedade no interior do RJ. — “Hoje eu entendo. As coisas
vão estar aqui para nossos netos. É menos egoísta.”
Os SAFs vêm ganhando relevância no país como uma alternativa que alia a produção de alimentos, necessária num
mundo de população crescente (seremos 8,5 bilhões de Homo sapiens em 2030, segundo estimativas da ONU) que
precisa manter os recursos naturais e, assim, frear as mudanças climáticas. A técnica preconiza que a agricultura pode
se beneficiar, e muito, de áreas intensamente arborizadas.
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<https://tinyurl.com/yb8xauee> Acesso em: 06.03.2018. Adaptado.
Leia o texto para responder à questão
Agroflorestas se espalham pelo país: cultivo sem desmatamento
À primeira vista, pode parecer uma mata crescendo sem interferência humana, tal a quantidade de árvores. Mas, caminhando pela área, o visitante identifica a grande variedade de alimentos brotando de arbustos e das próprias árvores. Limoeiros, açaizeiros, mangueiras, pés de acerola, cajueiros, bananeiras, laranjeiras e muito mais. Nada está ali por acaso. Trata-se de uma agrofloresta, também chamada de sistema agroflorestal (SAF). Os SAFs são áreas em que espécies com propriedades bem diferentes são plantadas misturadas — não raro, em meio à vegetação nativa.
“Quando me falaram, achei que era coisa de maluco. Plantar sem desmatar a floresta? Vai semear como?” — conta a agricultora Marlene Assunção, de 52 anos, dona de uma propriedade no interior do RJ. — “Hoje eu entendo. As coisas vão estar aqui para nossos netos. É menos egoísta.”
Os SAFs vêm ganhando relevância no país como uma alternativa que alia a produção de alimentos, necessária num
mundo de população crescente (seremos 8,5 bilhões de Homo sapiens em 2030, segundo estimativas da ONU) que
precisa manter os recursos naturais e, assim, frear as mudanças climáticas. A técnica preconiza que a agricultura pode
se beneficiar, e muito, de áreas intensamente arborizadas.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: sistemas agroflorestais (SAFs) e suas diferenças em relação a monoculturas — especialmente como a mistura de espécies e o espaçamento entre indivíduos afeta pragas, produtividade e custos. Conhecimentos de ecologia de comunidades, fitossanidade e manejo agropecuário são essenciais.
Resumo teórico: em SAFs há mistura de espécies com diferentes funções (arbóreas, arbustivas, forrageiras). Essa diversidade reduz a densidade de hospedeiros para pragas específicas e interrompe ciclos de ataque (efeito de “barreira” ou “obstáculo” biológico), diminuindo epidemias localizadas. Por outro lado, o estabelecimento de SAFs costuma exigir planejamento, seleção de espécies, consorciação e plantio manual mais cuidadoso, elevando custos iniciais (mudas, manejo, adensamento programado).
Fontes: orientações gerais em manuais da Embrapa sobre agrofloresta e relatórios da FAO sobre benefícios da agrofloresta para biodiversidade e controle de pragas.
Por que C é correta: o espaçamento entre plantas da mesma espécie em SAFs reduz a possibilidade de propagação rápida de pragas específicas (menos hospedeiros próximos = formação de obstáculos contra pragas). A principal desvantagem prática é o aumento de custos no plantio e manejo inicial, devido à complexidade do consórcio e maior trabalho técnico.
Por que as outras estão erradas:
A: anemofilia favorece plantas adaptadas ao vento; espaçamento maior não aumenta necessariamente polinização pelo vento, e SAFs geralmente reduzem a insolação por causa do sombreamento das árvores — não a aumentam.
B: zoocoria está mais relacionada a presença de fauna e frutos atrativos, não ao espaçamento; além disso, SAFs tendem a aumentar infiltração e retenção de água (reduzindo escoamento), não a acelerar o escoamento.
D: “consumo do solo” e redução do tempo de crescimento não fazem sentido no contexto: SAFs conservam solo e muitas vezes aumentam sua fertilidade; não diminuem o tempo de crescimento das mudas por causa do espaçamento.
E: embora haja sombreamento, a diversificação costuma reduzir, e não aumentar, a necessidade de agrotóxicos porque diminui pragas e doenças por meio de controle biológico e barreiras culturais.
Dica de interpretação: procure palavras-chave ligadas a processos ecológicos (densidade de hospedeiros, biodiversidade, infiltração) e avalie se a consequência citada condiz com princípios conhecidos (ex.: diversidade tende a reduzir pragas e uso de químicos).
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